com ANDRÉ FERNANDES

 

 

CHÁ DA TARDE

Bule fumegando no ar frio
D. Redondilha sorri alegre
E o chá da tarde vem o trio
Bolo, biscoito e leite quente

Dona Agradecida olha e ri
Agradece a acolhida da tarde
- Trouxe uma poesia pra ti!
Diz D.Redondilha num alarde

Nela eu falo sobre a cidade
A correria e a falta de amor
E a senhora poesia lê a flor

Agradecida dona menina abraça
Ternura de duas meninas, a graça
De encontrarem-se em felicidade

André Fernandes e Anorkinda

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Inflama a chama azul

Desandar é verbo sem pensar
É deixar de seguir em linha reta
É fugir regressando ao seu lar
É dormir disperso, não ser correta

Desando quando quero versar
Me embriago na longa espera
Perco o rumo sem saber voltar
Desandar é desistir de ser sincera

Regresso em meu corcel puro
Feito poesia do mais perfeito cordel
Vou trotando e vou seguro
Viajando no atrevido cor de mel

Regressando em dia escuro
Disfarço no atropelo meu
O descaminho de um futuro
E ando agora longe do breu

Torno a acender a chama furtiva
Evoco a flama desse retorno
E assim que ela deixar de ser fugitiva
O combustível se inflama ao entorno

Iluminando a trilha divina
Que é meu viver e trono
Declamo a rima que afina
o fim de meu confuso outono

Anorkinda e André Fernandes

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 Meu coração é um livro


Não sou muito de falar,
Sou um livro à espera de ser lido.

Não sou de extravasar,
Sou como um livro colorido.

Estou à disposição de quem
quiser com carinho me folhear!

Minhas palavras estão escritas
nas linhas que irão te mostrar.

A espera de serem abertas,
Degustadas e folheadas.

Meu coração ofereço a quem
quiser com cuidado me tratar

Trate-me com carinho lisura e atenção
Sou um livro aberto lido com coração!

André Fernandes e Anorkinda

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RIO E MATA

Sob as águas puras do teu leito
Tantos curvaram, tantos amaram
Nas águas turvas de teu movimento
De fertilidade já se saciaram

Sob a pura e virgem mata
Ela aconchega e cria esperança
Cria vida e forte não és cativa
Do braço vil do homem é criança

Ela chora enquanto cede aurora
Mas é eterna nos concede agora
Da mãe floresta que o filho nasce
Onde segura a matriarca cresce

Iara mãe bela que beleza deságua
Derrama suas lagrimas e forma nascente
E busca no leito como rainha d’água
Gloriosa canção que encanta gente

Bravos e justos aqui é terra fértil
Onde os raios correm e encontram o chão
Terra tão brava e tão gentil
Abraça e desbrava uma nação!

Anorkinda e André Fernandes

 

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Vivas à Mãe d'água

Criança terra
Curumim na festa
da vida de Tupã

Mãe água
Lagrima de rios
Lenda nativa e irmã

Iara do rio
Prima sereia do doce lago
Brinca a noite e canta

Tribos e guerreiros
Que lutam bravamente
Ao amor da cunhâporanga bela

Índia bela que tupi
Sua língua abençoou
Trás a bela que encanta

Travam batalhas nas selvas
Na ilha de parintins
Onde bois dançam pra ela

Criança toda gente
Celebrando a sagrada
Mãe alicerce da Terra!

André Fernandes & Anorkinda