OUTROS

 

com meu corpo em pedaços,
tropeço em pedaços de mim,.
às vezes não chego ao começo,
às vezes não passo do fim.

minha vida cigana
trilha cigana em mim
sempre me abandona
sem princípio, meio ou fim

dizem que falar de tristeza,
é juntar toda coisa ruim,
alguém me juntou na cabeça,
e de repente me escreveu assim.

sensível, sem eira nem beira
com medo da palavra ruim
penso tanto, até dar tonteira
e juntos os versos assim

e assim vou enganando o tempo,
que é enganar só a mim,
pois, não existe hora sem relógio,
não existe vida sem fim.

Carlos Rocha e Anorkinda

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 A NOITE DO AMOR


Noite translúcida de raiares
leva-nos a teus altares
refrigera nossas almas
rebrilha esplendor e acalmas

Céu dos merecimentos
traz-nos apaziguamentos
delibera nossas questões
limpe as dores dos corações

E com o coração contente
repouso ao teu lado
olhando para o céu estrelado
que surgiu com o sol poente

E sem pressa e com carinho
beijo teus lábios de mansinho
e com as nossas mãos a se tocar
sinto o amor chegar...

Anorkinda e Joseph Dalmo

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A valsa de hoje

Não me importo com proibições
Ou de censuras das nossas canções
Só desejo suspirar
Durante o nosso bailar

Já dei ouvidos aos credos
Já afastei meus medos
Agora nado no mar turbulento
Com coragem e desprendimento

Hoje apenas exporto doçuras
ou as emoções das nossas loucuras
O pó das estações
é o sobejos das lamentações

Já alcancei experiência suficiente
pra não me sentir deficiente
Agora posso valsar
Contigo em suave embalar

Joseph Dalmo e Anorkinda

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 Algo que sinto


A longa noite em seus olhos
encobre-me, seu sorriso
encobre-me distante
 em razão constante
 em coração as palavras
 por ele são regidas
por ele são descritas
 harmoniosas aos sentidos
sentidos por mim quando se provam
quando por ti olham
assim se fazem palavras, as rimas se encantam
aqui estou
pronto para ti, em palavras
com meus gestos, construindo versos.

Derramando em seus olhos
percorre-me em arrepio
 percorre-me sua lágrima
sentimento de lástima
em meu coração as palavras
que nunca foram ditas
amorosas sem sentido
sem sentido abandonadas ao relento
quando tua lágrima chora
assim em versos jogados ao vento
aqui estou
trazendo-te em palavras
com meus versos, construindo gestos.

P.Viajei/Anorkinda

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AO DEDILHAR DA LIRA UMA CANÇÃO

Ando dedilhando notas de amor
nas linhas deste papel virtual
já esqueci qual é o personagem principal
da trama que embaraça toda a dor

Amo toda letra e toda a cor
que induza a sair da formalidade
e me introduzi no interior
da poesia com naturalidade

Assim, sigo firme e forte na lida
a poesia me faz apetecida
por um arco-íris de beleza infinda...

Vou tecendo em poemas muita luz
e embora sobre espinhos, mar e cruz,
ainda canto um Canto à noite linda!

Anorkinda e J.Udine

 

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 Brincando com versos e bolhas


Me traga belas imagens oniricas em bolhas de sabão!
Me comova com lágrimas penduradas em demonstração!

Que nossos momentos imitem a corrida do menino
Que querendo espocar bolhas de sabão
Viaja pela infância, sonhador em desatino
Levado pelos ventos em contramão

Nossos frágeis sonhos a nos fugir
Levados pelo vento ou espocados pelo menino?
Corremos porque temos tantos lugares a ir
Miríades de cores suspensas em nosso destino

Que os pais imitem o voo das cores
Esqueçam de correr atrás dos meninos
Cobrando atitudes estancadas em dissabores
Ressecadas pelas luzes de novos destinos

Que todos vivam dentro de bolhas de sabão
Oníricas, frágeis e mutáveis
Imitando do menino a diversão
Todos sopram bolhas coloridas agradáveis

Me tragam, deuses, os sonhos inefáveis
Tocados pelos ventos suaves e inquebrantáveis!

Anorkinda e Sirius A

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BUSCO POR TI

Busca a improvável
aquele impossível
Quero teus sentidos
todos distorcidos

Desejo tua sintonia
aquela mais sadia
Luto pelas sobras
todas salobras

O improvável não sou
e muito menos impossível
Posso ser até invisível
sou aquele que te amou

Junto tuas sobras com esmero
formando um só inteiro
Posso ter todos os cheiros
mas o teu é o que quero.

Anorkinda e Joseph Dalmo

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Centelhas do Tempo

O futuro ali está
A um minuto de nós
Um passo à frente
Ao alcance das mãos

Aliás, mostra-me as suas
Esquerda, direita ou as duas
Te direi o que te espera
A verdade nua e crua

Por detrás do destino
nas linhas que te marcam
Te digo o que crias:
A realidade e o desatino

O futuro aqui está
no próximo segundo
ele quase não existe
é tão efêmero!

Célia Sena e Anorkinda

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 CÉU DOURADO


Noite translúcida de raiares
leva-nos a teus altares
refrigera nossas almas
rebrilha esplendor e acalmas

Céu dos merecimentos
traz-nos apaziguamentos
delibera nossas questões
limpe as dores dos corações

Dia de brilho dourado
espalha em nós tua luz
restaura o nosso sorriso
transforma em asas nossa cruz

Nuvem rosa, flor do céu
espectro furta-cor
perfuma nosso jardim
projeta em nós o amor

Anorkinda e Aglaure Martins

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CHUVA DE FELICIDADE

Da terra do arco-íris caiu uma chuva água abençoada de cores derramadas

Os seres encantados trazem presentes da Terra do Nunca
Lugar onde os sonhos nunca acabam
Fartura e abundância em jarros de barro
Amigos trazendo os pedidos com sorrisos escancarados

Noite estrelada nos olhos sonhadores, uma chuva de sonhos colore o céu

Nós, extasiados dançamos na suprema alegria da Terra Elemental
Chuva colorida, que torna a Terra fértil de felicidade
Os sonhadores plantam sementes de cristais
E os criadores conduzem seres alados Universais

Todo o céu está tomado de divina inspiração, dir-se-ia que lá é outro mundo
Assim como aqui é o próprio mundo, dos sonhos alcançados em harmonia

Nessa comunhão mágica todos possuem a dádiva da alegria!

SIRIUS A & ANORKINDA

 

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CONTÍNUA COLISÃO

Cometa em colisão
Com a estrela cadente
Carente de paixão
Chora a lua inocente

Poesia em conexão
com o céu ardente
Ambiente de ilusão
O rastro incoerente

Simetria dissidente
Terno mastro de ilusão
Realidade inexistente
Eterno astro compaixão

Amor penitente
Sideral mar de desconexão
O verso insistente
Em rota contínua de colisão

Heitor Murai e Anorkinda

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Corre-voa, querubim!

Do alto de uma branca nuvem,
um riso infantil e dobrado é ouvido,
como se alguém brincasse de esconder,
outras tantas nuvens dobram o riso também.

Vimos a se revelar no alto céu
um jardim universal de grandiosa beleza
Querubins num corre-voa animadíssimo
por entre flores e arbustos celestiais

Os querubins são mensageiros de amor!
São nossa forma-pensamento criança,
que transcendeu, iluminando o paraíso.

E num pisca-pisca agitadíssimo
Ouvimos sussurros de estrelinhas
anunciando o amor mais que perfeito!

Godila Fernandes e Anorkinda
 

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Crochet do amor

Quero tramar
um guardanapo
modelo circular
igual verso guapo

Pra encantar
não só o olhar
mas também
fazer o bem

e bem no meio
um epigrama
em ponto cheio
marca que se ama

as gotas de perfume
de aroma seco cítrico
é o arranjo mítico
pra certo alguém!

Anorkinda e Vania Viana

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CÚMPLICE


Minha poesia me molda
Faz de mim barro, me cria
No vão do nada é o tudo
Aplaca a dor da alma minha

O verso revela meus sonhos
Cúmplice de amor sem fim
Já não me sei sem ser poesia
Eu estou nela e ela está em mim...

O poema revela lugares
de luz e poucas sombras
É tão libertário em cores
Alforria-me da penumbra

Minha lira me acomoda
Em fluido cor-de-rosa
Estou assim mergulhada
Na poética mais gloriosa

Michelle Portugal e Anorkinda

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Dança & Encanto

Aqui viemos pra bailar
neste papel virtual
Com versos a nos embalar
Num lirismo musical

As portas já estão abertas
Valsemos o nosso versar
Com letras e rimas sem normas

Sempre novas descobertas
Brincando com todas as formas
Poetas dançando a sonhar

Palavras voando libertas
Estabelecendo seu reino
Antes do encanto passar

Mulheres se postam espertas
Sorriem sempre e sempre belas
Adocicando seu gentil par

Mãos tocam-se cobertas
Por luvas de fino rendado
Amigos em doce enlevar

Rimas versando despertas
Um novo e rico festejar
Bailando por entre as estrelas

Brotando emoções reais
Nas linhas do poema virtual
É graça que nunca é demais
Em regozijo pleno e total

Celso Mendes e Anorkinda

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Daninho amor

O amor... Uma aranha, que em sua teia,
captura o coração puro... Incauto.
Ingênuo ... Ao se ver no visgo preso,
se oferece sem pensar ao holocausto.
Morrer de amor, o coração anseia.
Da teia do amor, ninguem sai ileso.

O amor... Um tom, canto de Sereia,
enfeitiça em ardor profundo... Arauto.
Ímpio... Hino esticado e teso,
se insere sem misericórdia ou fausto.
Mergulhar na magia que permeia
a ilusão Sereia, é afundar com o peso
de um banquete mórbido e lauto.

Vera Feliz e Anorkinda

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 DOANDO FELICIDADE


vou distribuir sorriso nas madrugadas 
no meio da chuva sem vergonha 
sem cobrar nada.

vou doar abraços na multidão sem 
cara feia sem malcriação 
hoje sou palhaço virei diversão...

vou andar de mãos dadas ao vento
fazendo caretas pra você
sem dizer nada

vou trocar as roupas sem graça
por colorido macacão
hoje sou amiga do verso animação...

juracy e Anorkinda

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Doces mistérios

Zunem os insetos nas noites quentes
Enviam mensagens, doces mistérios da noite
Falam do antagonismo da noite e do dia
Contam os segredos da lua que míngua

Nunca entendo seus insistentes cantares
Inquietamente pergunto às estrelas
Mas elas não piscam no código humano
Queria entender a Universal língua.

Ouço a linguagem que perfura a solidão...
Em silêncio escuto tudo que está por perto
É um mundo nosso de tocar com a mão
Mas não consigo perceber o tom certo.

É uma música que se mistura, entra no coração
Mas é tocada por outro artista, em outro diapasão
É o uivo dos ventos, a canção da cascata
E a alma pequenina não percebe o mistério dessa sonata.

Anorkinda e Carmen Vervloet

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  Entre as nuvens



Absurdo seria dançar sem música
ou abraçar o vento sem trégua.
Mais fácil é degustar o tempo,
gota por gota num saciamento.

Verificar as cores das nuvens
que passam cheias de pompa.
Absurdo seria desperdiçar
o dia sem tua companhia.

Muda o tempo,passa a ventania
e você com sua brandura
olha o céu em doce harmonia.
Tece silenciosamente, tenra fantasia!

Dança um sonho imaginado,
traçando com gota iluminada,
passos entre nuvens se elevando
em céu coberto por lágrima chorada.

Dançarei
em nuvens
atiradas,
com
lágrimas
por lá
depositadas!

Anorkinda e regina ferreirinha 

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ESCOLHENDO AS MÁSCARAS

Prisão é meu viver
ter de conviver
em sociedade
fria e banal

Que máscara escolho?
Que emoção demonstrarei hoje?
Sem saber se expando ou encolho
e não me sinto normal

Máscaras do meu ser
é o que podem ver
nenhuma realidade
nem bem e nem mal

Que emoção me permites?
Que máscara queres ver hoje?
Qual a cara que admites,
Quando nenhuma delas é igual?

Anorkinda e Wasil Sacharuk

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EU

Guio-me por ruas que não conheço
dou meu beijo a quem não tenho apreço
esbofeteio quem amo, sou só enganos

Eu voo pelos céus e não tenho asas
sou andarilho e tenho mil casas
rezo para conquistar desejos profanos
rio das minhas dores, sou só enganos

Na poesia, destilo falsos perfumes
em noturna vigília caço vaga-lumes
envolta em delírios mndanos
gargalho das horas e dos profanos

Eu desfio pétalas de rosas
me permito ideias rancorosas
falo abertamente meus planos
não aproveito meus melhores anos

Alexandre de Paula e Anorkinda

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InSôniando

Revejo o escuro das noites
embrulhados em poesia
Transcrevo o brilho da lua
em marotos versos

Gosto do uivo dos ventos
embalados em melodia
Transito entre pirilampos
em madrugadas reversas

Pergunto para os instantes
onde está quem eu queria?
E não há sequer um brilho
nos olhares mais diversos

Então vou juntando letras
que a minha saudade cria
Até me envolver o sono
deixando mágoas dispersas

Anorkinda & Sônia Tarassiuk

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Levantemos um brinde à poesia!

Degustar doce vinho,
saborear cada gole
compassadamente,
dividir a poesia do carinho,
brindando cada verso
alegremente.

Poemas em chuvas de prata,
o doce versejar do porto,
o vinho poético em finas taças
provar da boa companhia
sabores...

sabores da realidade ,
sabores da epopéia ,
sabores da liberdade,
sabores de amores,
sabores da fantasia,
brindando nas taças da alegria
a amizade que contagia!

TIM TIM!

Aglaure Martins e Anorkinda

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LÍQUIDO E CERTO

Líquido e certo
tudo na medida
mas, no fim,
tudo incerto!

Mesmo seguindo
trilhadas regras,
o individual
segue luzindo

É tão líquido
e certo o valsar da vida
quanto o curso de um rio
caudaloso e límpido

Mesmo luzindo
dourados reflexos
a vida, imprevisível,
vai seguindo...

Alessandra Felício e Anorkinda

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MINHA POESIA

Minha poesia me molda
faz de mim barro, me cria
no vão do nada é o tudo
aplaca a dor da alma minha

O verso revela meus sonhos
cúmplice de amor sem fim
já não me sei ser sem poesia
eu estou nela e ela está em mim

O poema revela lugares
de luz e poucas sombras
é tão libertário em cores
alforria-me da penumbra

Minha lira me acomoda
em fluido cor-de-rosa
estou assim mergulhada
na poética mais gloriosa

Michelle Portugal e Anorkinda

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NO PÉ DA VALSA

Um sobrenome de renome
me tirou pra valsar...
Veio curioso, com fome
em seu versar...

Apressei-me na dança
e mostrei-lhe o lugar...
Um salão iluminado
por poemas a piscar...

Brilhava muito mais
uma mulher tão bela
superava as demais
como saida de aquarela

Nos passos do baile
leve, parecia levitar
lhe falei em braile
era tão fácil lhe amar...

Esqueci das poetisas
e de todo versar
plena e embevecida
neste terno bailar...

A sorrir, num tonteio
deixei-me levar...
pelo poeta alheio
perdido em meu olhar...

O seu perfume natural
o clima cálido do bolero
este jeito seu, sensual
é tudo que mais quero

Poetisa também na arte
de dançar tão linda, solta
não tem como separar parte
na minh'alma. está envolta...

Anorkinda e Gustavo Drummond

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O VOO DA IMAGINAÇÃO

Dia de vento, outono
E a menina quietinha
balançava sozinha
observando
o voo contínuo das folhas

Temporada especial de mistérios
Momentos silenciosos
Envolta em pensamentos ociosos
Esquecida de tudo em seu semblante
Alegria, saudades... Quimeras...

Dia ensolarado, esperança de vida
Pobre menina, alma livre
Em corpo infantil, revivia
A solidão que em seu peito se fazia
Queria em sua vida, um pouco de matiz...

Fechou os olhos e sorriu feliz
Na imaginação corria
solta e faceira a aventura mais deliciosa,
a história da princesa mais primorosa
Esquecia assim todas as suas esperas...

Anorkinda e Angela Chagas

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OFERECENDO-TE TERESAS

Não te desejo peias
Não lastimo a vida
Não me prendo em teias
No meu jardim, quero margaridas...

Desejo-te liberdade
Ofereço-te belas Teresas
Menina de tranças macias
Novidade em lençóis de seda, que beleza!

Não te quero em dúvida
Agarre esta saída
pela janela da vida
Por minhas mãos oferecida

Quero-te sorridente
Linda menina
Jogando-se no sonho
dourado de ser plenamente realeza!

Angela Chagas e Anorkinda

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POESIA E CANTO

Quando canto pulsa
arrebata o peito
a poesia

É quando o verso pula
foge do papel
em sintonia

No meu canto, expulso
culpado pelos meus feitos
destilando nostalgia

Já não me cabe recurso
afogado está meu peito
neste mar de poesia

Anorkinda e UnderPoeta

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 REPETECO?


Este treco,
de repeteco,
coisa de boteco,
voa como teco-teco,
dando asas a imaginação...

Esta mania que tenho,
que hoje desdenho,
agora venho,
repetindo sempre...como inspiração...

É a rima que assanha
depois faz manha
me apanha
o verso sempre... como instigação...

É certo
ver de perto
este mote esperto
com o bocão assim aberto
e não versá-lo de supetão?

Se me disserem que minha sina,
e fazer rima,
para auto estima,
acontecer...Que treco!!!

Ficou banal,
e coisa e tal,
mas afinal,
a vida é...um repeteco...

KLEBER BERNARDES E ANORKINDA 

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Restauração...

Esse tempo não é meu
A ampulheta se gastou
Tanta areia corroeu
Até o amor que restou

Fora do tempo tu nasceu
Homem que abusou
De tanta colheita que roeu
Até do amor que ceifou

Eu me procuro e não me encontro
No espelho uma imagem distorcida
De um alguém que não sou eu
Neste lugar que não é o meu

Faço uma reflexão
Busco em mim o que restou
Uma recata do que não falhou
Um novo e mesmo ser nasce então...

Da plantação de que me fiz
Do valor que te formou
Refogo em miscelânia de sabores
Que mostrará quem sou e onde estou

ANORKINDA E LÉO MESSIAS

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 Saborosa Inspiração


Verdes ares sopraram
aquele aroma sutil
inspirei e verteram
versos na cor anil

Pois o céu encobriu
minh'alma sensível
atmosfera coloriu
substância visível 

E choveu colorido
Em toda extensão
A poesia fluiu
Gotas de emoção

Depois da chuva
Sol de odores
Inebriantes raios
De infinitos sabores 

Anorkinda e Arabela Morais

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SEGREDOS DO ENCANTO

A luz daquela floresta
bem era esquiva, mistérios
eram guardados em névoas

O olhar fundo do Mago
bem queria dizer-me
ensinar o fim das mágoas

Carregava o segredo de encantar
a todos os elementais
E tudo a sua volta era de luz

Um Santo Graal buscado nos quintais
De um tempo que já era o nunca mais

O poder de transformar
o feio no belo, singelo
humilde na intenção

A destreza dele fazia
dos rituais, festa
a entreter a Natureza

Ele surgia com o dom da vida
A emprenhar de ânimos os vegetais
Era o mentor das leis que regeriam
O mundo da razão e da magia

Se fez então o santo e o profano
A compreender do vento os doces sons
De ensinar os homens a amar
A natureza, o semi-Deus , o Avatar

Anorkinda e Nice Canini

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Sem segredos

Dança, peça bis
Alcança, aprendiz
garatuja na pedra
pinta tua testa

Disfarça, assovia
Refaça, amacia
de lambuja ofereça
a mais linda peça

Pinte, borde, venha,
não se detenha,
não precisa de senha,
se liberte, com ardor...

Salte, pule, sem medo,
não existe segredo,
no circo abstrato da vida,
voce é o principal ator...

Anorkinda e Kleber Bernardes

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SIMPLICIDADE

Me surpreendo quase sempre
quando sinto o frescor morno
de tua doce simplicidade

Inventos de claridade
redescobrindo o contorno
e a quentura da amizade

Momentos de criatividade
colorindo o belo adorno
de nossa cumplicidade

É simples partir o pão
celebrar a alegria
no abraço de um irmão

É lindura, é riqueza
fazer o coração
sentar à mesa

No poema de ocasião
tudo é pura singeleza
aquecendo a emoção

Anorkinda e Aline de Mello Brandão

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Só ao Sol

Aproveito-me
da elasticidade
da vida, dos dias
e duplico-me
toda vez
que, faminta,
mordisco poesias
enquanto o Sol
me visita e me tatua
no chão da varanda
Não estou só, apenas nua...

Anorkinda e Daniel H.M. de Carvalho

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Tricot da amizade

quero tricotar
um agasalho
modelo antigo
pro pescoço
de alguem...

que o esquente
e sinta o cheiro
da mão tecelã
que lhe dedicou

quero emendar
minha amizade
em ponto bonito
num carinho
que faz bem

que a gente
fique mais unida
como duas irmãs
que Deus aliançou

Vania Viana e Anorkinda

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Uma amizade internacional

O que pode separar uma bela amizade?
Serão os oceanos ou o fuso horário?
Serão os quilômetros percorridos?
Ou simplesmente a mudança de calendário?

O que pode distanciar dois corações?
Serão os rancores ordinários?
Serão os dissabores temporários?
Ou somente a indiferença do correr das horas?

Uma amizade pressentida e imediata
alimentada com simpatia e adoração
é algo forte como a Grande Mão
que orquestra destinos e redemoinhos...

Nada pode separar o que é lindo e definitivo
mesmo que isto não seja palpável
uma linda amizade se iguala aos outros motivos
que temos para perseverarmos em ser felizes...

Léo Messias e Anorkinda

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VALSANDO NO ESCURO


Valsávamos, suavemente, na escuridão
Seguindo o ritmo da valsa do universo
Com uma cadência perfeita, imersos
No breu que nos invade o coração

Dilatávamos as nossas pupilas esperançosamente
Para que víssemos o que não se nos mostrava
No entanto não o víamos, a porta se fechava
Para que oculto continuasse o que se sente

Às cegas, nossos passos seguiam a intuição
não chamamos a razão como guia mestra
nem nos preocupávamos nesta festa
que condensava-nos em suave percepção

Às estrelas, que escondidas, silenciosamente
Nos observavam, mandávamos sorrisos
marotos de felicidade e sutis avisos:
Não brilhem, por ora...estamos felizes!...Tão somente!

Alexandre de Paula e Anorkinda

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VEM, MEU ANJO

Qual Ícaro, nas alturas,
vejo céu e vejo mar...
Mas não vejo o meu anjo,
que está na terra a sonhar...

Vem, ó flor, n'asa do sonho,
faz-te linda borboleta,
vem comigo voar e sonhar,
minha bela Julieta!...

Vem,vamos posar à luz
do belo e tépido sol,
antes que minhas asas derretam,
vem antes do arrebol...

Vamos ficar bem juntinhos
nesse sonho suicida...
Que por amor, despencamos,
no mar que trouxe à vida...

Vamos nos amar n'água
tépida dos prazeres
navegar no belo oceano
poético dos dizeres...

Vem dançar comigo
em baile surreal
transformando-nos
em porção fractal...

Vem embelezar meu canto,
garantir felicidade
dos amores mais plenos...
Vem, minha necessidade!

J. Udine e Anorkinda

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Versos e estrelas

Lá das estrelas
pingaram versos
eram de luz
dos anjos espertos...

Aqui na Terra
encontraram-se poetas
vindos de Sírius
expostos à festa...

Na celebração
da vida bendita
envolvidos pela
cadência bonita...

Amor e vida
Paixão e alegria
Vivamos veementes...
Tudo pela poesia!

Anorkinda e Adriano Ota

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Você e eu

De encontro àquela melodia
nos acercamos em emoção
intento de alcançar a harmonia
dois poetas, verso na mão

Você na palavra e eu no desejo
eu na palavra e você no beijo

Ser o poeta na poesia
as rimas românticas
solitários guerreiros do amor
resgatando a solidão
e um pouco de insensatez

Você na palavra e eu no beijo
Eu na palavra e você no desejo

De evoluções em dança
nos vestimos de fantasia
intento de tocar a esperança
dois malucos, mente vazia

Vejo a utopia
na ilusão rimbaudiana
Dê-me um motivo breve
de minha embriaguez
delírio só há com você

Anorkinda e P. Viajei