com RODRIGO ARCADIA

 

 

BORRALHEIRA CINDERELA

Minha Cinderela é aquela que tem o rosto manchado
faz da labuta o seu sustento
carrega no colo seus rebentos
frutos de outroras...carnavais...

Mas sua vida é uma quarta-feira de cinzas
rosto manchado, nem sorriso tem
nem dança quer, felicidade não bate na sua porta
choro de lamentos, valsa triste do amanhecer

Sua Cinderela espera a fada-madrinha
com seu condão de esperança
borralheira na vida sem sorrisos
espera pacientement...sem estremecer

O dia do baile chegará com toda sua pompa
em êxtase, triunfará em recompensa
a Seu Príncipe que verseja nas madrugadas
pensando nos amores mais surreais

Rodrigo Arcadia e Anorkinda

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O BALANÇAR DA VALSA

A moça no seu vestido rosa, balança,
Balança entre árvores e o cantalorar dos pássaros.
E seus amantes felizes a admiram,
Declamando poemas de amor.

Versos que encantam o coração.
A moça encanta mais...
Sorrindo a delícia de saber
Que é inspiração de paixões.

E há querubins saudando seu balançar.
Ela escuta as vozes infantis cantando glórias
E aleluias em sua beleza.
Criança, menina que encanta corações.

No jardim de seu sonhar cândido
Há ternuras infindas e amor...
Moços de peitos abertos em alegres
balançares de emoções.

E vão seguindo o balançar, feito valsa
A girar, carregando a moça, esses cavalheiros
A bailar, dança amante, dança amorosa,
Vão lançar estrelas ao som da poética valsa.

Rodrigo Arcadia e Anorkinda





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PINTURAS DO CORAÇÃO

Brotam do coração estes versos
que te seguem pela imensidão
são processos de sedução

Lotam as páginas dos cadernos
sistemáticas linhas em emoção
são registros da solidão

São pinturas no coração
pinceladas com sorrisos
alegria em véu de sedução

São damas carentes no pôr-do-sol
dançando nos passos do girassol
vão girando, girando no fruto da imaginação

Rodrigo Arcadia e Anorkinda

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REALEZA

Vo regar tanta poesia na minha vida,
fazer dela o meu germe de trigo,
vou molhar meus lábios com cada verso bonito

Vou suspirar debaixo da árvore, meu pequeno tesouro
que guardo sem ninguém saber, eu e meu caderninho
minhas palavras benditas, minha armadura de versos

Vou colher os frutos tenros no alvorecer
dos versos orvalhados e brilhantes
voutrazer das nuvens, o beijo edificante

Vou suspirar com os poetas mais cativantes
e ler livros de amor e suprema beleza
a poesia em minha vida será realeza!

Rodrigo Arcadia e Anorkinda

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Rosas trovadas

São rosas e poesias meu cantar,
Meu rondó, xodó que bate, bate,
Violão que sola alma de trovador.

São rosas e poesias, meu coração cantador,
Salta meu verso nas palavras nas bocas das crianças,
Ciranda poética, girassol que sorri.

São rosas primorosas a encantar
Todo trovador que se atreve a sorrir também
Coração acompanha a batida do violão

São rosas da canção de um cantador
Em poesia e emoção encantando multidão
É música, parceria e risos de crianças

Anorkinda e Rod.Arcadia

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 SOMBRAS DE LUXURIA


Deitei os olhos nelas, as sombras
me apavoravam e atraíam
Traziam sussurros, gemidos
Sons de sensualidade em escuridão

Sombras de luxúria e paixão
chamavam como a luz atrai o inseto
Vislumbres, corpos, tecidos
cores que chamavam atenção

Feito imã, força magnética
Essas sombras me chamavam
Dando-me um frio em meu corpo
Um temor e ao mesmo tempo, prazer
Seus gemidos dominavam minha alma

Escutei os gritos das sereias
Nessas sombras, vi a volúpia
Derramada nos corpos sedentos
Por luxúrias que radiavam minha libido

Sombras de paixão e medo em flor
fugir ou entregar-me, minha perdição
Meu pecado, minha alma,
Entrego-me na sensualidade em escuridão. 

ANorkinda e Rodrigo Arcadia
 

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 Sonho e parceria


Andei pastoreando sonhos
nos campos da imaginação
lugar das harmonias

Encontrei a chave
Dos meus segredos mais íntimos
E lancei ao vento amigo

Um mistério bonito
que se fez gestação
em horas de agonia

E dessa agonia
Nasceu o parto
O fruto da sabedoria.

E fiz dele meu alimento
Saciei minha fome
Ajudei meu espírito. 

Desencantei o que ia errado
e de todos os sentimentos
este se fez bendito

E numa cantoria
floresceu o verso
em perfeita parceria

Anorkinda e Rodrigo Arcadia

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 Viagens


Viajar de mãos dadas com a imaginação
e ter um amigo bem disposto
é ter sorte e satisfação

Podemos conversar com os grilos
e libélulas, desvanecendo problemas

Fabulando as horas em gritos
de alegria, percorrendo sendas

Viajar pelas estradas e vias
é ser amigo do vento
e ser de alma vadia

Podemos conhecer os desvios
e atalhos, enlouquecendo bússolas

As horas voam e a gente nem nota,
A gente pra disfarçar o tempo 
E tem fogão a lenha queimando...
Enrola com uma canção

Saída da viola, pra lembrar 
Da nossa casa lá na roça

A alma vadia não tem parada,
Viajando em luzes de libélulas,
Seguindo o rastro do vagalume

A gente segue no leme da viagem,
Sem destino, viola a solar,
Cantoria ao luar,

Um boi ao horizonte ruge.
É o seu bom dia,
É o seu bom dia pra essa boa gente.

Anorkinda e Rodrigo Arcadia