com JANE MOREIRA

 


Amplitude do amor

Na amplitude
Nada sou
No Universo, sem ser,
Na quietude
Da noite sem fim
No espaço sem cor
Sou poeira, sem dor

E quando atinjo a Luz
Eu sou, eu estou, 
No mundo de cor
Repleto de amor
Em conjunção com o Bem
Com o Universo, eu sou alguém. 

Enquanto Ser de Luz
Eu estou, eu sou
própria irradiação
estrela perfeição
Em alinhamento com os Astros
com a Lua, eu sou meus rastros.

Na magnitude
tudo sou
No Universo, meu ser,
Na infinitude
completa dos espaços
ligo nossos passos
Porção do amor.

Jane Moreira e Anorkinda

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A entrega

É noite,
passos ecoam
pelo cenário completo:
A luz suave
que vem do abat-jour...
O vinho, o perfume...
Naquele momento único
de espera, de entrega.
E a ânsia, a vontade
tanto tempo reprimidas...

É noite,
você chega...
o cenário está completo:
o amor espalha
sua luz aconchegante.
O desejo, o pulso
acelera, nos entrega
à valsa dos corpos
repletos de música e vida...

Jane Moreira e Anorkinda Neide

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A manhã chorou

Essa manhã sem cor
Chegou em meio à neblina.
Então, veio, com pudor,
Feito tímida menina.

A garoa ainda não é ocorrente,
Mas a manhã cinza, suavemente,
Deixou cair uma lágrima de dor,
Feito gota de orvalho na flor...

Essa manhã menina
Tremeu pelo desamor
Que antevia para este dia,
Pediu ajuda à alegria.

Mas a névoa cinza impedia
a passagem benéfica do sol
e o dia amadureceu,
num cântico em tom bemol.

Jane Moreira e Anorkinda

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 A menina tece


Teço com fios de renda branca
motivos florais, artesanais
Pretendo conjugar a trança
das mãos com os irmãos
carinhos do amor fraterno

Peço que a obra nasça limpa
em aura dedicação e primor
Quero abençoar o trabalho
com a inspiração feminina
da menina que mora em mim

As mãos da menina tecem
Ágeis, firmes e carinhosas
Unindo-se às mãos dos irmãos
Crescem rendas preciosas
Cada fio nasce do coração

E em rendas, bordados e fios
Fica a trança fraterna tecida
Das mãos de fada da menina
Nasce um projeto de vida
Que é o da trança de união.

Anorkinda e Jane Moreira

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Bailado das ondas

No longínquo oceano,
Lá bem distante,
Um fato ocorre entre as ondas
Enfurecidas,
Mas que se tornam amigas,
No mesmo bailado,
Lá longe, no mar...¨

Talvez seja a solidão,
Aliada à escuridão
Da noite sem luar,
Que fazem as ondas
Deixarem de brigar
E se tornem sincrônicas,
Amigas lacônicas,
Rugindo e dançando,
Lá longe, no mar...

Talvez seja a amplidão
E o medo em ação,
Una as ondas num bailar,
Que afugenta os perigos
Escondidos, profundos
Mistérios do fundo do mar...

No longínquo oceano,
O fato é constante,
O espetáculo bailarino
E sincronizado
Das ondas bonitas
Encanta os céus...
E as estrelas aplaudem
A união das ondas do mar.

Jane Moreira & Anorkinda

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 Brincar


Vem brincar
pular sapata
riscar com giz

Vem saltar
imita a pata
vibrar feliz!

Vem, amiguinha,
De ciranda, cirandinha
Vamos todos brincar

Vem amiguinha
Jogar queimada também
Vem, amiguinha, vem!

Anorkinda e Jane Moreira

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Clamor de poeta
 
Por rimas trôpegas
Vai a poesia minha
Palavras sôfregas
Querem companhia
 
Quem me ajuda
A montar versos
Quem desnuda
Meus universos?
 
 
Por versos vacilantes
Segue a minha poesia
A inspiração abundante
Parece que se esvazia
 
 
Eu, Poeta, clamo por poesia.
Alma tensa em escuridão
Versos ocultos! Parece magia!
Clamo, então, por inspiração!
 
Anorkinda e Jane Moreira
 

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 Clima surpresa


Amanheceu meio complicado
o céu não estava nublado
nem o sol havia despertado

A cor do dia estava engraçada
não era amarela nem dourada
mas estava clara a alvorada

E a aurora me pareceu desolada
Pois a lua, do sol, a amada,
Retirava-se em sua jornada

E senti aquele vento gelado
Tornando o mar agitado
E o meu coração disparado

Previ tempestade adiantada
Naquela manhã mal despertada
E prestes a ser castigada 

Mas que tormenta que nada
o clima armou uma cilada
trouxe de surpresa uma invernada

Anorkinda e Jane Moreira

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Contos de Fadas de Brincadeira

Quem vem comigo
esperar pelo príncipe
sentada ao pé da escada
fingindo perder um sapatinho?

Quem vem comigo
beijar milhões de sapos
jogar bola colorida na lagoa
sem disfarçar risinhos de galhofa?

Quem vem, quem vem?
assistir ao casamento da dona pata
e pintar o sete com os cabritos na mata
Lambusar-se todinho do mel das abelhas?

Quem vem lá e me acompanha
Dançar samba com os macacos
E pular de galho em galho
E brincar com a cegonha?

Anorkinda e Jane Moreira

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De sonhos e fadas

Nos meus sonhos,
Percorro o espaço,
Sou amiga do trovão,
Atravesso a escuridão
E beijo a brisa noturna...

Enquanto espero a madrugada,
Passeio pelo céu
E sorvo aromas sutis.
Inebrio-me com o sabor do vento
E pego carona nas asas da noite...

Quando amanhece estou envolta
no manto da aurora, brilhante
dourada como ourivesaria
sorrio aos passarinhos
canto com a cotovia

Enquanto o dia passeia pelas horas
me faço de esquecida
e continuo a festejar com a natureza
faço reflexos de luz nas paredes
e brinco com as fadas do Reino Verde


Jane Moreira e Anorkinda Neide

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Dos sentimentos e da natureza
 
Raiou o sol,
a Terra se iluminou.
E a lua, de plantão,
prateou a escuridão...
 
Raiou o dia,
projetos se criaram...
Chegou a noite,
amores se encontraram...
 
Adentrou a noite,
relações se solidificaram.
E o sol, de passagem,
riscou a imensidão...
 
Adentrou a lua,
a Terra se refrescou...
Chegou o dia,
tristezas se despediram...
 
Jane Moreira e Anorkinda
 

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Entre os sonhos e as estrelas
 
Montada na lua,
conto segredos
e os deixo com ela.
Mostro-me nua,
sem pejo, sem medos
e minh’alma se revela.
E avisto a Dalva estrela
que me dá uma piscadela.
 
Assim exposta, sou tua,
sem qualquer arremedo.
Transito entre o sonho
e as estrelas,
sem saber se é cedo
pois meu amor regressa
sempre de forma estranha,
te querendo às avessas.
 
Jane Moreira e Anorkinda
 

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 Fadas cantantes

 
Na névoa da madrugada,
Ouço risos vindos da mata
E vou chegando devagar,
Saboreando cada instante
Daquele som ainda distante...
 
Pequenas luzes, por entre as folhas,
Ao longe, vejo a brilhar.
Vultos reluzente, dançantes,
Figuras etéreas cantantes...
Que me fazem sonhar... 
 
São fadas a ensinar sobre as escolhas
Lindas e ingênuas a voejar
Me convidaram a curtir
da noite o seu luzir...
E eu me entrego sem pestanejar...
 
Nesta etérea madrugada
Eu vi lindezas e sou grata
a todos os elementos do ar
pela honra e pelo mistério
da comunhão levada a sério...
 
Jane Moreira e Anorkinda

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 Falsa imagem


Realidade cruel
Escondo-me numa casca
Que ninguém vê...

Beijos com gosto de fel
Revoltam meu ser
E ninguém vê...

Quero provar do mel
Que se esconde de mim
Mas ninguém crê...

Pensamento vil
Perpassa-me em onda
e ninguém crê...

A vida segue a mil
atropela meu ritmo
e ninguém vê...

Quero o céu de anil
que brilha em mim
mas ninguém vê...

Jane Moreira e Anorkinda

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 Fantasias astrais


Corre, vento!
Vem beijar
A minha face,
Vem secar
Minhas lágrimas,
Vem brincar
Com meus cabelos.
Corre, vento!
Vem ligeiro,
Feiticeiro,
Vê se
Leva
contigo
A tristeza
Que carrego
Comigo.

Venha, sol!
Vem afagar
a minha pele,
Vem esquentar
a minha alma,
Vem irradiar
tua alegria.
Venha, astro-rei!
Vem fagueiro,
Companheiro,
Lê na
linha 
do tempo
A receita
de ser
feliz.

Jane Moreira e Anorkinda

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 Inverno


O inverno chegou de repente,
Mas eu ainda vivia o outono!
Chegou, assim, inclemente,
O inverno, da velhice, o patrono...

Sentada olhando as roseiras,
Desfolhadas no meu quintal,
Senti, do tempo, a barreira
É o início do fim, afinal! 

O inverno me fez olhar pra trás
e do tempo que não volta mais
Chegou uma mensagem audaz
O inverno é preparo dos tais

Movimentos que a vida impõe
Corajosa, rendi-me ao forte
clamor do vento que me depõe
as pétalas mas me dá o norte 

Jane Moreira e Anorkinda

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Meu caminho

Quando eu nasci,
Não veio “anjo torto”
Dizer-me se eu seria
“gauche” ou não.
E eu, cresci
Fiz o que quis
Escolhi meu próprio caminho...

Quando me defini,
não preocupei
com opinião alheia
ou em que rótulo
eu cabia...
Fiz o que quis
Envolvi o poema com meu brilho.

Jane Moreira e Anorkinda

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 Microcosmo


Maravilhoso pequeno
ser
Vida que veio de outros seres
És Universo em verso e prosa.

Te louvo em ameno
sopro
Me guias na trilha dos dizeres
És Completa poesia e doação.


Jane Moreira e Anorkinda

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 Minha criança é traquina


sou menina
sou mulher madura
a vida sempre nos ensina
e brincar, sempre traz a cura

sou traquina
sou sem frescura
sempre futriquei na vida
a procura de brinquedo e aventura

Gosto de rir à vontade
De mascar chiclete
Andar de bicicleta
Posso até brincar de boneca

É que a minha criança não é escondida
Vive em mim, palpita, cheia de vida
Posso brincar com meninas
Posso brincar com meninos
Na verdade, sou bem traquinas
Sou molequinha, cheia de mimos...

Anorkinda e Jane Moreira

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Minha história
 
 
Contemplei a lua, paixão do poeta,
Visitei as delícias de Eldorado.
Li todo o livro dos profetas
E, na festa de Baco, cheguei atrasado.
 
Provei o manjar dos deuses, ajoelhado,
Senti a respiração de um querubim.
Voei com Pégaso, o cavalo alado,
E dancei com as fadas em torno de mim.
 
Comprovei que os dias são eternos,
Conversei com os reis das florestas.
Vi de perto o nascer dos mundos modernos
E, cheio de júbilo, ouvi lindas serestas.
 
Plantei sementes de luz pelas frestas,
Sorri com gosto ao Príncipe dos mares.
Doei-me aos unicórnios de mágicas testas
E saciei de comer as maçãs dos santos pomares. 
 
Fui eu, quem, na verdade, abriu a caixa de Pandora,
Visitei Shangri-lá e quase fiquei por lá
Encontrei Barba Negra, o pirata, nos mares de outrora,
E com Jorge Amado, um dia, comi vatapá
 
È tão rica e profícua de minha vida a história
Que, infelizmente, não posso contar tudo aqui.
Foram dias de muita aventura e glória,
Acredite ou não, foi assim que vivi.
 
 
Duvida?
 
Jane Moreira e Anorkinda Neide

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 Na cara da noite


Vamos enfeitar
a cara da noite
maquiar o ar
sombrio açoite

Vamos juntas dançar
com a estrela da sorte
ondular este mar
bravio do norte


Vamos comemorar
vamos juntas dançar
no chão das estrelas
à luz do luar

Vamos então brindar
à sorte, à noite e à estrela do norte
As fadas a abençoar
o colorido da noite.

Anorkinda e Jane Moreira

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Nas asas do vento...
 
Como pássaro voando veloz
Procurando seu rumo, seu norte
Seguindo o instinto  como se ouvisse uma voz
Correndo para a vida, fugindo da morte...
 
Me vejo desviando de apuros
aproveitando correntes de ventos favoráveis
Intuindo que somente em movimentos seguros 
poderei vencer meus períodos instáveis...
 
Jane Moreira e Anorkinda

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 NOVO MOTE


Já era hora de virar
aquele jogo bobo
Desprezar a demora
e convidar o novo

Queria comemorar
o dia da boa sorte
Namorar a fantasia
e inovar o mote

Já é hora de mudar
Mudei o rumo do meu norte
Cansei-me de esperar
Encontrei a boa sorte

Novo jogo, então, joguei
Minha história então mudou
Meus sonhos reinventei
E novo mote me alcançou.

Anorkinda e Jane Moreira
 

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O Jardim das dálias
 
Com dois passos trôpegos
ajustando as sandálias
Persegui, a goles sôfregos
o perfume das dálias
 
Com um enorme prazer
admirando a paisagem
Descobri-me a verter
lágrimas de coragem
 
As alegrias trancadas
Voltaram naquele instante
E voltaram embrulhadas
Em ondas asfixiantes
 
E se soltaram no jardim
Onde tantas vezes sorri
E aquelas lágrimas, enfim,
Secaram, então, eu sorri
 
Anorkinda e Jane Moreira

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O sinal
 
Cruzou o céu
o rabo do cometa
ouviu-se uma corneta
o zumbido destacou-se ao léu
 
Que será que era
este sinal original,
um acaso proposital
ou o signo da Nova Era?
 
Se me fora dado decidir,
diria que a nova era
já chegou para garantir
a limpeza da atmosfera.
 
E o sinal sonoro seria
a resposta lá do céu,
que, com toda a sabedoria,
O planeta ressuscitaria.
 
Anorkinda e Jane Moreira

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POESIA E LOUVOR

Poetar, sina do poeta
Amar, ensina a vida
Por te amar, em carta aberta
Vivo a poetar minha ferida

Pousar, diz a seta
Parar, bendiz a trilha
Por me amar refiz a meta
Verso meu que mais brilha

Sou poeta, sigo a seta
E dos astros sou amigo
E bendigo a minha meta
E dos que vem versar comigo

Nos meus versos canto o mundo
E louvo toda a emoção
Louvo todo o sabor profundo
E louvo a trilha, minha direção.


Anorkinda  & Jane Moreira 

 

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 Recadinhos


Vou mandar por e-mails
vários e miúdos recados
falando de meus freios
e osculando pecados

Vou deixar no virtual
as vontades de falar
das nuvens e do mal
parecendo ser normal

Quem receber os pecados
Em forma de doces beijinhos
Saiba que são meros recados
Recheados de carinho

Não falo mais no real
Pois não querem me escutar
Mas no plano virtual
Só preciso digitar

Anorkinda e Jane Moreira

 

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 Risco e meta


Destino desatino
corro os riscos
abro os veios
os entremeios

Vasculho de olho
nos perigos
abro sorrisos
aos avisos

Destino arriscado
Seguir destemido
É meu predicado

Vou de sobreaviso
No choro ou no riso
Na curva ou na reta

Cumprir é a meta.

Anorkinda e Jane Moreira

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Sem amarras
 
Venci o medo
aqui estou...
Amando o sossego,
eu me dôo...
 
Meu mundo
é multicor...
Soltando amarras,
eu vôo...
 
E nada me prende
ou detém.
Eu sigo meu mote
E vou mais além.
 
Liberdade conquistada,
Antes apenas sonhada.
Sigo em frente,
Libertada.
 
Anorkinda e Jane Moreira

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Sentiverso

Meu verso
Rasga o pensamento
E eu nem preciso
retê-lo...

Meu verso
Vem sem pedir licença
Avança pelo momento
Invade minhas mãos
E corre solto no papel...

Meu verso
puro sentimento
esparge os perfumes
do desvelo

Meu verso
Toca com tua parceria
as paredes do tempo
Idade e formação
Voa livre na linha do céu

Jane Moreira e Anorkinda

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 Só


Não chegue
Nem venha
Deixe-me só

Não quero
Ajuda nem dó
Deixe-me só

A dor é minha
Sinto sozinha
Não vou dividir... 

Me amo
Protejo-me
Quero-me só

Me seguro
Aconchego-me
Quero-me só

Sem dó de mim
Sinto, enfim
toda dor sumir...

desfeita no próprio pó.

Jane Moreira e Anorkinda

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 Sou e estou


Nada sou.
No Universo, sem ser,
Na quietude
Da noite sem fim,
No espaço sem cor,
Sou poeira, sem dor.

E quando atinjo a Luz,
Eu sou, eu estou,
No mundo de cor,
Repleto de amor,
Em conjunção com o Bem,
Com o Universo, eu sou alguém.

Enquanto Ser de Luz,
Eu estou, eu sou
Própria irradiação,
Estrela perfeição,
Em alinhamento com os Astros.
Com a Lua, eu sou meus rastros.

Na magnitude,
Tudo sou.
No Universo, meu ser,
Na infinitude
Completa dos espaços,
Ligo nossos passos
Porção do amor.

Jane Moreira e Anorkinda

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Um sonho natural
 
Luzes dançam lá no alto
a abóbada celeste está em festa
minha alma está por lá também
celebrando com todos os anjos
 
Abracei duas super-novas
que chegaram, bem-vindas
a um cosmo todinho renovado
Cintilei feliz, como purpurina
 
Sorrindo, olhei ao redor, afinal,
As estrelas aplaudiram, piscando.
Anjos tocavam melodia celestial
E percebi que tudo aquilo é natural...
 
E foi tão belo aquele instante,
Junto aos anjos e querubins,
Que ao acordar, ainda cambaleante,
Eu quis continuar sonhando...
 
Anorkinda e Jane Moreira