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A primavera tá piscando aqui no sul
 
 
Corujando a lua na janela azul
vi pássaras belas e alvissaneiras
remetendo-me à primavera do sul
de tão úteis e tão verdadeiras
 
Os pássaros voam ainda lentos
Como quem desperta na beleza
Olho na janela e lamento
Que ainda durma na tristeza
 
Pensamentos rumam ao norte
Envoltos em suspiro profundo
Ansiando a chegada da boa sorte
Desta primavera a perfumar o mundo
 
O frio já está indo embora
O sol mais quente e amigo
garante que me adora
e no meu peito faz abrigo.
 
 
 
Lena Ferreira, Amélia Morais, Viviane Ramos e Anorkinda

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A refletir...
 
Eu não sei se já sofri
o suficiente pra hoje
Eu não sei se já lutei
o bastante por hoje
 
Os campos floriram
pela última vez
até a chegada
da primavera
 
Eu não sei se já cumpri
toda a minha missão
Eu não sei se o que sofri
Foi a toa, por pura ilusão
 
Contemplo as flores derradeiras
Na primavera que se vai lentamente
Morrendo as flores sob o sol inclemente
E penso se minhas lutas foram verdadeiras....
 
Não sei se minhas aventuras,
tornaram-se desventuras,
se o doce virou amargura,
ou foi o destino que quis assim...
 
Só sei que contemplo,
o que fez o tempo,
para estar aqui divagando,
por que eu sou assim... 
 
Anorkinda, Jane Moreira e Kleber Bernardes

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Amigas da poesia!
 
Quatro mosquetes no ar
em defesa da liberdade
de versos presos em rimas
amarras silábicas tantas
 
Quatro, de par em par
de mãos dadas, amizade
gritos que diluem cismas
e seguimos como santas
 
De espadas em punho, brados proclamam
uma por todas e todas por uma!
Enquanto buquês de poesia, declamam
 
Poesias tantas que nos clamam
não estejam presas a coisa alguma
mosqueteiras que se amam!
 
Lena Ferreira, Anorkinda, Marcia Poesia de Sá e Viviane Ramos

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Anjo do meu caminho
 
Quem me dá a mão para seguir o sol
Em torno dos sonhos que voam com o vento?
 
Quem em total contentamento
Aposta em meu sorriso?
 
Com brisa do mar
E destempero do tempo?
 
Quem colore esta minha pequena vida
em contornos arco-íris e crayon de primaveras?
 
Quem desfila em nuvens-passarelas
e gosta de minhas canções?
 
Com beijos de amar
são os anjos da quimera!
 
E quem recolhe emoções,
Restos de risos que ecoam no ar?
 
E, no jardim da minha existência,
Planta as flores da minha vivência?
 
Com ternura e carinho
Sempre o anjo em meu caminho.
 
Mavie Louzada, Anorkinda Neide e Jane Moreira 

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APRENDIZAGEM
 
pode o homem andar mil léguas
e ferir-se em fartos espinhos
até entender os rastros
que deixou pelos caminhos. 
 
mas não pode desprezar as réguas
da divindade e seus escaninhos
nem compreender dos astros
a mensagem dos desalinhos 
 
Pode o homem andar mil léguas
ferir-se num cacto
olhar a divindade, fazer pacto,
semear mundo sem trevas ? 
 
Pode o homem andar mil léguas
Ferido e sem carinho
Até entender que o tempo
Cura todas as feridas
 
Claudia Imbovich, Anorkinda, Danniel Valente e Nice Canini

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Através dos Séculos
 
E a noite menina, cirandava seu manto,
enfeitava-se de cometas e estrelas,
suspirava de amores pela linda lua.
A noite menina preparava-se mais ainda...
 
E a noite menina, cantava seu cântico,
encantava-se com vozes angelicais,
adoçava os corações em linda luz.
A noite menina anunciava-se natal...
 
E a noite menina, feliz e silenciosa,
Dos astros no céu, da chegada da Luz.
Anunciava o Natal, já nasceu Jesus.
Dos anjos se ouve canção maviosa.
 
Hoje,a noite madura, respeitosa,
Festeja, com louvor e sentimento,
O grande advento na noite silenciosa:
De Nosso Senhor, o sagrado nascimento.
 
Glória a ti, Jeus Nazareno!
 
Godila Fernandes , Anorkinda e Jane Moreira

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Das relações
 
No ata e desata
das paixões
livre é a cascata
de emoções
 
No amarra e desamarra
das dores nos corações,
libérrimo é,  do
marrento, a marra,
de risos e grandes
iusões....
 
No ajuste e desajuste
de todas as relações,
pudores são embustes
e também alienações.
 
Na angústia do momento, os viajantes
aprendem que as amarras são ilusões,
que os caminhos dos itinerantes
é que trazem o selo do amor e sensações!
 
Anorkinda, Godila Fernandes e Jane Moreira

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De encontros e emoções
 
Quando estamos juntos,
Nós nos perdemos
E nos encontramos
Ao amor, nós sucumbimos
Ao desejo, nós nos rendemos
 
E de paixão nos incendiamos...
 
Quando ficamos juntos
nós nos rendemos
e nos subjugamos
ao amor, nós dois unidos
em desejos assumidos
 
em profunda emoção nos misturamos...
 
Quando estamos juntos,
e paixão desvairada,
de almas apaixonadas,
que se fundem,
e se confundem,
nos misterios do amor...
 
Entre beijos e desejos nos perdemos...
 
Quando estamos juntos,
saciada a sede de paixão
olhos nos olhos, mão na mão,
Sentimos nossas almas se unirem
 
E em paz e alegria nos encontramos.
 
Quando estamos juntos,
o tempo se enche de graça,
o mesmo tempo não passa,
e como existissem só nos dois...
 
e os outros sentimentos virão depois...
 
Jane Moreira, Anorkinda e Kleber Bernardes

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Desatino
 
Caminhos tantos percorri
E de tristeza quase morri...
Por ter amado e não ser amada,
Andei perdida nas madrugadas...
 
Pedras me pisaram, sangrei...
Muitos me amaram, amei...
Outros me odiaram...
Pequei! 
 
Ainda viva, gritei...
revoltada, vociferei
contra o destino
 
Corpo exausto
trilha sem fausto...
dei-me ao desatino 
 
E fiz amor sem amar
E me entreguei sem me dar
E sorri para não chorar
 
E chorei para comover
E me miserei para poder viver
E muito dei, sem nada ter.
 
Stella Vives, Anorkinda e Jane Moreira

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Divertidos devaneios
 
Pulei uma poça d'água
saltei o capim tão alto
virei a tinta na roupa
vestida de azul cobalto
 
Dancei um frevo maluco
derramei o chimarrão
gritei bem alto e forte
imitando o rugido do leão
 
Rodei pelo mundo afora
vestida de cor-de-rosa
O mundo é tão noves-fora
e as nuvens são terras chuvosas
 
Tomei banho de cheiro
Perfume de capim molhado
Deitei num lençol de estrelas
Dormi sonhando acordado.
 
Acordei deitada no chão
O rosto todo pintado
Cabelo todo molhado
E cheirando a chimarrão!
 
Amélia de Morais, Anorkinda, Mavie Louzada e Jane Moreira

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Festa na noite
 
Bailam as luzes da noite
em algazarra bulhenta
nas tristezas, açoite
 
A mariposa tonta de luz
voa cansada, sonolenta,
o vaga-lume busca pernoite
 
Nuvens descem em gotas castas
 
como esses versos, em cascatas
 
Anorkinda, Rui E L Tavares e Lena Ferreira 

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Insensatez
 
Um dia derrubei uma árvore
que crescia em meus sonhos
Tão linda, ela satisfazia
meus desejos mais risonhos
 
Golpeei-a com uma força
que crescia em meu peito
Tão nublado, absorvia
meu insano e vil defeito 
 
Um querubim por ali passava,
e bem junto a mim sussurrou:
-Não desfaça da semente!
Batendo as asas...voou
 
Bem no fundo,adormecido,
pedaço de um desejo brotou
No coração...junto à esperança
de refazer a insensatez do gesto
 
Mas vi que por ventura
uma luz em mim desceu
Apesar da desventura
que na árvore abateu
 
Chamou-me a realidade
que a vida ali gerara
E com amor em igualdade
fora deus quem a criara 
 
Anorkinda, Mazeh Lage e RosaMel

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LUZ MENINA
 
Nesse teatro de sombras,
Que a noite propicia,
Repousa em luz o menino,
A estrela alumia...
 
Sombras vestidas de Luz,
E de amor Incondicional:
A Santa Família
do Menino Jesus,
Festeja o Natal.
 
Simplicidade
reinando
no trono 
Do Rei dos Reis
pastores, 
Animais, 
Manjedoura, 
E os sábios reis. 
 
De forma natural,
Animaizinhos
Da evolução
Rendem graças,
Igualmente,
À luz que se 
Fez menino,
Nesta noite
Redentora.
 
Dos presentes,
Mágicos e reais,
A simbologia
Sagrada
abençoando 
A Luz na Terra.
 
Incenso, mirra e ouro,
Foram ao menino 
Ofertados:
Representando 
O ouro a realeza,
O incenso, 
A espiritualidade,
E a mirra, 
Simbolizando
A imortalidade.
 
O céu coloriu
a alegria
a Boa-Nova
em alegoria
Viva o Menino-Deus
doador da Harmonia!
 
Gladis Deble , Jane Moreira e Anorkinda

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Luz na manjedoura
 
Era noite estrelada
e aquela mais bela
luziu, piscou, teimou
diretamente me levou
 
À manjedoura divina
e ali, em mão feminina
ele iluminava, bebê
fez o grande amor verter
 
E a palha fofa, o feno
os vegetais em surdina
cultivam desde pequenos
uma vocação divina
 
Os animais agrupados
na ordem da sua espécie
aguardam apaziguados
pela estrela que aparece
E a estrela foi guiando
Os reis sábios que, chegando,
Trazem presentes para o menino Jesus
Doce menino, na palha, Ele é Luz!
 
Noite tão linda, de cometas no céu
recebe o menino que hoje nasceu
Menino tão santo, tão abençoado
Eleito de Deus, Nosso Senhor amado!
 
Anorkinda, Gladis Deble e Jane Moreira

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Mosqueteiras em Ordem e Ação!
 
Canetas postas
contra regras impostas
palavras a se rebelar
 
Revolução contra a métrica
ou loucura desperta
há quem vai julgar
 
Importa que a vontade é certa
o amor é nobre meta
que nos conduzirá
 
Pelo fim da ditadura torta
a favor, a rima a escoar
sem saber onde vai dar
 
Sabemos da vida doida
em versos ensandecida
pelo prazer de criar
 
Nos vale que venha conosco
disparar letras quentes
no vil que sucumbirá
 
Nas curvas, esquinas, ruas
palavras cruas são declamadas
sem sentido algum, sem sal
 
Propomos uma reforma
arquitetônica imediata
na estrutura do versejar
 
E no lugar de rimas
colemos asas em cada verso
para que atinjam o infinito
 
E que nele esteja escrito
liberdade para voar
prrenúncio do emocionar
 
E assim sendo, voe livre
sem gaiolas nem suplício
na contagem deste abismo
 
que reduz a criatividade
implanta inconformidade
mata a naturalidade!
 
Viviane Ramos, Anorkinda, Lena Ferreira e Marcia Poesia de Sá

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Na noite estrelada
 
 
Queremos ver a noite mais estrelada
na magia da alegria do coração
e no abraçar da mais abençoada
amizade nesta data de oração.
 
Erguer aos céus nova prece
na mais singela canção
Tudo que o mundo carece
é mais amor e doação.
 
E na noite do rei menino
Cantam anjos com emoção
Ao aniversariante celeste
Que ensinou o que é perdão.
 
E o sino pequenino
Que soa neste momento
È DEUS falando conosco
Que a vida é renascimento 
 
E renasce em todo Natal
O exemplo que Ele deixou
De amor incondicional
Pelo irmão que o condenou.
 
Anorkinda, Gladis Deble, Nice Canini e Jane Moreira
 

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Noite em devaneio
 
Fui levada de meu sonho por um dragão prateado
que mostrou-me toda magia de uma noite de lua cheia...
 
Vi os contornos da arora se formando em luz dourada
Conheci os segredos de um mundo em trevas delineado...
 
Beijei ardores dos astros apaixonados
e bailei na companhia dos mistérios inefáveis...
 
Não sei como aconteceu... Foi o vento...
Mas quando o sol chegou... Estava só no meu leito...
 
Na solidão de minha vida, contruo sonhos de luar
e me entrego aos perigos de toda a vida...
 
Lá longe, meu castelo me espera...
 
Márcia Poesia de Sá, Anorkinda e Sírius A

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ONDAS AGITADAS!
 
As ondas estão agitadas,
não posso me defender,
minhas mãos estão atadas,
peço ajuda a voce...
 
Nessas ondas da agonia,
Lutando contra a maré,
Vou levando a poesia,
Pois em você eu tenho fé.
 
Meu pulso, como ondas
num bater crescente
faz dos versos, rondas
esperando-te, silente.
 
O vai e vem inconstante
que rolado a beira mar
me deixa por um instante
olhando a lua a sonhar.
 
Mesmo que esta vida,
seja um aceso pavio,
estarei com voce querida,
em paz...no convés deste navio.
 
E zarpamos mar adentro,
De mãos dadas com a alegria.
Eu e você e, no centro
De nós dois, a poesia!
 
KLEBER BERNARDES, JANE MOREIRA, ANORKINDA, ROSAMEL

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PONTO CRUZ DA POESIA
 
Bordado conjunto
de amizade colorido
ponto a ponto bonito
um trabalho pelo mundo
 
A agulha e a linha
com todo o cuidado
vão tecendo bordado
com a amizade vizinha
 
E esta teia caminha
embalada na brisa,
Como fio serpenteia
no vestido e camisa.
 
Fortalece amizades
no bordado que tece,
Faz de amor uma grade
Com os anjos em prece.
 
Anorkinda, Telma Moreira e Gladis Deble

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Quereres...
 
Quero ir além da igualdade
Onde a felicidade
Vai além do caminho
 
Quero ser seu porto
Seu ninho
Ser a sua morada
 
Quero rir em liberdade
e menosprezar a saudade
distribuindo carinho
 
Quero ter seu corpo
em desalinho
Ter sua presença amada
 
Quero poder com você caminhar
Ou, então com você ao meu lado
Ver a noite morrer e o dia chegar
 
Quero ser seu ponto de chegada
Quando e sempre você precisar
E, se quiser, pode ficar.
 
 
Mavie Louzada, AnorKinda & Jane Moreira

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Sutilezas de minha vida
 
Nas sutis linhas de minha vida fiz meu ninho
Na fragilidade de minha dor doei meu amor
 
Com fé nas luzes do caminho compus a lida
Com a coragem e o ardor criei meu sabor
 
E a flor bailarina... de saia de voal
deixa-se se conduzida por seu par predileto...o vento.
 
Sírius A, Anorkinda e Márcia Poesia de Sá

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UM DIA APÓS O OUTRO
 
Quem me segue sem medo de amar?
Quem me segue de mãos vazias
cantarolando pro mar?
 
Quem consegue ficar à toa
num dia de semana?
Quem vive numa boa? 
 
Eu vou, sou menina arteira
Sigo o ruído que soa
Das ondas que arrebentam na areia
 
E nesse dia eu vou nadar
Pescar e sentir o ar que emana
Da água e dos peixes do mar.
 
À tarde vou passear no parquinho*
Vou andar no carrossel
Comer algodão docinho, docinho
 
Termina o dia, estou feliz
Gastei a energia, durmo feito pedra
Amanhã peço bis!
 
Anorkinda, Jane Moreira e Diná Fernandes