A a E
À Aventura
Integrei-me ao destino
não julguei o desatino
Joguei-me à aventura
não temi a desventura
Lancei-me a voar
viciei em revoar
Icei-me à paz
de ser capaz
Anorkinda
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A CONQUISTA
Parece estranho, mas é isso mesmo...
Eu não era nada mais que uma lesma.
Lentamente me arrastava por este solo
E nada de bonito encontrava para meu consolo.
Como eu desejava sair desta dimensão...
De não estar em tão baixa situação.
Eis que uma fadinha sussurrou-me:
- Não precisas continuar com esta tristeza sem nome.
Um antigo segredo ela me revelou...
E num humilde caracol ela me transformou.
Agora levava eu eu trabalho duro:
Já podia esperar por um belo futuro!
Aquela concha nas costas pesava...
Porém, com ela eu marchava
A rastejos largos em direção
A uma outra transformação!
Então, num casulo me fechei
E ali, na escura solidão, asas eu criei.
E quando senti que era chegada minha hora
Como borboleta nasci e fui embora!
Minha percepção mudara, onde estava aquele velho mundo?
Minha vida se revelara num sentimento profundo.
E voei. No alto, no baixo, no colorido e no sem cor
Conhecendo outros ângulos, com olhos de amor.
E no meu vôo, minha beleza não vi
Mas nas lesmas, lá embaixo, percebi
Um inquieto desejo de voar assim:
-Venham amigas, pra perto de mim!
Anorkinda
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A DEVANEAR
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À espera da noite
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A estranha
Diante do espelho da razão
foi impossível reconhecer-me
Mediante artifícios busquei-me
filosofei, analisei, em vão
Meliante desatino, roubou-me
a calma, incômoda sensação
Doravante utilizarei o coração
como instrumento, valei-me...
é melhor sentir-se do que saber-se!
Anorkinda
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A menina do meu sorriso
De pé no chão
peladinha
Sair a correr
pelo quintal
pela areia
onde for...
Ursinho na mão
agarradinho
Fingir conversas
com bonecas
com desenhos
o que for...
Dentro do coração
quentinho
Vai a menina
pela vida
pelos atalhos
por onde for...
Sempre com um sorriso em flor!
Anorkinda
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A PARTIR DE AMANHÃ
Será amanhã o dia possível
aquele das resoluções
penduradas
Será amanhã o dia visível
cheio de movimentos
orquestrados
Será a partir de amanhã
que meus planos
andarão
Será a partir desta manhã
que meus sonhos
vingarão
Anorkinda
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A Professora faceira
Era festa?
Era brinquedo?
Não... era aula
da professora faceira.
Não faz muito tempo
eu botava lenha na fogueira
dos estabelecimentos de ensino
e dava aula, feliz da vida...
mais dançando e cantando
do que ralhando.
Anorkinda
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A SAUDADE
De quando em quando
A saudade chega.
Vem perturbando...
Me invade e não sossega.
É de repente
Que ela se intromete.
Vem feito serpente
E me submete.
Aguda agonia,
Como um lento veneno
Injeta melancolia
Em meu rosto sereno.
Anorkinda
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A sorrir...
Por aí...
me perco a flutuar
de dia, ao acordar
e à noite, ao tentar
dormir...
A sonhar...
brinco em algodão
de nuvens, grão
de prazer, comunhão
a sorrir...
Anorkinda
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A Versar
Vi
Meu reflexo
de ostra
do mar
Li
Meu destino
de fada
do ar
Abri
Minha concha
deixei a luz
entrar
Ajustei
Meus horizontes
Bebi novas
fontes
Encantei
Meus vestidos
Surgi a
Bailar
Soltei
Minha pérola
Venci a
versar!
Anorkinda
Neide
Luz
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A Viagem da silenciosa borboleta
Verdes folhas já amarelecidas
Voam com o vento de outono
Fresca aragem estabelecida
em meio às arvores, um recanto
Leves seres da transparência
louvam a vida em dimensões
As cores da noite em essência
preenchem a alma borboleta
Neste voo noturno, encanto
respiro o ar energia
abasteço-me nesta paisagem
Luz de cor violeta
Inspiro a sutil magia
de ser silenciosa borboleta em viagem
Anorkinda
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A viagem na palma da mão
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ABRI E SAÍ
Abri
de par em par
as persianas do tempo
Sorvi
em tragadas
a eternidade do vento
Sofri
de ais em ais
os suspiros da dúvida
Ouvi
em sussurros
a melodia da vida
Subi
de par em par
os degraus do fim
Saí
em revoadas
os fragmentos de mim
Anorkinda
............................................................................
ACORDANDO PÉTALAS
Lentamente um sussurro
Possuiu-me...
Ele soprou como aragem,
Definiu-me...
Abri cada uma de minhas pétalas,
Curiosa...
Palavras que dormiam, agora
Despertas...
Alvoreceram neste jorro
de suspiros.
Festejaram a coragem
dos sentidos.
Hoje sou rosa descoberta,
vitoriosa!
Minhas pétalas exalam o perfume
dos poetas!
Anorkinda
..............................................................
Agraciada
Sem chance pra depressão
É o momento da emoção
Que furtiva assume posição
E comanda o coração
Sentimento de alegria
Pelas experiências vividas
Mesmo sofridas ou agonia
São dádivas agradecidas
Com elas amadureço
Experiências vivências
Não há outra maneira
De prosseguir, então peço
Experiências conveniências
Deixem-me inteira!
Anorkinda
.................................................................
........................................................................
ÁGUAS MANSAS
Pareço um lago de águas mansas
O que só eu conheço
são minhas profundezas
repletas pelo meu apreço
Submeti ao fundo deste aparente
lago, o que eu amo:
o bom-humor irreverente
e a animação sem dano
Isso faz de minhas águas mansas
um espelho refletor:
quem a mim alcança
vê a si próprio em esplendor!
Anorkinda
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Além do horizonte
Recebi flores vindas de um lugar distante
Perfumadas com as cores do horizonte
Tons e fragrâncias deslumbrantes
Originadas nos presentes instantes
Invadiu-me auras de além horizonte
Coloridas pelos timbres da fonte
Luzidia de amanheceres instigantes
Berço de lendas, fadas e gigantes
Nas pétalas multi-cores
suspiros de amores
de diversos sabores
Nas delicadas flores
promessas indolores
de matizes e primores
Anorkinda
...................................................................
.....................................................
ANDARILHA(R)
............................................................................
ANDORINHAS AZUIS
Nos céus de imensidão sempre azul
Me perco olhando a paisagem
Meus olhos dilatam e seguem o sul
Os véus de neblinas, fria aragem
Me prendem neste chão
Não ouso seguir a longa viagem
O voo das andorinhas rumo ao sul
Me remetem à solidão
Meus sonhos ganham tons de azul
Não perdoo a ditadora razão
Me permito a bobagem
Não me intimido à real noção
E me disfarço em penugens e sigo as andorinhas azuis
Anorkinda
......................................................................
Angústia
..........................................................
ANTAGÔNICA
Todo dia de calor
faz frio em minh'alma
Todo tipo de vapor
condensa meus pensamentos
Toda chuva fina
resseca meus sentimentos
Nem todos os mantras
reunidos do mundo
conseguem devolver minha calma!
Anorkinda
....................................................................
AO EXPLICAR-ME
A rotina dos meus devaneios...
O dia-a-dia dos meus anseios
transparecem em poesia
que de mim brota, sadia
A fantasia em que adormeço...
O vigor novo em que amanheço
esclarecem meu dom
sem medida ou tom
A materialidade me aniquilaria
num mundo caótico sem harmonia
Sem o devaneio e a fantasia
meus dias cairiam em agonia
A espiritualidade se comprova
num mundo que sempre se renova
A rotina de amanhecer nova
todo dia, me põe sempre à prova
Muito já bati em mesma tecla
e em racionalidade que disseca
a realidade íntima bateu mais forte
e me rendi a minha própria sorte:
De ser poetisa e revolucionária
Sem armas ou brados, libertária!
Mostrando em exemplo vivo
a felicidade de não estar-se cativo!
Anorkinda
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AO EXPLICAR-ME ll (DUAS EM UMA)
Na vivência de não ser cativa
das razões nem das soluções
fáceis ou mesquinhas
Abri a consciência em ativa
tendência a não ter preconceitos
nem ideias amarradas
E meu lado místico desabrochou
na rosa das emoções
férteis e intuitivas
Aceitei o que se mostrou
pungente em perfeitos
sinais abençoados
E na cadência das experiências
internas e demonstrações
da grandeza da infância
Segui acarinhando a criança
minha em satisfeitos
folguedos e espontaneidade
Assi, meu versejar dança
em pueris evoluções
no ritmo do prazer de viver!
Anorkinda
......................................................................
Ao futuro
Ah...futuro que inexistes
Faço-te aqui presente
Em detalhes persistentes
Deixa que eu cancele
o movimento triste
das perturbações
Ontem, com o dedo em riste
o passado carente
jogou-me em rosto, sementes
Hoje o pensamento insiste
numa história ausente
De palavras indiferentes
Ah...futuro, traduzistes
Em memória veemente
Meus versos remanescentes
Deixa que eu te modele
No barro enriquecido
das imaginações
Anorkinda
..................................................................
Ao talento de Deus
........................................................................
..................................................
APENAS MULHER
Conviver com ela
não é fácil
é mais seguro
dela fugir...
Conhecê-la
também
é difícil
é intuir!
Ter prazer nela
é glorioso
é a mais pura
dádiva...
Reconhecê-la
harmonia
e plenitude
Diva!
A mulher...é ela
dentro de mim
a estrela
companheira...
Desconhecê-la
é perder
o fio da vida
eira nem beira!
Anorkinda
....................................................................
Apesar do medo
Mesmo que, trêmula, eu vacile
Ainda que em dúvidas eu tonteie
Ainda assim eu persevero
Talvez, inquieta, eu não durma
Apesar do medo que perturba
Apesar disso, não desespero
Ao incerto, confiante, persuadi
Uma vez que me venci
Uma vez que me venero!
Anorkinda
.......................................................................
APOSTA
Apostei...
Poderia ter perdido a vida,
As mediocridades...
Poderia ter desperdiçado as chances,
As oportunidades...
Acertei!
Agora estou ganhando a vida,
As bênçãos!
Agora tenho novas chances
De redenção!
Anorkinda
...............................................
APRENDIZADO
Vou caminhando
por aí, atenta.
Por todo lado
tem aprendizado.
Basta juntar
as pontas
do fio da vida...
Vou dançando
no ritmo bom,
naquele bailado
quase alado...
Bem parecido
com as tontas
mariposas da luz.
Sou fascinada pela claridade
dos ensinamentos!
Anorkinda
...............................................
Aquele tempo
...........................................................
AQUI MESMO
...............................................................
Arranquei mansidao de mim
Cavoquei lá no fundo
de mim mesma
Encontrei-a sozinha
e sonolenta
Encerrada por tantas
emoções
Desdenhada pelas
loucas sensações
Acordei-a com um
beijo pleno
Arranquei a mansidão
de seu entorpecimento
Anorkinda
.........................................................
ARTESANATO
Gosto é contar
que e vivi
de artesanto!
Com ele criei
dois filhos
e comprei uma casa!
Gostoso é lembrar
da beleza que vi
no artesanato!
Criatividade saboreei
a cada dia
novas criações a pintar!
Gostoso é contar:
enfeites de isopor
era o meu artesanato!
Como os castelinhos, eu brilhei
e coloridas velinhas
eram o nosso encantar!
Anorkinda
...............................................
As horas
e as horas passam
as horas mortas
as horas presas
eu me calo
eu me rendo
e eu me acabo
e a vida range
a vida constrange
eu desisto
eu não resisto
e a razão subverte
a razão submete
a razão mente
eu me policio
eu me prendo
e eu me entrego
Anorkinda
...............................................................
As marcas que o dia deixou
Em dia de sol
segui brincando
divertindo a brincadeira
Infância sem fim
onde demarquei
meus horizontes
Aqui em mim
ficou o que ousei,
a magia dos instantes
Em eterno dia de sol
aprendi brincando
curtindo de toda maneira
Anorkinda
.................................................................
................................................................
Asas do sonho
Pousa em mim, quando durmo
asas de sonho, liberdade
Ousa, uma parte de mim,
ser borboleta, serenidade
Abusa o sonho, quando acordo
em querer ser realidade
Usa minha imaginação
e eu voo de verdade
Anorkinda
......................................................
Assassino na estrada
.............................................................
BARRO
Com o esmero do artesão
Arte esculpida em mão
abençoada
Traduzi aprendizagens
Ensino em imagens
talhado
Modelei com cuidado
Meu coração delicado
recém-formado
Aqueci em forno-vida
Brasa incandescida
pelas paixões
Do barro original
matéria-prima
natural
Aprimorei a obra
com o sopro
do Deus que chora
Anorkinda
.............................................................
BÊNÇÃO
.............................................................
Branca como a neve
Tenho sonhos alvos, ingênuos...
Sonho com os elementos
em natureza e harmonia
Sonho com os humanos
em beleza e sintonia
Sonho com os tempos
em paz sem rebeldia
Sonho com os amores
em fugaz utopia
Mas em aliança perene...
Anorkinda
......................................................
BRINCADEIRAS
Ah...minhas besteiras
tão faceiras
brincam comigo
e contigo
minhas asneiras...
Ah...as brincadeiras
bem arteiras
aprontam contigo
e comigo
as matreiras...
Ah...minhas brejeiras
piadinhas
riem de mim
e de ti
aventureiras...
Ah...as fagueiras
fantasias
divertem
a todos nós
galhofeiras...
Anorkinda
..........................................
CAMINHADA
Assim...assim...
por entre flores
e espinhos
Passo a passo
de mansinho
e a cores
Leve..leve...
caminhada
de carinhos
Mais e mais
devagarinho
e apaixonada...
Anorkinda
.......................................................................................
CAMINHO DA MINHA CURA!
Aqui de dentro da minha ferida
Vida ferida de morte
Enxerguei um deserto
Mergulhei na areia quente
Vida quente de sorte
Aqui de dentro de meu deserto
Santo caminho da minha cura
Vida que cura a morte
Aprendizado constante impermanente
Eternizado movimento permanente
Vida permanente sorte
Grato caminho de toda cura!
Anorkinda
........................................................
Caminho de providência
............................................................................
CANSEI DE SER TRISTE
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CANTIGAS DE RODA
Pai Francisco entrou na rooooda...
São João Da ra rão...
O anel que tu me destes era vidro...
A canoa virou, quem deixou...
Ah...que boa e deliciosa moda
era rodar e te dar a mão...
Cantar de todo pulmão
-Vamos dar a volta e meia...
-Caranguejo não é peixe...
embolava as idéias...
é ou não é?
E a risada era de graça!
E os escravos jogavam caxambó!
Nunca soube que jogo
era esse...que dó!
Mas a capelinha de melão era de São João!
Anorkinda
.................................................................
CARA LIMPA
Sem maquiagem
mostrei in natura
com toda coragem
A minha imagem
sem qualquer efeito
em toda abordagem
Quiçá a visagem
lhe deixe lembrança
sem sabotagem
daquela que não foge à dor
Anorkinda
...............................................................
Casulo original
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COLÉGIO DE FREIRAS
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COM FORMOL
Os velhos e ecológicos discursos
As velhas lições de moral
Os velhos padrões de uso
Todos recobertos de formol
Mortos, resistem em teimosia
E eu, olho para o futuro
e não me conformo!
Anorkinda
.........................................................................
Com saudade de casa
Em determinados momentos
A saudade aperta um nó
Em timbre grave: dó
Enlaces vibrando transbordamentos
Nestes momentos de emoção
A saudade faz canção
Desatina a razão sapiente
E acelera o coração carente
Desejo voltar pro meu lugar
Demora nada justa
Sinto a paciência desmoronar
Febril alucinação de retorno
Ansiedade que me custa
Sonidos de um tempo morno
Anorkinda
......................................................................
COMO CRIANÇA!
Como criança?
Não sou bruxa má!
Mas como criança
eu me divirto muito
com brinquedos e emoção!
Comeria bochechas de crianças
mas elas não facilitam...
Como criança
eu enfeito a vida
com uma viva imaginação!
Anorkinda
......................................................................
Confetes
Assim como no baile de carnaval
Os confetes que caem em chuva
Me enchem os olhos da ilusão
Afinadamente com o irreal
Elogios só são verdadeiros
quando coincidem dentro
De meus conceitos próprios
Intimamente sei dos freios
Confetes coloridos
me fazem sorrir
Gestos agradecidos
Confetes merecidos
me fazem cumprir
Em dons refletidos
Anorkinda
................................................................
CONFORTO E SOLIDÃO
É onde me sinto mais em casa
É onde me escuto de verdade
É o conforto da solidão
o alicerce da minha paixão
É quando me sinto preparada
É quando me escuto em silêncio
É no conforto da solidão
que me faço tua consolação
Anorkinda
...................................................................
Confronto
Todo dia me defronto
Com questões que me chamam
A repensar
A cada vez que confronto
O meu pensar, flores desabrocham
A festejar
Anorkinda
....................................................................
CONQUISTÁVEL PERSISTÊNCIA
..........................................................
CONTRATEMPOS
Apesar do amigo verde
uma amizade
daquelas sociais
Chegaram maus momentos
o doutor
auscultou o astral
Um tantinho
de fúria
o bom-humor terminou
Engajada apenas
em coisas boas
mentalizei feliz
Vieram os versos
os amigos
e às risadas
permitimos redes de amor
Anorkinda
......................................................................
Criação
Pelos toques do pincel da Criação
fui surgindo em êxtase, o deslumbre
em emanação criativa
Pelos movimentos da Liberdade
também dissipo-me em cor
incorporada à textura
Pela dádiva da vida, Profusão
fui reunindo os transes
da união pró-ativa
Pelas curvaturas da Verdade
também insiro-me na dor
anestesiada in natura
Anorkinda
........................................................................
CRIANÇA
Do fundo de mim
pincei a criança e a trouxe à tona
para ver a luz
para ver o mundo
colorido por fractais de luz
Brinquei por mim
com as cigarras e vaga-lumes
para ser feliz
para ser mais humana
exalando o perfume feliz
com fragrância Sabedoria!
Anorkinda
........................................................
Da água em trilhos
.......................................
De alma liberta
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De volta pra casa
Bruxinha Kindinha
terminou seu passeio
pelas estrelas
Ela visitou magias
pelos parques da noite
sorriu estrelas
Bruxinha Kindinha
conheceu muita gente
amiga das letras
Ela brincou fantasias
pelos caminhos de volta
pra casa das letras
ANORKINDA
.....................................................
Decepções
Aprendi a pisar
este chão
de decepções
Aprendi a gostar
das folhas
secas do outono
Aprendi a chorar
desilusões...
Surpreendi a vida
desfazendo
pré-concepções
Surpreendi-me
sorrindo
durante o sono
Surpreendi você,
com soluções...
Anorkinda
.....................................................
DECRESÇA A DESCRENÇA
Desta vida de crenças
e sofrimentos vãos
nada quero
reluto
Das muitas lembranças
lavadas de lágrimas
nada quero
depuro
Quero que decresça
a falta de fé
no amor
Nas cores da esperança
renasça o pé
de flor...
Inspiração de criança!
Anorkinda
..............................................................
DECRETO
...........................................................................
Depois que eu me encontrar
Pelas paisagens que me inspiram
Respiro a procura por mim mesma
E depois que eu me encontrar
Mandarei notícias minhas
Aos amigos que me conspiram
A favor de uma vida repleta
De alegria e felicidade
Nestas linhas e versos
já deixo-lhes o aviso
de que o caminho
já é plenitude
E quando eu voltar
do canto dos pássaros
vou trazer os timbres
Nas águas dos rios
vou novamente nascer
e em sorrisos e canções
vou eternamente viver
Anorkinda
...........................................................................................
Desabrochar
Com a rosa colorida simplifico a vida
No instante da partida, o adeus convida
À viagem intradimensional de uma pessoa
Sozinha, viajante de muitos mundos à toa
Como uma flor multicor, num suspiro risonho
Meu percurso por dentro de meu sonho
Exala fragrâncias de descobertas infames
Fios de vida emaranhados em delicados liames
Desabrochar após um período solitário
Mergulhada em mim mesma
É derramar expirações no imaginário
Recordar de um adeus sem dor
Transformada por mim mesma
É lapidar uma jóia de puro amor
Anorkinda
..................................................................................
DESCONSTRUIR
......................................................................
DESEJOS
Desejo sublime de felicidade
Aquele sentimento de eternidade
Aquele momento docilidade
Desejo movimento diversidade
Quero o abraço bem quente
Aquele aconchegante vibrante
Aquele frisson emocionante
Quero festa internamente
Desejo transmitir sem esforço
Aquela paz revigorante
Aquela alegria contagiante
Desejo tudo isso com reforço!
Anorkinda
.....................................................
Desejos e ideais
Ao longo do caminho
longo caminho da vida...
auto-conhecimento
Assimilo experiências
num acréscimo infinito...
aprofundamento
Ao criar possibilidades
num bailado bonito...
movimento
Adivinho o novo passo
novo sentido da vida...
amadurecimento
Anorkinda
............................................................
DESPEDIDA
Despencou das negras nuvens
chuvas ácidas de saudade
Tuas mãos frias condiziam
com o clima de sobriedade
Congelou o tempo das esperas
e ventos fortes predisseram
Tua presença era insana
como os olhos dos que erram
Sorvi a atmosfera lúgubre
e despedi-me de ti
Era preciso...assim sobrevivi
Abri o portal dos sonhos
num transe fecundo
Foi bonito...ganhei o mundo
Anorkinda
...............................................................................................
DIAS FRIOS, ESCUROS, CHUVOSOS E TRISTES
Antigas minúcias emergiram em imagens
eram os detalhes das tardes tediosas
de uma infância banal e dengosa
Dias frios, escuros, chuvosos e tristes
na televisão, filmes sem sal
e no papel, frases sem final
Umidade no ar e um cinza vazio
coloria de insatisfação o lugar
e a mãe em companhia ímpar
Lembranças e saudades a voar
Anorkinda
............................................................
.....................................................
..........................................................
DO FUNDO DAS GAVETAS
Um dia fuxiquei
nas gavetas
minhas
Aproveitei
e reli
livros
Me abasteci!
Neste dia achei
no fundo
das gavetas
minhas
Meu mundo
esquecido
Meu elo perdido!
Anorkinda
.........................................................
....................................................................................
Do primeiro ao quinto andar
No primeiro andar de meu prédio
vida em construção...
Aprendi a caminhar passo a passo
cambaleando sem noção...
No segundo, muita festa e algum tédio
florescência em botão...
Descobri como flutuar nos beijos
das noites de comemoração...
Terceiro andar feito de experiências
vida em sustentação...
Aprimorei as tendências afloradas
saboreando a maturação...
No quarto andar, inconveniências
ajustes em consideração...
Revigorei alguns botões esquecidos
na insone vastidão...
Quinto andar feito das flores
enfim colhidas com emoção...
Abençoei as etapas dos amores
transmutados em desconstrução...
Anorkinda
.................................................................
Do tesouro em jarro de barro
Continha ele, o barro
o segredo
o milagre
de uma vida nova
vida estrela
transparência
Mantinha ele, o jarro
a força
o viço
de uma vida frágil
vida nativa
impetuosa
Sustinha ele, o tesouro
o amor
a dádiva
de uma vida canção
vida melodia
entrelaçada
Anorkinda
..............................................................
Doida biografia
Fiz muita firula
passeando pela lua
Busquei toda cor
em bosques celestiais
Casei por amor
beijando em mananciais
Fiz muito rabisco
em dia de chuvisco
Andei toda estrada
cantando em desafino
Ganhei de lavada
num jogo desatino
Fiz muito drama
chorando na cama
Arrebanhei todo prêmio
na virada do destino
Amei o irmão gêmeo
lindura de menino
Fiz muita manha
minha vida foi nada tacanha!
Anorkinda
............................................................
E se eu fosse você?
No mundo dos 'se'
eu me confundo
Se...eu fosse você...
pensaria em mim
Se...eu tivesse você...
chegaria, um dia, o fim
Se...eu conhecesse você...
trocaria os nomes, enfim
Pensando no que não é
eu me desoriento
Se...eu fosse eu mesma...
pensaria em mim
Se...eu me pertencesse...
chegaria, um dia, meu fim
Se...eu me descobrisse...
saberia meu nome, enfim
No meu mundo do 'se'
Sou um ser profundo
Anorkinda
............................................
ENGASGADA
Prendeu em mim
um momento
ficou pendurado
na garganta
Nasceu assim
um engasgo
ficou perturbado
no pescoço
Tossi por fim
um desabafo
ficou perfurado
o sentimento
Permiti por mim
um lamento
ficou dilacerado
o momento
Anorkinda
..........................................................
EIS A QUESTÃO
O que me incomoda
é o calor
que assola
O que me perturba
é a vista
turba
O que me inquieta
é o caminho
sem seta
O que me apavora
é não saber
onde o medo mora
O que me entristece
é não fazer
da vida uma prece
Minha mente é confusão
e defini-la...hum
Eis a dura questão...
Anorkinda
.......................................................................................
Eles voam
..........................................................
EM ÁGUAS DOURADAS
Em águas douradas
emoções sem saídas
são em ouro banhadas
Pelo outono da vida
as folhas secas caídas
esvaem-se em nada
Pelas forças da lida
a lágrima cálida
permanece enleada
Sabedoria adquirida
em pesos e medidas
colore minha estrada
Em luzes amareladas
pelo sol submetidas
amadureço em camadas
Em poesias aladas
me verso pálida
na companhia das fadas
Anorkinda
............................................................
Em mim
A eternidade
desaba em mim
em tempestade
e vibração
A novidade
permeia em mim
um fluido
e exalação
A felicidade
escorre em mim
em umidade
e emoção
A atividade
responde em mim
um fluxo
e comoção
Anorkinda
................................................................................
Enquanto a chama arder...
Vou vibrar as cordas do meu coração
e enviar ao ambiente em redor
as notas de meu fervor
Vou ancorar nas águas do perdão
e abusar das lágrimas
livres de lástimas
Vou amar de todo meu coração
e saciar minhas companhias
nas atenções minhas
Vou voar nos ares da paixão
e revigorar as estrelas
só para poder vê-las
enquanto a chama arder...
Anorkinda
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Escrevo
Minha alma é quem diz
Que pra ser feliz
Ela precisa respirar
Minha alma é feliz
Ela fala e eu escuto
Ela canta e eu danço
Minha alma dita
e eu escrevo
Por isso sou feliz!
Anorkinda
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Espaço de criar
Existo dentro de um espaço
de criar sonhos e realidades
Insisto em nele voar
sem tapete mágico
Benquisto foi o versar
sem limite lógico
Desisto de um verbo cansaço
ao pousar e prover as verdades
Malquisto foi o adiar
todos os meus prazos
Existo aqui para celebrar
todos os falsos acasos
Anorkinda
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Esperança renovada
Agradeci sempre
cada momento meu
Rejuvenesci sempre
que sorria de prazer
Franzi bem menos
a testa com chateação
Respondi bem menos
intolerante aos chatos
Ontem traduzi
o que eu levava por dentro
Hoje amanheci
com esperança renovada
Anorkinda
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Estar em mim
Em meu espaço de Nadas
me abraço e aconchego
é como mágica de fadas
rio em sutil emprego
A fluir suas águas
em minha vida íntima
ausência sem mágoas
Em meu paço iluminado
me faço redentora
do branco cortejado
alvo que me aprimora
A banir toda a falta
em minha dança rítmica
nota em escala mais alta
Anorkinda
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ESTIMA ROSA
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ESTRADA DA VIDA
É...Andei caminhando por aqui
pelo planeta redondo
E criei alguns filhos e renasci
É...Trilhei uma certa estrada
traçada no dia-a-dia
E namorei um pouco e cresci
É...Caminhei sozinha até por ali
pelo escuro medonho
E chorei alguns soluços e sofri
É...Deslizei por uma discreta
fresta de sol
E parei um pouco e amadureci
É...Eternizei sorrindo por aqui
pela estrada da vida
E alcancei alguns objetivos e segui
Anorkinda
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Eu, água
O luar me oferta pérolas-luz
quando o brilho-pingo-d'água
me adorna o límpido viver
O curso do rio, trilho de luz
me forma, ser-sereia-d'água
num livre transcorrer
A pedra do percurso reluz
lapidada em diamante-d'água
num profundo merecer
A vida intensa me seduz
quando o doce leito-d'água
me conforma em mavioso-ser
Anorkinda
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Eu amo o amor
Todo Ser é uma emanação de amor
e eu amo cada centelha que brilha
através do olhar, brilha no sorriso
cintila nos braços que abraçam
Sempre que minha alma sente
a outra, eu amo em demasia
às vezes assusto, tempero
demais e os laços ameaçam
Todo amor é infinitude
em tempo e tamanho
é beatitude e louvor
Sempre minh'alma
vibra ao encontro
do corpo com a luz
Anorkinda
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EU, CAIS
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EU, CÂNTARO
Marcada pelas águas aquarianas
Submersa em líquida liberdade
A independência mostrou-se
desde a mais tenra idade
Destinada a tudo questionar
Controversa em fluido pensar
A dialética arraigou-se
desde a puberdade
Visitada por energias amigas
Vestida com sorrisos
A vida coroou-me
de calor e amizade
Forjada em cântaro de barro
Atrevida em ousadias
A coragem modelou-me
forte na fragilidade
Anorkinda
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Eu, diamante
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Eu, espelho
Espelho em meu reflexo
os cortes do caminho
espinhentas trilhas
ferimentos daninhos
Espelho em meu sexo
as fêmeas intenções
humores excêntricos
fissuras e incisões
Espelho em minha viagem
os vermelhos-sangue
líquidos desagues
vertentes exangues
Espelho em minha imagem
as mágoas do percurso
ardilosas veredas
rios fora dos cursos
No fundo, me espelho em mim...
Anorkinda
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Eu não sei
Noite escura
não sei
o que procuras
Defendo-me
não sei
de que fome
As estrelas
não sei
onde estão
Procuro-me
não sei
se é em vão
A noite pura
não sei
o que depura
Convido-te
a não sei
que mote
A estrela
d'alva
veio ver-te
Ensaio-te
a alma
em chama quente
Anorkinda
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EU QUERO FÉRIAS
Da sandice do sistema
Da loucura do analista
Das teorias do patético
Das manias do tedioso
De toda estrutura
De todo esquema
Eu quero sair pra respirar
Na praia dos prazeres
Na praça dos amores
Nos butecos animados
Nos recantos iluminados
Em liberdade voejante
Em harmonia verdejante
Eu quero agora!
Anorkinda
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Eu rio
Eu rio
até cair,
do assovio
do sapeca Saci
Eu rio
com vontade
do fim do pavio
de toda a maldade
Eu rio
até sumir
o último fio
de mediocridade
Eu rio
da capacidade
de zarpar o navio
dos sonhos que vivi
Anorkinda
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EU SEI
da luz
que sempre
pisca
da estrela
que nunca
apaga
do amor
que sempre
pulsa
do porto
que nunca
esvazia
da lembrança
que sempre
aquece
do carinho
que nunca
me falta!
Anorkinda
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Eu, Sereia
Meio ser peixe
parte água doce
sereia de rio
líquidos amores
Meio ser mulher
parte terra firme
esteio de vida
sólidos temores
Me jogo a nadar
parte fluida de rio
absorvo o doce
das águas amores
Me prendo a sonhar
parte sólida da vida
ancoro no firme
porto dos temores
Anorkinda
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Extremos
Urgentes sentimentos
Ausentes pensamentos
por vezes me assino
no infinito feminino
Absoluta necessidade
Estreita viabilidade
os reveses não me cabem
Excessos de paixões
Extremos de emoções
os parênteses me compõem
Vazias vivências
Macias carências
por vezes me defino
num instinto desatino
Anorkinda