À FAMÍLIA E AMIGOS

 

 


A Gavetinha de costura

Pequenos detalhes, aviamentos
na gavetinha de costura guardados
organizados no carinho bem prendado

Pequenos gestos, artesanais
nas mãos de costureira dedicada
ligeiros nas manobras bem cuidadas

Pequenos pontos, refinamentos
na visão perfeccionista, detalhada
arrrematados na perícia bem treinada

Pequenas lembranças, especiais
nas saudades dos tempos passados
inteiros de amor ao teu lado

Anorkinda

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A OUTRA VIDA COMO PRINCESA

Relembranças...
nem tanto...

Mas nas atitudes
e manias...

Toques de outra vida...

Aspirações...
são tantas...

Desejos e quitutes
da realeza...

Princesinha de outra vida...

Abundâncias...
farturas...

Felicidade no dia a dia
são mais que lembranças...

São marcas de outra vida...

Anorkinda

(para minha filha)

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A PRINCESINHA DO NARIZ EMPINADO

Cheia de si, ia ela
desfilando pela vida
que por vezes, abusiva,
lhe cobrava pedágio.

Real valor de si, tinha ela
experenciando, atrevida
de tudo o que lhe dava sabor
nesta vida, um estágio.

Voltava para si, a fatia sempre bela
perfumando a trilha vivida
com toda pose de Diva
lhe realçando o fulgor.

Não cabia em si, a estrela
brilhando na constelação da vida
que, por vezes, tal qual uma flor
se doava em gestos de amor.

Anorkinda

(a minha filha)

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Aldeia Escada

Ah...esta família...aldeia de risos
degraus de carinho compartilhado...
Ah...esta família Escada de sonhos
pessoas de coração abençoado

Com ou sem sobrenome, sangue
Genética de arte, música e alegria...
Num mundo à parte, nos segue
quem ama a gargalhada sadia

Com os antepassados da terra
Portugal tão distante
no tempo e no espaço, oceano

Transmitimos à descendência
Natural e aconchegante
o sonho Escada de ser encanto

Anorkinda

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Amigo de infância

Hoje a saudade sem aviso
Trouxe ao peito um aperto
Na lembrança de um amigo
Que possuía um coração aberto.

Um amigo que sentia e dizia
Sem embaraço e sem erro
O que entre nós existia:
Um sentimento bonito e sincero!

Ah! Meu querido amigo de infância!
Tenho em mim a sua constância.
Hoje convivo com esta saudade
Que não deixa morrer nossa amizade.

Anorkinda

(a Afonso Celso Melo da Rosa)

 

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Aniversário da Mamy (em memória)


Hoje faço coisas que teu exemplo mostrou
Hoje sou a pessoa que tu sempre desejou

Hoje tu estás mais comigo
Hoje tu sabes mais do mundo

Hoje te conto minhas coisas
Hoje marco o próximo encontro

Hoje eu te agradeço por tudo
Hoje eu te ofereço minha oração

Hoje te quero mais feliz
Hoje eu sou mais feliz

Neide Anorkinda

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Bilhete pra minha mãe
 
Sua casa no campo
está pronta, limpa,
perfeita para seus sonhos
 
Entre, fique à vontade,
beba da luz do dia
e da água mais límpida dos morros
 
Veja que a paisagem
e a mais singela flor
já estão ali, a sua espera
 
Anorkinda

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Bordadeira

Tempo dos bordados
em colchas, lençois
enxovais...

Sustentou a vida
a bordar cores
modas...

Tempos difíceis
sozinha, força
provas...

Sustentou a briga
a bordar maiores
desafios...


Anorkinda
(a minha vó Marina)

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Caminho do Amor

Do meu dia colho flores
colho suspiros e amores
No meu dia planto lirios
planto risos e colirios

Nesta estrada vejo o céu
vejo nuvens e o fogaréu
No meu caminho sinto amor
sinto sombras e frescor

Nas minhas noites colho estrelas
colho promessas e olhares
Com amor é mais fácil compreendê-las

No caminho do amor vejo energias
vejo almas e lugares
Com amor vivo cheio de alegrias!

Anorkinda

(para Rô Elkeyn)

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CASA COM JARDIM

Sempre havia roseiras
principalmente roseiras rosas!

De manhã, nem precisava pensar
ela estava lá...molhando as plantas!

Sempre havia cheiros
principalmente cheiros rosas!

-Melhor não arrancar as flores...
elas ficam mais perfumadas no pé!

Sempre havia sorrisos
principalmente sorrisos rosas!

De mansinho, nem precisava pedir
ela era uma rosa no topo da minha Escada!

Anorkinda
(para minha mamãe)

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CHÁCARA DO SOSSEGO

Lá na chácara do sossego
Tem planta de quem planta
A saudade numa touceira

Deixa lá ao tempo e ao vento
Pra saudade florescer colorida
Trazendo nova vista
Ao sentimento que foi plantado

Na touceira da chácara do sossego
A vista é colorida
O cheiro é perfumado

É saudade renascida nas cores
Do entendimento desabrochado.
Eu sabia que era perfeito
Plantar saudade na chácara do sossego!

Anorkinda
Pra minha mãe!

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Colírio de minha alma

Deixe um sopro soprar
Permita a luz luzir
Sinta o sol e o mar
Queira ver e sorrir

Colírio que cura a alma

Deixe o brilho brilhar
Permita o sonho sonhar
Sinta vontade de amar
Queira se conhecer e voar!

Anorkinda
(para Rafael Mota)

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Corações patchwork
 
Singularidades
coloridos
vidas entrelaçadas
pela amizade querida
 
Diversidades
estampadas
sonhos divididos
em matemática de amor
 
onde o resultado é infinito!
 
Anorkinda
 

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Croche coração
 
Em laçadas
meia volta
volta inteira
 
te aconchego
ao coração
 
Em feitiço
que não solta
volta inteira
 
a saudade
e a emoção
 
Anorkinda

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Da casa e do tempo

Do tempo que transcorre
e não perece no peito
Do tempo que finge escorrer
mas permanece no solo

Do chão que recebeu
tua mão, mãe
Do chão que brotou
em flor e verde

Da roseira de rosa rosa
que ainda está lá
Da roseira que sabia
que, um dia, eu voltaria

Anorkinda

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 Das flores no caramanchão


Sempre falastes e sonhastes
com elas, as flores sortidas
colorindo um caramanchão

Sempre te dedicastes
ao cultivo, florista
de alma e coração

Falavas delas, as flores
com amor e paixão

Dedicavas tua vida
a ser delas, união

Anorkinda
(a minha mãe)

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DIA DE ÍNDIO

Dia de sintonizar
de esclarecer
de compartilhar
o cachimbo sagrado

Dia de canalizar
de florescer
de extravasar
o riso sagrado

Num dia de índio
com o coração
renovei os votos
do caminho sagrado

Num dia de índio
com a emoção
do reencontro
te dei o abraço sagrado

Anorkinda
a Liana Utinguassu

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 ENCANTANDO GATINHOS


Então segues encantando
enfeitiçando gatinhos

No mundo druido e doido
devaneando
em nebulosas

Então prossegues doida
enlouquecendo
gatinhos

Na sabedoria druida
digitando
em letras fabulosas

Anorkinda
(Brincadeira-homenagem à Helenice Oliveira)

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Grande vento Grandes sonhos


Amigo amado irmão dos meus sonhos
Abraço grande de reencontro
Carinho apertado rostos risonhos
Ventania grande ficas tonto

Amor abençoado mãe das vidas
Aconchego grande de divindade
Força pura imagens vívidas
Ventos grandes tempestade

Sonho reforçado de calor
Filhote gente estrelada
Ativas memórias com dor

Príncipe acordado da luz
Sente na pele amendoada
Toques espinhos da tua cruz

Anorkinda

(a Houston de Paula Oliveira)

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No cestinho da galinha azul

Era de vidro o cestinho
mas eu era cuidadosa

Erguia a galinha azul
lembro que era geladinha

Dali retirava um punhado
de balinhas coloridas

A vó gostava de ver
meu sorriso tímido

na boquinha cheia de balinha!

Anorkinda

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NOSSA LUZ

Vens iluminando,
raio de sol,
aqueces os corações!

Vens transbordando,
sopro de vida,
Contagias de emoção!

És mais
que um raio de sol:
Um astro resplandescente!

És mais que um sopro de vida:
Uma ventania envolvente!

Anorkinda
(para Mara Escada)

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OLHO AS MINHAS MÃOS

Em minhas mãos
vejo minha mãe...
genética da alma.

Com minhas mãos
a afastei
mais do que queria...

Em minhas mãos
tenho minha mãe...
nas marcas da palma.

Com minhas mãos
a acarinhei
menos do que podia...

Hoje uno minhas mãos
e rezo por minha mãe...
e isso me acalma.

Anorkinda

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Pela praia

Caminhas pela praia
Distraído em teu
pôr-de-sol

Devaneias pela brisa
Sentindo teu
amor pelo sol

Delicias com a promessa
Afagada no último
raio de sol

Silencias no sorriso
Buscando o alívio
Deixado pelo sol

Cantas num murmúrio
Prazer de ser
teu próprio sol!

Anorkinda

(a Williams Bezerra)

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Santinho

O menino era santinho
comportava-se
de tal maneira...
Que a própria mãe
lhe dizia...
-Guri, vai aprontar!

Mas o menino era quietinho
contentava-se
com qualquer besteira...
Que lhe aparecesse
pra brincar...
-Quem tem imaginação
não depende do exterior
pra se alegrar!

Anorkinda

meu filho

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SONHO DOURADO

Sempre em constante sonho
lugar perfeito e dourado
manifestarei do teu lado

Te encontrar me disponho
passear e ouvir o mar
colher flores e dançar

Mamy, as estrelas que colho
são sinais de igualdade
momentos de eternidade.

Anorkinda

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Um anjo em minha vida

A mão que ampara
O olhar cúmplice
O saber que compartilha

O cuidado que aquece
A personalidade ímpar
A união que sensibiliza

O enlace nosso
A herança da vida
A gratidão a Deus

A maternidade minha
O afeto teu
O amor sem fim

Anorkinda
(para meu filho)

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Visita na tarde

No chá da tarde
Saboreado em alegrias
De tão frugais
Deixam marcas indeléveis

Pressinto saudade
Gosto das frutas sadias
De tão doces
Saciam paladares invisíveis

Na tarde calma
Tua visita de mãos frias
De tão naturais
Refrescam minhas memórias estéreis

Anorkinda

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Visita no jardim

Lindas e coloridas
vocês três sempre
sorriram

Entre as flores
do jardim
perfumado

Vocês três irmãs
serenas e unidas
conversam

Mesmo com saudades
dos abraços
apertados

Em paz e benditas
vocês três ainda
sorriem

Anorkinda

(para as irmãs Escada - Gilca, Gilá e Mara)