Desamor
A LUA NÃO VEIO
Hoje ela não veio com seu veneno
branco-prateado, feito leite celeste,
a secura no luar líquido da noite...
Não veio ela nem meu moreno.
Esta noite será de minha lira,
será de meu verso-açoite
atiçando a brancura selene...
Mesmo que esteja ela fora de mira.
Hoje meu pranto não veio...
Secou, no breu da noite.
Na língua, sabor de fel.
Esta noite, meu anseio
Talhou o próprio açoite
E desmereceu o céu.
Anorkinda
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À deriva
à deriva senti meu coração
quando teu sorriso fugiu
à toa percebi minha emoção
ao retornar o que sumiu
por muitas vezes a solução
foi esquecer os protocolos
por amor ou ardente paixão
as frágeis ilusões a tiracolo
lançam-nos a desertos e frios solos
Anorkinda
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A espera
Na mesa, o vinho,
o serviço, a flor.
Na promessa, o brilho,
a quimera, sinfonia...
No canto do olho,
a espera, agonia...
No quebranto daninho,
o sumiço do amor.
Anorkinda
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A História de amor que não vivi
Pelos por-de-sóis
Andamos
qual dois faróis
Iluminamo-nos
um ao outro
qual dois humanos
Reconhecendo-se
em brilho
qual dois amantes
Pelos anoiteceres
recolhemos
qual dois seres
Apercebendo-se
um ao outro
qual dois diamantes
Afastamo-nos
em solidão
qual dois planos
Paralelos de uma esfera
Anorkinda
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A me socorrer
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A sombra da dor
Sinto-a minha, uma contra-parte
Me constitui involuntariamente
a sombra, mãe de toda má sorte
Minto-a, quando desejo felicidade
Mas ela institui imperativamente
a dor, irmã de toda perversidade
Sem remédio, sigo uma trilha-tortura
Em febre e delírio...algo demente
Sem assédio certo nem compostura
persisto na ventura do amor, descrente
Anorkinda
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AMARGA ILUSÃO
Saboreei naquele dia
um quitute diferente
era amargo envolvente
meio que avariava a mente
Até pensei ser alucinógeno
mas o gosto, realmente
era de um amargo permanente
ia e voltava, cheio de ideias incoerentes
Pena que era tarde em demasia
para que eu recuasse inteligentemente
e não me permitisse o erro displicente
de saborear uma ilusão de cunho carente
Anorkinda
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Amor como o mar
Movimento das ondas
ora me afasta
da areia
Ora me traz
navegando
espumas
Distraídos
à beira-mar
Entregamo-nos
ao recuo
Esquecidos de amar
Anorkinda
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AMOR PLATÔNICO
Nosso amor foi um tônico
vivenciado no ilusório
Fortaleceu de modo irônico
as estimas do eu-próprio
Não consumou, amor platônico
mas criou terreno sólido
De um poder supersônico
devastou o sentimento bucólico
Anorkinda
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BORBULHA DE RIO
Tua imagem condensa-me as manias
Teu reflexo é como esta água fria
Parece tocável, mas é fugidia...
Tua distância apronta-me desvarios
Meu pulsar é como o movimento
Deste toque no firmamento...
Tua ausência desvia-me os pensamentos
Meu anestésico sentimento
Seria teu toque-agradecimento
Tua existência provoca-me arrepios
Teu amor sempre arredio
Parece real, mas é borbulha de rio...
Anorkinda
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Buscando um significado
Estive visitando vielas
sinuosas e pouco floridas
Estive fuçando gavetas
sebosas e muito encardidas
Estive balançando cadeiras
idosas e muito desbotadas
Estive surfando ondas
manhosas e pouco devotadas
Estive buscando da vida
valor e algum significado
Estive apostando em sonhos
de amor e ... nenhum resultado!
Anorkinda
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Celeste penar
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Chuva desamor
Um lar, flores,
sossego, paz...
E a chuva trouxe
consigo o teu cheiro...
A sonhar, amores,
aconchego, par...
E o frio lembrou-me
do abrigo certeiro
que era teu braço envolvente...
Sem voltar, temores,
desapego, incapaz...
Te negas ao amor
amigo e verdadeiro...
A sanar as dores
novo fôlego, ímpar...
Te libero do rancor
inimigo do ponteiro
que marca o tempo inclemente...
Anorkinda
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CHUVA DESPEDIDA
A lágrima rolou despercebida
na chuva fria que caía
A boca sussurrou a despedida
em voz baixa, nem se ouvia
A perspectiva era aturdida
na emoção que traía
A desventura tocou-me a vida
em face triste, nem sorria
Anorkinda
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Com você em mim
De perto
de perto sim
ficarei de olho em ti
Te amo
te amo sim
ficarei feliz por ti
Pode ir
pode ir sim
ficarei com você dentro de mim
Anorkinda
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CONFIAR
Confiar no futuro
Confiar na sorte
Confiar em você...
Conto com a sorte.
Onde está você?
No incerto futuro?
Espero por você...
Espero que no futuro
Eu tenha mais sorte...
Anorkinda
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Considerações
Se um dia dancei
na ponta, pliê...
Adormeci a bailarina.
Se um dia icei
o voo da juventude...
Pousei madura.
Se um dia penei,
desconta...
Apaguei o que doía...
Se um dia te amei,
perdoo...
Perdi o orgulho que feria...
Anorkinda
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COR PRATA-LUAR
Até tentei pintar
a noite da lua cheia
e estrelas bordar
em ponto de estreia
Até tentei desenhar
o céu no escuro
crayon do sonhar
em traço duro
Mas, a teimar
apenas consegui
a folha borrar
com a lágrima que verti
na cor prata-luar
Anorkinda
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CORAÇÃO INCENDIADO
Canção romântica
aquela que arrepia
tocou no peito
a suave melodia
Chama acalentada
em vivaz fogueira
que é o coração
desta vida arteira
Canção atiçadora
fez de novo arder
o peito nada afeito
à tarefa de te esquecer
Anorkinda
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De verdade
Falei demais
quando o soluço
no peito
não quis calar
Falei demais
quando o choro
na alma
não quis cantar
Falei demais
quando o vento
nos olhos
secou a lágrima
Falei demais
quando a chuva
nas telhas
batucou uma saudade
e bateu um arrependimento de verdade!
Anorkinda
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Decisão
Se os olhos já vêem
o que virá...
A decisão já foi tomada,
e a casa arrumada,
só falta fechar a porta
porque nada mais importa...
Anorkinda
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Depressa...
Mais algumas pétalas se abriram num rosa-chá
Outras folhas caducas caíram no piso grená
O novo assobio do canário-belga
Você ainda não ouviu
Uma chuva fina começou ainda agora
O cheiro de grama me levou passado afora
O novo sorriso que eu dei
Você ainda não viu
Tenha pressa de aqui chegar
Ou as delicadezas vão acabar
E você vai dizer
que não usufruiu
Anorkinda
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DEPRESSA ll
Uma nova receita saiu do forno
Comprei mais um bonito adorno
E você ainda não conhece
o vizinho do assovio
Algumas notas de uma canção
voaram soltas em solidão
E você perdeu a brisa
que provocou um arrepio
Venha depressa, meu amor
ou nas delicadezas vou por
um velho agasalho
a protegê-las deste frio
Anorkinda
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Descaso
Leve...
Fumaça...
Teu amor ao vento, voou.
Breve...
Desgraça...
Nem um adeus deixou...
Sequer um bilhete,
teu coração rabiscou.
Anorkinda
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Deserto
Por vezes minha vida
é deserto, paisagem
que vejo da janela
sem sonhos, pela fresta
Por vezes meu coração
parece sucumbir, aperto
que sinto no peito
pelos amores, sem festa
Anorkinda
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Despreparada
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Devaneios de uma solitária noite de sábado
De tantos que eu amei
dentro de mim encontrei
aquilo mesmo que deixei:
o amor primeiro e verdadeiro
O amor-próprio e derradeiro
faz de mim um Ser inteiro
enquanto que, choramingueiro
meu ego ainda não entende
A razão da solidão presente
sempre, no frio ou no quente
dos dias em que minha mente
perguntou: por que ninguém me amou?
Anorkinda
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Dia marrom
Verdes galhos desdobram-se na moldura
Triste da minha janela marrom
O pássaro que gorjeia sua canção
Triste no seu galho marrom
Nem percebe meus versos de choro
Triste, lápis de cor marrom
As flores murcharam pela manhã
Tristes neste dia sem tom
Anorkinda
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Do eterno
Senti a fragrância do eterno
foi quando o mais terno
beijo estalou o amor
Senti a fortaleza do eterno
foi quando o mais fraterno
abraço aconchegou
Senti a flutuação do eterno
quando a mais doída
saudade despejou
lágrimas, molhando o caderno
Anorkinda
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Do fim
Do que de nós ficou registrado,
letras, palavras, prosa e versos...
pelo fogo do descaso foi incinerado.
Da planta bonita que foi o nosso amor,
botões, pétalas, viço e cor...
pela desilusão foi reduzida a restos.
Do espelho que éramos, eu e tu,
cortes, manchas, rachadura...
não resistiu ao golpe frio e cru
De refletir o fim de nossa aventura.
Anorkinda
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Doutor
Por favor,
doutor
Preciso de uma receita
pra caso de dor
de amor.
Uma receita sem odor
que tenha bom sabor
que dissolva
este amor-dor.
Anorkinda
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É
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É Claro!
Não precisas difundir
um descaso
um desenredo
Não precisas fingir
um acaso
um pretexto
Não precisas submeter
um aceno
um toque
Não precisas esconder
um rosto
um gesto
Porque tudo está tão claro!
Anorkinda
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E você não vem
Os campos estão tão floridos
Os colibris estão tão assanhados
As nuvens desenham no céu
Os frutos estão maduros
Os dias estão mais curtos
As crianças desenham no papel
Os cheiros da terra subiram
Os cânticos de anjos desceram
As minhas lágrimas jorraram
E você não vem..
Anorkinda
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E voou...
Quando lembro das folhas de outono
que já voaram... deixando o inverno despido
Penso em teu amor que se foi
também voando... deixando meu peito desnutrido
Quando lembro dos colibris que beijavam
as flores-primaveras... alimentando-se de cor
Penso em teu gosto que derreteu
no sol do verão... ausentando-se do amor
Quando lembro das paixões incandescidas
penso no fervor que acaba em brasa
adormecida em tempo-torpor
Quando lembro de tua devoção ensandecida
penso também que o nosso grande amor
transformou-se num par de asas
Anorkinda
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Ela me segue
Nem preciso atentar
ela me rodeia
Não é preciso alimentar
ela vem cheia
Ela me segue
sem rodeios
Ela me persegue
de todos os meios
Ela tatuou-se
na pele
Inseriu-se.
A saudade me impele.
Anorkinda
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ENTRE NUVENS
VOCÊ
ENTRE SOMBRAS
O SOL
ENTRE NUVENS
VEJO
ENTRE AS SOMBRAS
O AMOR
ENTRE AS NUVENS
Anorkinda
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ESCRITO A GIZ
Vi teu nome
escrito a giz
na parede
da sala
azul
Pareceu-me
uma nuvem
em céu...
Alvo risco
Vi meu nome
escrito a giz
no coração
teu...
Apagou-me
sem demora
num curto
adeus
Anorkinda
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EU E TU ASSIM
Estou assim
Querendo voar
E tu assim
A me segurar
Estou assim
Querendo amar
E tu assim
A me afastar
Anorkinda
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EU, EU, EU
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EU QUERO QUE PASSE
Eu quero chorar
De soluçar
De sufocar
Eu quero esquecer
De querer
De sofrer
Eu quero parar
De lembrar
De esperar
Eu quero lembrar
De brincar
De sonhar
Eu quero viver
De prazer
De você!
Anorkinda
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EU TE AMO!
Faz muito tempo
que eu te disse:
Eu te amo!
Acredito que esquecestes
dos olhos meus
perdidos de paixão
Faz muito tempo
que me dissestes:
Eu te amo!
Acredito que prometestes
um amor
que não era teu!
Anorkinda
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Ganharam o lixo
Digitalizadas, é verdade
as cartas que escrevi pra ti
eram e-mails encharcados de paixão
Reinicializadas, elas foram
e julgadas como tempo perdido
eram entulho em meu coração
Atualizadas, como lixo eletrônico
as cartas que escrevi pra ti
eram caracteres vivenciados na ilusão
Virtualizadas, é verdade
e publicadas em tempo invertido
eram modernas demais pra tua concepção
Anorkinda
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Gato e sapato
Por que permito?
Tua sedução
tua entrada
Por que te sinto?
Paixão
alucinada
Por que reflito?
Se é em vão
dá em nada
Por que assisto
Calada
você fazer
de gato e sapato
meu coração?
Anorkinda
..................................................
ILUSÃO
Por que tão lindo?
Por que vieste
Se estavas partindo?
Tanto carinho
Tanto alarde
Se ficarias sozinho...
Anorkinda
..................................................................
Impossível
Certo dia, muito triste, decidi:
Neste livro de capa preta
vou inscrever à caneta,
o quanto lhe esqueci.
Não lhe avisei, nem toquei a sineta:
Eu estava certa de que venci,
mas, realmente, eu desaprendi
como se apaga toda aquela letra
que lhe escreveu, certa feita:
Eu sempre amarei você!
Anorkinda
..................................................
..................................................
Infinitivo querer
Por tanto te querer
e por você me querer
em total merecimento
e poder
desentendemos do querer
em desgaste, embotamento
e exceder
já não sabemos querer
distorcemos o fundamento
a se resolver
por tanto me querer
e por te querer
há um pranto lenimento
a escorrer
Anorkinda
......................................................
INSANO
Fizestes troça
abusastes em trocas
brincas com o coração
Causas dano
insano em vias
sem volta ou noção
Pusestes amarras
mostrastes as garras
praticas a desilusão
Forças os fins
insano pelos cantos
sem amor ou paixão
Anorkinda
...................................................................
...............................................................
...............................................................
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Liberdade Vigiada
Sempre que sinto saudades de ti
Lembro-me dos momentos
em que sofri
Perco-me nas lágrimas que verti
Nunca tamanhos golpes
eu mereci
Solto-me deste sentimento por ti
Porém tenho acessos
de rancor involuntário
Sempre que alço o voo livre de ti
Atenho-me a vigiar
o botão do automático
Anorkinda
...............................................................
......................................................................................
LONGE DO MEU AMOR
Como está?
Como andará?
O que está fazendo?
O que estará fazendo?
Em que está trabalhando?
Em que estará estudando?
Com quem conversa?
Com quem sonhará?
Há muito te espero.
Há muito te venero.
Como podes viver sem mim?
Se para sempre vives em mim...
Anorkinda
....................................................................
Lonjuras
Desde que a maré levou-te,
amado coração-ilha
flutuante,
As minhas férteis terras
perderam a verdura.
E a candura
da brisa em fim de dia
reafirma que te amar é minha mania.
Anorkinda
...........................................................
LUA CHEIA
Toda noite de lua cheia
O céu me mostra você
e toda sua conversa
com as estrelas
Nem olho mais a lua
Ela me conta de você
e eu não quero saber
das novidades
Quero apenas a lua
nova de novos vocês
com ela eu converso
em versos
Lua cheia me esqueça
Vá luzir outros amores
não fofoque de mim
nem de você
Anorkinda
............................................................
Lua saudade
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Madrugada fria
Intenso sentir...
Tua ausência
provoca frio,
vazio...
Intenso mergulho...
Até encontrar
o calor natural,
individual...
Fria madrugada...
Experiência
que evoca brio,
estio...
Fria empreitada...
Até compensar
a falta total
de amor-próprio...
Anorkinda
..................................................................................
Mágoas de amor
....................................................................
Mais tranquila
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MAREMOTO DE EMOÇÕES
Todos os dias
transgredia...
Achava que suportaria
mas sucumbia...
Tantos sentimentos
a cada momento...
Beirava ao sofrimento
e ao lamento...
Tantas demoras...
meu agora
Marcava a hora...
de ir embora
Todas as emoções...
inundação
Derramava sem perdão...
A fé do coração
Anorkinda
.............................................................
MEU AMOR CHOROU
Em cara fria, lábios secos
meu amor chorou
numa tarde ventosa
Com lágrimas quentes
meu amor transbordou
rolando em face rosa
Aquelas últimas gotas
vivas e transparentes,
emoção venenosa
Em dádivas líquidas
meu amor expurgou
a ferida mais danosa
Anorkinda
...........................................................
MEU RECATO
Ao dar-te a mão
Tremi em confusão
Ao tocar-te em luz
Cancelei o que seduz
Ao querer-te demais
Suspirei nuvens de ais
Ao confiar-te a cura
Perdi o tom e a partitura
Anorkinda
..........................................
Minha loucura
Meu sonho
Me envolveu
Minha intuição
Me encorajou
Meu sonho
Me machucou
Minha intuição
Me transformou
Anorkinda
...............................................
Murmúrio do mar
Ouço o murmúrio
da maré vazante
fala, mau augúrio,
sobre meu amante
O canto espesso
deste escuro mar
diz, reza de terço,
nada há a esperar
Anorkinda
.........................................................................................
NA PONTA DOS PÉS
Muito tempo vivi em ponta de pé
Com medo de magoar, de te ofender
Em vão, pois até respirar te feria!
Muito tempo torci a ponta do pé
Tentando te agradar, te satisfazer
Bobagem, nada te alcançaria!
Muito tempo vivi sem a minha fé
Com medo de me encontrar e te perder
Bobagem, nunca houve garantia!
Muito tempo torci o sentido da fé
Tentando controlar o que não era pra ser
Então desisti dessa relação vazia
Sustentada na ponta dos pés!
Anorkinda
........................................................................
Nada não
Nada sei da escura amplidão da noite
Nada sei da luz infinita, qual açoite
que me limita à sombra do destino
Nada quero do alimento que és
Nada quero do fervor das fés
que me tocam a dor, qual quinino
Não espero debelar a febre
Não espero derreter a neve
de tua frieza, meu mau menino
Não toquei teu coração
Não toquei tua canção
de estranheza e tino
Anorkinda
......................................................
Não é permitido!
Você acreditou neste
aviso pregado
na parede do tempo
Você abandonou você
num desapegado
e interno movimento
Você esqueceu neste
obedecer assim,
meu grande sofrimento
Você perdeu você
dentro de mim
e por isso, lamento
Anorkinda
...........................................................................
Não mais!
Tinhas o poder de manchar
a tela dos meus prazeres
Tinhas o prazer de profanar
a via das minhas purezas
Querias ser o castigo de elite
a veia que mais dói e inflama
Querias ver o muro do limite
a gota que, por fim, esparrama
Cheguei ao ponto final
da sutura na ferida
Cheguei em desfile triunfal
na outra ponta da vida
Onde não permito a profanação!
Anorkinda
................................................................................
Navegando em ti
Navegando pelas linhas
dos teus versos (en)cantados
juntei o mar com as ilhas
no meu peito derrotado
Pairando pelas águas
dos teus universos (des)esperados
chorei o sol e as mágoas
no meu peito eternizado
Rumando pelas rotas
dos teus inversos (des)amados
guardei o luar e as notas
no meu peito apaixonado
Anorkinda
.........................................................................
Nas despedidas dos portos
Dos sonhos perdidos, mortos
faço estes versos tortos
pranteio o que já foi meu enleio
Dos amores de meu peito, cheio
faço esta receita sem recheio
com tempero de lágrimas:
Quitute de variadas lástimas
oferecido nas despedidas dos portos.
Anorkinda
..........................................................
Navegando...
As águas estavam mansas
o coração tranquilo, em paz
O horizonte já ameaçava
mas eu me achava preparada
Engano! O céu fez-se surreal
para testar minha coragem?
O imprevisível desenrolar
daquela única tempestade
deixou-me à deriva
boiando no mistério
sem tábua de salvação
tirou-me as forças
apagando do peito
a fé num amor oceânico
Anorkinda
............................................................
Necessidade
Daquele toque só seu
Daquele sorriso
que se abre
singularmente
Daquele convívio
Daquela mão
na mão
suavemente
Daquele tempo só meu
Daquelas noites
conversas
intermináveis
Daquele abraço
Daquela necessidade
de teus beijos
incomparáveis
Anorkinda
..........................................................................
NESTES VERSOS
Que vontade de dizer: Te amo!
De espalhar-me em tua pele
e adentrar teus poros
Que vontade de dizer: Te quero!
De condensar-me em tua pupila
e colorir tua íris
Que vontade de dizer: Te venero!
De saciar-me em tua insana boca
e degustar tua língua
Nestes versos que a ti declamo
quero arrebatar-me em fogo
e tirar este nó da garganta!
Anorkinda
..........................................................
Nevoeiro azul
Estar atravessando
um nevoeiro azul
é como deixar o sul
Rumo ao norte
de um sentimento
carente de esquecimento
Estar apaziguando
o coração em degelo
é como cuidar com zelo
Da súbita morte
de um encantamento
vertente de sofrimento
Anorkinda
...............................................................................
No limite
Até o sonho tem seu limite
ao ressentir-se de realidade
A angústia pressente a verdade...
Aquela janela do tempo, fecha-se
na despedida da estrela da saudade
A vida segue sem espontaneidade...
Anorkinda
........................................................................
NOITE SEM ESTRELAS
Trovejares ao longe em breu
afugentam minhas estrelas
e afastam o brio de meu peito
Nuvens quando cobrem o céu
e escondem o brilho delas
Estremecem minh'alma fria
Horas esvaindo a boa sorte
angustia os olhos
e anistia a dor no meu leito
Chuva caindo em minha noite
desassossega sonhos
e cega a esperança sadia
Anorkinda
.....................................................................................
Nostalgia de amor
Nossa história, uma estrada
terra batida, não deixa te esquecer...
Procurei a alternativa natural,
plantar flores nas laterais...
Agora, quando olho para trás,
retrovisor da mesma dor...
Sempre sorrio para a nostalgia
que, em alento, brotou em pétalas de amor!
Anorkinda
.....................................................
Nunca
........................................................
Nunca mais cantei
Daquele tempo encantado
quando o amor escancarado
era cantado e romantizado
pouca lembrança eu tenho
hoje eu só cerro o cenho
desacorçoado eu venho
te dizer que robotizei
que o sonho amortizei
e nunca mais cantei
Anorkinda
.................................................
O Nosso Amor
Foi apaixonado
abnegado
entusiasmado
o nosso amor
Foi castrado
injustiçado
abandonado
o nosso amor
E hoje,em dúvida
tu segues a lua
e cogitas a vida
E eu, encaro o sol
preparo meu voo
e me lanço na vida!
Anorkinda
................................................................................
O SILÊNCIO DO BATERISTA
Dentre tantos sons de palavras ditas
O ruído metálico dos pratos
Em baterias dispostas em boatos
Teu silêncio fala mais do que meditas
Entre os acordes de melodias benditas
O vazio da emoção contida
Em ecos surdos, me põe abatida
Como presa que sabes e que fitas
Pressupões em teu interior
Que posso ver-te
Transparente água e furor
Pressinto em minha dor
Que posso querer-te
Completamente em torpor
Anorkinda
...................................................................
....................................................................
Opte
Bebe; sorve todo meu veneno
Embriaga de vez a tua alma
Toma-me; num só gole
Tenha a soberana coragem
ou
Negue; diga-me um não pleno
Afaga teu ego com calma
Cobra-me; num só tiro
Tenha uma digna vitória
Anorkinda
.....................................................
Outonal carmesim
a cor tinge
nosso amor
carmesim
o vento tange
nosso amor
outonal
o frio atinge
nosso amor
madrigal
a rotina range
nosso amor
outrossim
Anorkinda
..................................................................
OUTRA VEZ, TUA CHEGADA
Primeiro, a brisa antecipou
ela trouxe teu cheiro bom
de vitalidade e asseio
Depois foi no meu coração
que soou o conhecido som
de felicidade e esteio
Por fim, tua chegada
outra vez em tom
de despedida
Fizeste um passeio
com este teu dom
gaiato na vida
de voltar estando de partida
Anorkinda
...........................................................................
....................................
Paixão proibida
Pedregulhos
a pisar
Proibida
paixão
Percalços
a passar
Plausível
perdão
Perdidos
a penar
Partido
pendão
Anorkinda
..................................................
PARTIDA
...................................................................
..............................................
Pensei...
que era fácil amar
compartilhar
e, enfim, felizes!
Penei...
a tentar amar
realizar
e, por fim, perdi!
Pesei...
prós e contras
e no final das contas...
Pendi!
Anorkinda
.......................................................
PERDIDA
Viajo em ti
nas noites frias
dos dias quentes
Sem rumo
as mãos frias
os lábios quentes
Muito perdida
vago no escuro
dos teus silêncios
Sem amor
descubro o escuro
fim do silêncio
Anorkinda
..........................................................................
Perdidos
Desde que nos envolvemos
perdemos a noção do tempo
e do espaço que dividimos
Atracamos em um porto abstrato
Substrato de amores
E agora para nos separarmos
ajustarmos os confusos horários
e das noites sem estrelas
Acertarmos um rumo
prumo individualidade
Será preciso uma ajuda extra
Talvez o poeta e a canção dêem uma mão!
Anorkinda
...............................................................................
Plenilúnio no mar
As ondas traziam a cada volta
embalada na espuma, a angústia
de esperar pelo nascer do dia
a aurora, senhora em escolta
As nuvens desfilavam galhardia
tranquilas, sem qualquer abalo
mimavam o luar em seu embalo
um quadro vivo na noite fria
Mas o amanhecer de tua companhia
tardava e não adiantava a revolta
tudo fora orquestrado sem utopia
Meu choro percutia como um badalo
e meu peito pedia uma reviravolta
entreguei-me ao plenilúnio e seu halo
Anorkinda
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Por arrogância
Foi pelos rastilhos
poderosos do luar
que nosso amor
ardeu, chama
ligeira.
Igual aos estribilhos
de canções bregas,
um projétil
disparou
e olhos sem brilhos
puderam machucar,
indiferença...
Por novos trilhos
a dor vai seguir,
espaços vazios...
Anorkinda
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Por onde anda o meu amor em plena madrugada?
Ah...insônia...ansiedade
por que fico nessa martelada
perguntando o sem resposta?
Ah...risonha lua...maldade
por que fria luz me irradias
zombando de minha insanidade?
Por onde anda o meu amor em plena madrugada?
Por que te pergunto, redonda e branca zombaria...
se o vês e o segues, sem mínima solidariedade?
Bem poderias avisá-lo de meus suspiros
Devorá-lo, abduzi-lo e remetê-lo num facho de luz...
provar-me tua dedicação aos amantes sem resposta.
Anorkinda
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Por três dias
E fêz-se negra noite
por três dias
fora de mim, fiquei
Ou dentro de mim
refugiei o chôro
em escuro de alma
Para que a nova luz
em meu interior
pudesse enfim, chegar
Ou o amanhecer
do amor
trouxesse pra mim,
você!
Anorkinda
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Pranto à deusa
Linda deusa, escuta
minhas lágrimas
que caem silenciosas...
À luz do luar, vê,
mãe minha, no espelho
de tuas águas límpidas,
o meu coração que chora...
Dor de amor, mãezinha,
desfaz este cenário
de ilusões que me abatem.
Por teu consolo, Oxum,
eu imploro e sorrio
em confiança de tua mão
solícita a cobrir-me a solidão.
Anorkinda
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Presença lilás
Embevecida pelo claro reflexo
n'água mostrado, perplexo
Entorpeci-me de mim, convexo
Ensandecida num claro delírio
n'alma apaziguado, colírio
Embriaguei-me em mim, martírio
Entretida assim em puro enleio
Não vi tua chegada, esteio
Ignorei-te a cor e o vivo anseio
Enfurecida sem o lilás, suplício
Hoje choro o vazio, desperdício
Abdiquei-te, amor, por puro vício
Anorkinda
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PROMESSAS
Sem mais promessas
que me convençam
Você faz remessas
de inúteis mensagens
Todas impressas
em coloridas maquiagens
Mas nenhuma promessa
que me convença!
Anorkinda
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QUANDO O AMOR VIRA SAUDADE
Primeiro arde o peito
queima a alma, em chamas
a vida abrasa com efeito
O fim de um relacionamento
ainda apaixonado, é intenso
a vida vira insano tormento
Depois um vácuo se instala
esfria a alma em neblinas
a vida congela e se cala
O tempo venceu o desespero
mesmo que a duras penas
a vida perde seu tempero
Por fim, um sorriso vem
invade a alma, em danças
a vida renova seu próprio bem
O coração se remenda
em fios de auto-estima
a vida segue sua senda...
Quando o amor vira saudade
Anorkinda
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REMINISCÊNCIAS
Levemente
pequenos detalhes
vem à tona
Suavemente
a brisa da saudade
sopra suspiros
Sutilmente
vens atordoando
reminiscências
Aleatoriamente
troco as lembranças
por sorrisos
Anorkinda
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RESPOSTAS PRONTAS
De nada me valem
tuas respostas prontas,
teu jeito sem jeito
de explicar os fatos...
O que revelam
os gestos, o olhar,
é que me dizem
onde tudo isto vai dar...
Anorkinda
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Retoques
a um passo
por um triz
quase alcanço
e sou feliz
cada passo
vida de atriz
num compasso
aprendiz
no teu passo
tão fugaz
me desfaço
sem matiz
quisera com meu traço
de imperatriz
romper todo laço
arrancar raiz
sufocar num abraço
o suspiro infeliz
interromper o cansaço
e te retocar de verniz
Anorkinda
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(RE)VER
Te ver
Seria rever
sentimentos
Te pensar
Seria repensar
acontecimentos
Te sentir
seria ressentir
alguns tormentos
Te querer
seria requerer
maior discernimento
Anorkinda
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Roda de sonho
Dança nas águas prateadas de luar
a magia dos elementos apaixonados.
Venta nas ondas doces do remanso
a brisa dos amantes enluarados.
Encanta meus olhos de mulher
a luz deste teu trilhar líquido.
Verte a lágrima mais salgada,
a gota mistura-se no translúcido.
É a lua em sua roda de sonho
iludindo a ingênua madrugada
em sua brancura despudorada.
É a mágoa em sua rota medonha
ferindo-me sempre e sempre mais
em sua loucura e teimosos ais
Anorkinda
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Saga em poesia
Você em meu ombro encosta
e dá vazão às lágrimas
perdidas em aposta
Você em meu peito é vento
que faz alarde às rimas
vertidas no momento
Você em meu dia é o sol
que esconde-se cruel
me deixa sem farol
Você em meu abraço afaga
e dá razão ao papel
crucial desta saga
poesia que se acaba
Anorkinda
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SAUDADE
Nasci amando.
Um amor antigo, bem cuidado.
Uma dorzinha funda
Que sempre tenho embalado
Pra ver se se aquieta
Dentro do meu peito
Que por vezes se aperta
Num nó que não tem jeito.
Então somente lágrimas
Lhe impõem algum respeito.
E a dorzinha dorme
Quietinha em seu leito
Feito de um amor bem perfeito.
Anorkinda
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Saudade de meu amor
Ah... dia frio sem você
vontade de esconder
o sorriso e adormecer
Sem a cor do seu amor
viagem dolorida é viver
quero me desvanecer
Um dia sem você
é ver o sol se perder
sem brilho, morrer
Ah... apareça, amor
vontade de te ver
sorrir e florescer
Anorkinda
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Saudades em cor de rosa
Ah...sinto saudades
daqueles dias
cor de rosa
Dias de paz e amor
daquelas horas
cor de rosa
Ah...estás nas saudades
naqueles toques
cor de rosa
Toques de amor e paz
naqueles dias
em que o ar era cor de rosa!
Anorkinda
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SE PRECISAR DIZER ADEUS
Não esqueça de apertar-me a mão
afagar-me a alma, afastar
a franja de meu olhar que chora
Não dispense o sorriso tímido
a sombra de uma preocupação
ofereça-me um colo
se precisar dizer adeus
Anorkinda
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SEM CHÃO
Em desalinho rondando pela casa
Relaxado, tonto e frágil
De pés descalços andando pela casa
Espontâneo, livre e irresistível
Em agonia observando tua casa
Apaixonada, tonta e febril
De mãos atadas vigiando tua casa
Espantada, louca e incorrigível
Anorkinda
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Sem futuro
Lamentei meu viver
quando de um falso
eterno amor
Verifiquei, sem ver,
o descuido de relance...
E, de onde poderia
brotar linda flor...
Nem mesmo a pétala
opaca e ressequida
em triste cor
Pôde, década após década,
ser relíquia de um romance...
Anorkinda
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Silêncios de veludo
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Só e em segurança!
De uns tempos para cá
mudei o cabelo
mudei o endereço
mudei o codnome
mas ainda quero ver
a reação tua
diante das mudanças
Depois de nós
avancei uns passos
adiantei uns ponteiros
avistei um futuro feliz
mas ainda desejo crer
de que tu vais (ó esperança!)
sofrer com minha nova vida
sem tuas cobranças
Anorkinda
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Solidão
Era tarde da noite
e a escuridão
falava com a saudade
O telefone, mudo,
não tocou o dia inteiro...
Era tarde, madrugada
e a solidão
falava num poema
Anorkinda
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SUMIÇO
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Talvez plateia
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Tentativas
Nas declarações vazias
de um rôto dia-a-dia
as tentativas
sobrevivência
Nas situações vazias
falta de harmonia
as repetitivas
subserviências
Nas decisões adiadas
falta de iniciativa
as covardias
anuências
Nas soluções adiadas
de um sonho à deriva
as finas fatias
da desistência
Anorkinda
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TROVOADA
A briga soou
como uma trovoada
Não deixou
brecha pro silêncio...
O desfecho
não seria diferente
Choveu
incompreensão...
e inundou o amor
Anorkinda
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Tua poesia
Entranhada nos gestos
nas mãos que se dão,
a poesia corria
em veias de paixão...
Abrandada em lassidão,
a poesia vertia
lenta, conta-gota, mansidão...
Exclama o corpo e a alma
versos intermináveis,
o bálsamo, a cura e a calma...
Reclama, hoje, a vida
na solitária palma,
sem teu toque
em tédio e trauma...
Anorkinda
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Tu(do)
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Solidão
Era tarde da noite
e a escuridão
falava com a saudade
O telefone, mudo,
não tocou o dia inteiro...
Era tarde, madrugada
e a solidão
falava num poema
Anorkinda
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VACILO
Eu vacilo
ao te ver
Meu vacilo
é te perder
de vista...
Eu vacilo
a temer
Meu vacilo
é perder
tua pista...
Eu vacilo
a retroceder
Meu vacilo
é não te querer
bem...
Anorkinda
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VAI
Como quem nada diz
Siga o rumo teu
Não diga adeus
Vá a procura de ser feliz
Diga o nome meu
ao mar e fique em paz
Não finja ser capaz
de me cativar
Anorkinda
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VIAGEM/MONTARIA
Embrenhei-me nesta viagem
contigo
Sem saber nem qual tipo
de montaria
Nem pra onde iríamos,
nem porquê
Aventurei-me por você,
amor
Sem perceber que tua
estrada
Nem de perto era o que
eu esperava!
Anokinda
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Visitei teu brilho
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Você
é de um passado
já passado
ultrapassado
que tua imagem chegou
é no presente
melhor presente
que se pressente
a inutilidade desta imagem
é agora
aqui e agora
que vais embora
com imagem e completa bagagem
Anorkinda