INDRISOS
A música que encanta
Dedilhada, encantada
A música toca
acordes da alma
Deliciada, enlevada
A música evoca
lugares etéreos
De delicada natureza
A música tem seus mistérios
Anorkinda
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Da aventura espacial
Céu estrelado
um tablado
palco iluminado
Onde dançam
os astronautas
um bailado livre
Sem pé nem cabeça
no esforço sem recompensa
Anorkinda
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Direitos e renúncias
Mesmo sem saber dos direitos
soberanos de existir sobre os escombros
eu tenho o versos mais do que perfeitos
Mesmo sem reter a denúncia
que me pesa os ombros
eu tenho a escolha da renúncia
Mesmo sem porquês, as canções sorriem
e eu permito que me desanuviem
Anorkinda
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Delicadezas
A Natureza
nos serve
de delicadezas
A Beleza
nos incita
às grandezas
de servir às mesas
os frutos da gentileza.
Anorkinda
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Dorme e sonha
Dorme, garota, o sono
leve em conforto,
revigorante abono.
Sonha, garota, a trama
leve em absorto
idílio, tal uma dama.
Goza o descanso manso
num dia de alforria
Anorkinda
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Elos
Um homem precisa
da cumplicidade
da mão-dada
Um homem avisa
à boa-sorte
sua ventura
quando encontra
um elo de verdade
Anorkinda
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EU
Eu sou silêncio e confusão
Sou terra e constelação
Bendita filha da luz
Eu sou flecha e escudo
Sou verso desnudo
A sorte por um triz
Eu, aquarela sem cor
Sou febre de amor
Anorkinda
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Lonjuras
Desde que a maré levou-te,
amado coração-ilha
flutuante,
As minhas férteis terras
perderam a verdura.
E a candura
da brisa em fim de dia
reafirma que te amar é minha mania.
Anorkinda
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Louca sociedade
Por que aceitar que o social
nos ajuste as medidas
nos desampare, ferino?
Por que cair em infernal
solidão e desmedidas
lágrimas, quando o desatino
não é meu...
é a lógica que ensandeceu!?
Anorkinda
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Loura loucura
Embaciei a vista e, arrivista
insisti naquela única pista
soltei as louras madeixas
Embriaguei a poesia, mania
que imprimi na fantasia
e cantei minhas queixas
Não desafinei mas extasiei
a quem não sabia que eu ensaiei
Anorkinda
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Melodia
Seu vestido era vermelho
tinha a exuberância
dos tempos dos fartos tecidos
Carregava um castiçal
velas acesas
a espantar a escuridão
No ar, uma melodia...
Era o mistério do tempo a tocar....
Anorkinda
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Nas despedidas dos portos
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No ponto do tempo
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NO SONO
Entretida durante o sono
com tanto sonho bom
esqueço que o trono
de um poderoso rei
com rainha em tom
de devaneio, é lei
imaginária e meu dom
é viver neste abandono
Anorkinda
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O NÓ QUE VIROU LÁGRIMA
E a leitura fez isto...
Provocou um nó de emoção
os versos fortes, num misto...
E a lágrima desceu...
Brilhou no rosto, reflexões
o poeta, sorrindo, enterneceu...
O toque da poesia dá nisto:
Recordações...e no olho escureceu!
Anorkinda
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O verso e a loucura
Foi preciso despertar numa manhã clara
ainda a tempo de ver a primeira nuvem
que alaranjada, tal qual penugem
refletia um raio de delicadeza rara
que inspirava o poeta em abordagem
fantástica, criando uma paisagem
mental criativa, próxima da loucura
onde o verso perfeito se segura
Anorkinda
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Paisagem poema
Quando a paisagem escreve
um poema assim puro,
se faz pintura.
E a obra-prima, a natura
assina com todo apuro.
O que se descreve
em verso ou prosa
não faz jus à tela airosa
Anorkinda
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PEITO SERENO
Quando a noite faz-se serena
e o céu beija a água doce,
uma emoção feliz e plena
me faz acreditar, moreno,
que se mais não fosse,
o amor em peito sereno
transbordaria qual poesia
e manifestaria nossa fantasia
Anorkinda
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Por amor à poesia
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Quimera
Era dia claro, perfeito para a cerimônia
Na entrada, um clarão, como um portal
Anunciava boa sorte, amor e felicidade
Dedicamo-nos um ao outro, sem parcimônia
No peito, o mesmo anseio, o veio principal
Quimera, alcançarmos o amor-imortalidade
Mas não desistimos e prosseguimos
desfazendo cada nó, onde nos abstraímos
Anorkinda
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Sensações
Assim como
a nota
solta no ar
Nossa vida
flutua
em sensações
que jamais
se podem apagar
Anorkinda
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Ser um Trabalhador da Luz
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SONHAR E BRINCAR
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Templo do amor
Descansado em dormente
Nosso amor rescende
aos perfumes do tempo
Dimensionado em eternidade
Nosso amor feliz serenidade
ascende aos altares do templo
interior de cada um de nós
feito de silêncio e voz
Anorkinda
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Uma lágrima em teu caminho
Deslizando pela avenida arborizada
você vinha, sorrindo ao mundo
apaziguando sonhos e anseios
Observando, muda e apaixonada
eu me detinha cheia de receios
acalentando o amor fecundo
Foi quando, gentil, você pousou
seu olhar na lágrima que caiu
Anorkinda
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VEM O SOL
Ele até seguia seu curso rotineiro
Mas pra mim, ele veio dar-me a vida
a luz, a energia preciosa, luzeiro
Ele seguia vibrando calor, hospitaleiro
Mas eu o venerei de forma infinita
bendita, a devoção em braseiro
E queimei-me de atrevimento
Mas sem nenhum arrependimento
Anorkinda
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Vislumbres
Vislumbrou-se pelas frestas,
vestidos e trajes de festa.
Um deleite, visão primorosa...
Mas, de fora, vida e prosa,
sentia apenas o perfume da rosa.
Um detalhe, que à memória empresta
todo o regozijo de um passado
feliz, hoje apenas vislumbrado.
Anorkinda