Reflexões

 

 

 

A Biologia da Alma

Em transparência
ou é física
a alma?

Em reflexo
ou é pó
a alma?

Em contato humano
ou em solidão
toca-se a alma?

Em surto-delírio
ou em terapia
toca-se a alma?

Afinal em que biologia,
fisiologia ou teoria
encerras tua alma?

Anorkinda

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 A EMOÇÃO RECÉM-NASCIDA


No berço de um coração quentinho
ressonava a emoção recém-nascida
Acalentada pela Mão mais que Divina

No terço de oração carinho
transbordava a fé bem-vinda
Acalmava a Mãe mais que menina

Anorkinda

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A fluir
 
Muitas vezes
sem ver a luz,
a sentimos
 
Muitas vezes
sem dar calor,
o recebemos
 
Muitas vezes
esquecemos
 
de que no amor, fluímos.
 
Anorkinda

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A MÁSCARA DA DOR

Sim, conheci pessoas
que se comprazem
ao demonstrar dor

Em carracundas faces
rugas de sofrimento
mas por dentro, rejubilam

É como sabem viver:
da dor, retirar
atenção e simpatia

Sim, há pessoas
que colocam
a máscara da dor

Para manipular
situações e perdões,
e felizes, escondem

seu íntimo prazer

Anorkinda

 

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A moradia do perdão

Numa dimensão especial
permeada de amor
encontra-se a moradia
do perdão incondicional

Uma capacidade essencial
nascida na saudade
de um Reino de Luz
nos aflora a semente angelical

Numa satisfação pessoal
recheada de valor
encontra-se a harmonia
na restauração espiritual

Anorkinda

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A POEIRA DA IDADE

Os anos que passam
nos recobrem
de experiências

São as marcas
do tempo

Os sulcos na face
nos descobrem
as vivências

São as belezas
do tempo

A poeira da idade
nos cobre
de nuances

São as pérolas
do tempo

A vida que passa
nos abre
às possibilidades

São as dádivas
do tempo

Anorkinda

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A QUEM SE RESPONDE?

A quem se destinam as respostas prontas
ou mesmo aquelas previamente digeridas?
A quem enganamos a cada frase importa
e em toda sílaba vazia facilmente proferida?

A quem se responde com graça e leveza
as hipocrisias mais burras e fingidas?
A quem provocamos quando à mesa
as intenções são claras e desinibidas?

A quem se priorizam as definições
e os arremedos de boa-vida?
A quem importam as razões
se abrimos a ferida?

Anorkinda

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A sábia arte do tempo
 
A beleza das horas
vem encantada
em cada momento
 
Nas cores dispersas
ciclos internos
 
A arte das horas
é primorosa
em discernimento
 
Em nuances diversas
sabores eternos
 
Anorkinda
 

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 A SURFAR


Posso deslizar suavemente pelo mar dos karmas
suas ondas podem levantar pequenas marolas
e assim, divertir-me na preciosa experiência
de aprendizagem, preparada com dedicação

Posso também teimar em pegar a onda bravia
tentar domá-la com os brios de um ego
cheio de si, em imprudente encorajamento

Posso surfar com perícia o movimento sábio
do mar e sua Lei da Ação e Reação
e assim, deixar-me levar, equilibradamente

Posso também louvar a Natureza dos karmas
que em liberdade me deixou brincar de viver
por aqui, por esta Escola linda da Evolução

Anorkinda

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A VIDA É PRA VALER!

Qualquer poeta diz:
- A vida é pra valer!
É pra valer quanto?

Vale um sorriso aberto?
Vale dois abraços quentes?
Vale três beijos estalados?

Há quem troque
isto tudo por...

Uma carranca horrorosa
Dois safanões na sorte
ou três noites mal-dormidas!

Convenhamos
a vida só vale a pena
se for bem vivida!

Anorkinda

....................................................

 

A VOZ DO POVO


A voz que
o povo tem

vibra uníssona

A vós que escutais
o grito vem

brada o timbre mudo

A paz que
o povo tem

abraça unida

A vós que esperais
o justo vem

transforma o mundo

Anorkinda

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 Abraço infinito


Da percepção da cor
a luz que refracta
insere em minha visão
o laranja, despedida do sol
o cinza, peso chumbo das nuvens
o azul, reflexo marinho celeste
o branco, movimento espuma de ondas
o sem fim de matizes em minha aura

Abraço infinito da vida
a eternidade que visita
impele meu transcender
a paz do firmamento perene
a impetuosidade do clima
a imensidão das águas salgadas
a efervescência das marés
a abrangência do Todo em meu Ser

num moto-contínuo de dimensões paralelas

Anorkinda

..................................................

 

AFAGOS NO EGO

É uma pena
que tenhamos
problema
em valorizar
a grandeza
de se amar.

A auto-estima
confundida
como estigma
de orgulho,
de ego
em barulho

É uma pena
que não tenhamos
a serena
sabedoria
de diferenciar
a egolatria

De uma estima
genuína
pela obra-prima
da Criação:
o ser humano
em evolução!

Anorkinda

....................................

 

Afinidade

É harmonia
de vibração

É calor
no coração

É gostar de você
de montão!

Anorkinda

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 ALÉM DAS APARÊNCIAS


Há um estado de coisas inefáveis
além das aparências das coisas

Há um louvável espírito nascido
além das aparências louváveis

Há um espetáculo inédito
além das aparências

Um espetáculo sem plateia
há nos bastidores de todas as coisas

Anorkinda

......................................................................

 

 

Além do sorriso
 
O sorriso transcende o tempo
evaporam-se os segundos
minutos, horas ou mundos
 
O sorriso configura eternidade
 
O sorriso reacende o tempo
novo de compartilhar
louvar e somente amar
 
O sorriso configura verdade
 
O sorriso ascende o tempo
evoluem as auroras
arrebois, faunas e floras
 
Anorkinda

.............................................................

 

Amanhã presente
 
Minha manhã
é a tarde
em sol a pino
 
Minha manha
é ter artimanhas
para ludibriar destinos
 
O amanhã
não existe
assim assino
 
Amanhece
e acontece
o presente e seus hinos
 
Anorkinda

..........................................................................

 

 

Amar, sempre amar
 
Vou levar as sementes do amanhã
e plantar todas em terreno fértil
aquele aberto pelo abraço
de quem sabe amar
 
Vou espalhar alento de manhã
antes que o sol do meio-dia
aqueça em embaraço
as oportunidades de amar
 
Vou querer sempre presente
a esperança de que a vida
ganhe mais espaço
sem esquecer como é bom amar!
 
Anorkinda

.....................................................................

 

Amizade

Num abraço, seguimos pela vida
Mais fortes e felizes

Num compasso, diapasão
de terna amizade

Nos tornamos mais crescidos
que o amor

Nos ampliamos na sensação
da eterna confiança

Anorkinda

...................................................................

 

 
Amnésia
 
Durante o período 
de escuridão,
preparação
 
em casulo de amor...
 
É facil esquecer-se
de bater as asas
 
em movimento de felicidade!
 
Anorkinda

..................................................

 

AMOR PRÓPRIO

É pena que se ensine
Ao pequeno moleque
Que a bexiga domine
Mas a lágrima seque

É triste que predomine
Irritação e xingamento
As crianças discrimine
Lhes causando tormento

Não falo do mal
Mas grito o bem
Pais, o que é normal?
Seu filho é ninguém?

Uma identidade
Grande oportunidade
Cada pequenino
Tem seu destino

Ele mesmo traçará
E você ensinará
Que ele pode?
Ou que se sufoque?

Espero aqui e agora
Que toda criança
Respeite sua hora
E brilhe em sua dança!

Um novo adulto
Se levanta
Um ser culto
Que encanta!

Anorkinda

.......................................

 

 AO PERDER-ME


Desviei, sim
daquilo que 
me disseram
ser reto
mas eu vi
espinhos lá

Trilhei, sim
o caminho
solitário
direto
escuro até
mas eu fui

Perdi-me, sim
vi coisas
o que não 
gostaria
de ver
mas eu vi
espinhos lá

Levei, sim
um tempo
pra ter
a noção
mais certa
da direção
mas eu fui

Aliviei, sim
o coração
solitário
no afeto
dos abraços
cansaços
findaram lá

Anorkinda

 

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ÀS MARGENS DO RIO

Em um rio de sonhos, vivo
Deliciando-me na sua frescura
Banhando-me ternamente
Em suas águas sempre puras

Às margens do rio
Vejo gente torrando ao sol
Leio suas depressões
Às voltas com seu próprio pó

Chamo, chamo pra brincar
Mas a gente da terra-realidade
Vai pra longe, diz que é gente grande
Chamo ainda sem desanimar

Um dia todos cairão n'água da felicidade
E brincaremos de criar
E dançaremos de mãos-dadas
Um novo amanhecer há de chegar!

Anorkinda

..................................................................

 

 

As mudanças do mundo
 
Inerente à natureza humana
há a necessidade
de mudança
 
Em cada geração germina
uma insatisfação,
ansiedade
 
Inclemente, a mente
turva, são os véus...
 
E o Homem, cego
não vê a atuação dos céus...
 
Anorkinda

..............................................................

 

As vezes devaneio

As vezes avisto
um piscar
uma luz intermitente
é a sorte a sorrir
em céu azul-escuro

As vezes insisto
por prazer
por satisfazer o impulso
de devanear e sorrir
em noite de delírio puro

As vezes dá nisto
de sonhar
de profetizar o improvável
dos homens sem sorrisos
nem coragem de descer do muro

As vezes é preciso
um piscar
uma luz insistente
para arrancar sorrisos
da boca sisuda do obscuro

Anorkinda

................................................................

 

 

Assovio do vento

o vento desfila sua força
a terra estremece
mais de medo
do que frio

o vento desvela um futuro
o povo esquece
inconsciência
por um fio

o vento destelha suas crenças
a mente enlouquece
apaga-se o pavio

o vento desfia um rosário
o sol aquece
ouve-se um assovio

é o sinal dos novos tempos

Anorkinda 

 

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 Atalhos e flores


Ah...quantas vezes estamos trilhando
naquela mesmice, nossos caminhos
e de repente, ela apronta...

A vida surpreende sempre que quer
e um atalho se abre à nossa frente
naquela refrescância!

Ah...que sopro de novidade
naquela bobice, risos...

A vida semeia flores
onde bem quer!

Anorkinda

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Auto-questões...
 
É porventura
uma aventura não amar-se?
 
Não entregar-se à confiança
de si mesmo...
 
É uma loucura
a desventura de não cuidar-se?
 
Não mostrar-se, transparência
em si mesmo...
 
É travessura
a desenvoltura de não tratar-se?
 
Não assegurar-se à fiança
de si mesmo...
 
Anorkinda

...............................................................

 

Autorrealização

A cada degrau, mais perto.
A subida era deliciosa...
A idade diminuía.

Rumo vertical, por certo.
Expectativa prosa
o futuro oferecia.

A cada suspiro, decerto
mais e mais curiosa...
Frenes aparecia.

Realização pessoal perto,
conclusão imperiosa:
a escada ruía!

Anorkinda

....................................

 

AVAREZA

é ter na mente
certa lerdeza

uma mania
de esperteza

e ter medo
da incerteza

e perder
a clareza

da fé que
se põe na mesa

tal qual uma
lâmpada sempre acesa!

Anorkinda

.....................................................

 

Brancas

Geleiras brancas
frialdade norte
e sul, mansas

Nuvens brancas
deslizes de sul
a norte, brandas

Bandeiras brancas
fraternidade norte
e sul, danças

de desejos de Paz!

Anorkinda

 

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 BRANCAS MÁSCARAS


Quisestes demonstrar paz, amor, compaixão
Da luz branca da espiritualidade, opção
Mas o caminho dificil não trilhastes
Dos espinhos, escapastes

Pusestes a máscara branca, ilusão
Pareces ser da paz, mas tremes
O medo por dentro consome

Quisestes enganar a si, ao irmão
Da brandura copiastes
alguns tons e gestos

Impusestes a tua aflição
a branca máscara
da vaidade vil
fantasias a bondade

Anorkinda

...........................................................

 

Brincando de se esconder

As pessoas perdem
muito tempo
tentando se proteger

Quase enlouquecem
em confusão
querendo entender

Mas sem se abrir
e arriscar
jogando sonhos no ar

A vida passa sem rir
e sem marcar
brincando de se esconder

Anorkinda

....................................................................................

 

CADA CABEÇA, UMA SENTENÇA

Sabe, cada cidadão tem uma cabeça!
Foi forjada em livre-arbítrio
o que gera um medo colossal!

Sabe né, cada cabeça, uma sentença!
Conexões neuronais individuais...
o que gera uma insegurança abismal!

Sabe gente, cada sentença é a morte!
É o fim da divagação e da filosofia
o que gera uma tristeza sem igual!

Quer saber, cada morte é um poema!
Enfim, a sagacidade da alma
é o que gera a libertação total!

Anorkinda

........................................................

 

Carência

No coração, dormência
anestesia sem
noção

Nos sentimentos, inocência
rebeldia de
crianção

Nos olhos, sonolência
catalepsia da
razão

No próximo, clemência
um pedido de
libertação

Anorkinda

..................................................................

 

Cavalheirismo
 
Não importa
o lado da trincheira,
quando a fragilidade
se mostra, o caráter
se importa
e derruba, inteira,
toda a imbecilidade
diferenças de classe,
gênero, raça...
todo cacoete racional.
 
Anorkinda
 
 

.....................................................

 

Cavaleiro da triste figura

Conheço um destes
cavaleiros de triste
envergadra

Julga muito
julga tudo
insatisfeito

Reclama e ajuiza
ranzinza

Lamenta e espanta
solitário

é um pobre
cavaleiro de
triste figura

Anorkinda

.............................................

 

 

Centro
 
Roda a vida
e o sol
é o centro
 
Gira a roda
e o amor
vai dentro
 
Anorkinda

 

...........................................

 

 circular do tempo


círculo movimento
a expectativa
pelo passado

na volta do tempo
a retrospectiva
daquele futuro

no pé do vento
a tendência
veio trincado

bulício do tempo
a solvência
rodopio puro

Anorkinda

...............................................................

 

 

Colores
 
Humanidade
em tantas nuances
coloridas...
 
Criatividade
do Criador...
 
Para que dances
abraçado no amor!
 
Anorkinda

...............................................................................

 

 Como a chuva


Pérolas me parecem os pingos da chuva
que agora cai suavemente
meus pesadelos fugiram todos
Sentia-me como a seca no sertão
queimava-me os sentimentos
sem a abençoada água

Emoções se parecem com a chuva
por vezes inundam a gente
nos põem quase a afogar
Mas quando nos atingem suaves
elas derrubam o isolamento
feito da pedra dura da mágoa

Anorkinda
 

................................................

 

 Companhias


Pra não estar só
uno-me à esperança
Ela acolhe-me
me tem criança

Pra viver na Terra
uno-me à coragem
Ela eleva-me
me faz modelagem

Pra estar em paz
uno-me à felicidade
Ela preenche-me
não tem idade

Pra não me perder
uno-me à Deus
Ele ilumina-me
me leva aos Céus

Anorkinda

........................................................................

 

 

Cores e amores da vida
 
No livro da vida
as letras são amores
que somam-se, escritores
que somos destas rimas
 
Na estação primavera
desabrocham as flores
que exaltam os valores
que saltam aos olhos
 
Na pintura da vida
os traços são cores
que impõem-se, pintores
que somos de obras-primas
 
Na emoção e aventura
desprendem-se temores
que exultam conquistadores
dos mais preciosos sonhos
 
Anorkinda
 

.........................................................................

 

 

Cores singulares
 
Em dia nostálgico, de saudades
preenchido, cores passadas
dão o ar de suas graças
decoram as densidades
 
Já quando o dia é de sol
cores quentes agitam
as veleidades
 
O coração se diverte
assim, colorindo
 
os dias e as singularidades
 
Anorkinda

.........................................................

 

 Coroa sofrimento


Ao exibir sua dor
o Homem enaltece
um suposto castigo

Desfia lamúrias
e que não se contradiga
o fardo é elegante

Não tem pudor
o Homem ocidental
hipocondríaco natural

Destila murmúrios
venenos-resmungos
amarga o destino

Ao expor sua dor
julga-se único
soberano do sofrimento

Anorkinda

..................................................

 

CUIDADO

-Tome cuidado!
Sempre diz alguém
com zelo desdobrado

Também sempre há
um bom ditado
pra se escutar

Nesse cotidiano
de viver em grupo
num abraço humano

Também sempre há
um bem-querer sano
a nos agradar

Anorkinda

.....................................................

 

 

Cura livre
 
Infelicidade
grande
a grande
cidade
 
Cicatriz
modernidade
ferida 
onde mais
necessita
saúde
 
Liberdade
pura
a cura
claridade
 
Motriz
diversidade
exposta
oferece uma
resposta
pronta
 
Anorkinda

.....................................................

 

D. Generosidade

Assim era ela...
Pura generosidade...

Para cima e para baixo
De um lado para outro...

Atendendo e resolvendo
problemas e cuidados...

Assim vivia ela...
Pura solidariedade...

De dia e de noite
Ao parente e ao amigo...

Satisfazendo e animando
o corpo e a alma...

Assim amava ela...
Pura disponibilidade...

Sua saúde e bem-estar
Tempo e sossego

Ficavam em segundo plano
Promessas celestiais...

Assim desperdiçava ela...
Puras oportunidades...

Anorkinda

 

.....................................................

 

Da aventura espacial

Céu estrelado
um tablado
palco iluminado

Onde dançam
os astronautas
um bailado livre

Sem pé nem cabeça

no espaço sem recompensa

Anorkinda

.........................................................

 

Da beleza que fica

Se todos voltam ao pó
nesta vida passagem

Ficam nossos frutos
nesta beleza infinita

que é encantar!

Anorkinda

.......................................................

 


Da sobremesa

Ter capacidades
e desperdiçá-las
Ter amenidades
para desfrutar
e dispensá-las

Ter sobremesa
e refutá-la
Ter a natureza
para saborear
e ignorá-la

Ter banquetes
e cuspi-los
Ter talheres
para usar
e bani-los

Ter sagacidade
e amaldiçoá-la
Ter humanidade
para abraçar
e amasiá-la

Anorkinda

...............................................................

 

 

Dádiva maior
 
Muitas vezes
não podemos ver
o que encobre o sol
de todo dia
 
No que nos é dado
não podemos acreditar
 
Pois cada um foi criado
para lutar e sacrificar
 
Muitas vezes
não podemos ver
o que descobre a lua
toda a noite
 
Pois em tanto brilho
Não podemos acreditar
 
Mais fácil é o trilho
repisado de se entregar
 
Anorkinda
 

...................................................................

 

 

Das desilusões
 
Certas emoções
precisam ficar
quietinhas
para decantação
 
Certas mágoas
precisam girar
em torvelinhos
para saturação
 
Certos corações
não podem suportar
mesquinhos
atos de desatenção
 
Certas águas
não podem rolar
quentinhas
veios de desilusão
 
Anorkinda
 

................................................................................

 

 De um tempo absurdo


Me falaram de um tempo
onde os seres olhavam pros lados
as blusas femininas tinham bordados
e falar da vida alheia era passatempo

Me disseram de um tempo
onde os seres esbugalhavam olhares
pro lado de fora e plantavam mil azares
a ensombrear o que lhes restava de tempo

Não quis acreditar neste tempo
que passou e jamais deixarei que volte
vou espargir poesia e que o amor escolte
toda alma límpida que partilha do meu tempo

Anorkinda
 

......................................

 

Delicadamente

Delicada semente
é a gentileza
em ação

Perfumadamente
seduz, sutil
em emoção

Anorkinda

............................................................

 

 

Descaminhos
 
Sigo deixando cair
pelo caminho
farpas escuras
 
Aos poucos
vou iluminando
meus planos
 
esquecida 
dos desenganos
 
que configuraram
descaminhos
 
Anorkinda
 

.........................................................

 

Descansada

Ah... dias fustigados
o pé no pedal da correria
a cabeça tricotando
ideias sem serventia...

Ah... dias descansados
relaxamento dos sentidos
a poesia bordando
nexos nos vestidos...

Ah... dias abençoados
alternância de agitação
e mordomia, equilibrando
os pontos desta vastidão

chamada vida!

Anorkinda

.......................................................................

 


DESIGUAIS

Direitos e bilhetes, curvas
Silenciada minoria, piada
Páginas e luvas, flores
Excluída pobreza, 
Constituição

Linhas e chacotas, chuva
Insanidade feia, socos
Campos e gritos, vagas
Verdade tremenda,
Prostituição

Ricos e cadetes, iguais
Forte preceito, vil
Trabalho e pão, sorte
Morte clara,
minha nação

Anorkinda

.....................................................

 

 

DESOLAÇÕES
 
Para a alma inflamada
de amores e dramas,
desolações são
tsunamis
 
Provocam desespero
mas revigoram
o solo 
 
ressecado pelos excessos
 
Anorkinda

.......................................................


 

Desprazer pelas certezas

Me vi bradando
cheia de argumentos
até aos gritos, apelei

Me vi teimando
cheia de certezas
até os olhos, fechei

Me vi desanimada
vazia de energias
do tormento, desapeguei

Me vi alforriada
vazia de razões
na liberdade flutuei

Anorkinda

 

.................................................................

 

 Diabinho


Transtornei as linhas da vida
guardando as mágoas sofridas

Esqueci do amor recebido
desdenhando oportunidades

de redenção e felicidade
ouvindo o diabinho no ouvido

Anorkinda

............................................................

 

DIAS DE CHUVA

No dia de chuva
Há uma luz diferente.
é um dia sombrio
Pois o sol não está presente.

No dia de chuva
Há um cheiro diferente.
É um dia úmido
Pois o calor está ausente.

No dia de chuva
Há um ânimo diferente.
É um dia calmo
Pois a paz está na gente.

Anorkinda

.....................................................................

 

Difícil pensar quando...

Se está perturbado
Quando cansado ficas

Difícil falar quando...

Se está sem palavras
Quando dá aquele branco

Difícil poetar quando...

Se está procurando
Quando desnorteado corres

Difícil pensar quando...

Se está em dores
Quando sobra maus-humores

Anorkinda

..........................................................................

 

Displicência

Com a displicência da cobra
aprendo que na vida
muitas peles são trocadas
no poder de regenerar-se

Muitas caçadas silenciosas
são efetuadas em necessário
exercício da vida
sobrevivência nos cobra

Inseridos em necessária
simbiose da natureza
Rastejamos como cobras
aos pés da sábia floresta

Anorkinda

..............................................................................

 

Do abstrato

Da essência da alma
pouco se sabe ou se diz
Na metafísica das coisas
pouco se desvenda do íntimo

Da transcendência do tempo
nada se sabe ou se vive
Na física dos cientistas
nada se descobre no fórum

abstrato dos desprezados corações

Anorkinda

......................................................................

 

 

Do déspota

Quando o poder dá medo
e errar fere de faca
o orgulho azedo

A arbitrariedade é a pedida
sem diálogo ou ouvidos
a ação indevida

Impõe-se por medo
e ao déspota
degredo

na solidão de sua própria altura

Anorkinda

 

....................................................

 

Do social

Do amparo cordial
a gentileza...

Do trilho usual
a segurança...

Da amizade
o carinho...

Da bondade
um ninho...

Anorkinda

........................................................................

 

 Doravante


Estou vendo os que vêem
loucos de felicidade
os amores, as flores
a esperança

Eu vi os meus irmãos
em voo original
cores a nutrir
o ar

Eu vim viver também
para falar
a verdade
ao limite

Com as mãos
abençoo
o hoje
e a dor

Anorkinda

........................................................

 

Dos agarros proibidos

Contou-se em um soneto
das luxúrias vespertinas
tenra idade, mãos meninas

Da bofetada maternal
mais envergonhada
do que correcional

Contou-se do tempo
em que os namorados
permaneciam excitados

A esperar um momento
de distração na vigília
adultos em monitoramento

Hoje em dia não conta-se
destas histórias pulsantes
pois que namoridos, amantes

Já desembainham pudores
e entregam sem muito tesão
o que seriam cálices de amores

Anorkinda

.......................................................

 

 

Elos
 
Um homem precisa 
da cumplicidade
da mão-dada
 
Um homem avisa
à boa-sorte
sua ventura
 
quando encontra
 
um elo de verdade
 
Anorkinda

....................................................................

 

EM BUSCA DA IMENSIDÃO

Sempre atrás de inspiração
Com largos passos
do coração

Assim, em busca da fraternidade
Cada avanço nos aproxima
da eternidade

Sempre atrás de liberdade
Com pequenos passos
de serenidade

Assim, em busca de imensidão
Cada degrau nos aproxima
da amplidão

Anorkinda

 

..............................................

 

Em cinza

Realidade
que não sorri
é aquela
do concreto
sem o horizonte
largo dos sonhos

Realidade
que não dança
é esta coisa séria
da cidade grande
que em cinza
franze o sobrecenho

Anorkinda

........................................................

 

 


Em embrulho

Teorias onipotentes
arrastam tanto orgulho
sob tapete vermelho

Artifício manipulador
certezas em embrulho
prepotência de esguelho

Me faço libertadora
não aceito o entulho
de seu discurso velho

Anorkinda

 

..........................................................

 

Em S

Somos seres sencientes
sufocados sem sossego

Seremos solapados
sozinhos sem saída

Sons sussurram sílabas
salgadas sem sonho
sem saudade

Semblante soturno
Ser severo solitário
sem solidariedade

Anorkinda

.................................................................

 

 

 
Em torno de mim
 
O mundo real,
tão ilusório...
 
O meu papel,
insatisfatório...
 
O destino cruel,
peremptório...
 
O meu sinal,
comprobatório
 
de que em torno de mim...
 
o aprendizado é obrigatório.
 
Anorkinda

................................................................


 Entre dar e receber amor


Na rotina sadia e bonita
de amar a vida
Entre dar e receber amor
Estava o coração 
de portas sempre abertas
Como o botão da flor
que desabrochou

Anorkinda

...........................................

 

 ESMERO


Em minhas mãos
o néctar
A pureza
do coração

Em meus olhos
o céu
A mente
da renovação

Em minh'alma
a voz
A melodia
da emoção

Em meu coração
a amada
A semente
de dias sãos

Anorkinda

.........................................................

 

Eu choro

Porque há mais lágrimas
acumuladas nos olhos
do que força de vontade
que as reprimam, atadas

Porque há mais caminhos
livres pra que elas fluam
do que represas velhas
que as contenham, ilhadas

Porque há mais emoções
verdadeiras a expressar
do que gestos hipócritas
que queiram lhes esconder

Porque há mais vertentes
em exuberância de vida
do que sentimento seco
sem águas de bem-viver

Anorkinda

....................................................................

 

 Eu tenho oportunidade


Eu posso com meu exemplo
espalhar as sementes
de uma mudança global

Eu tenho a oportunidade
única de ser humana
e criativamente fértil

Eu posso com meu amor
espalhar as chispas
de uma consciência total

Eu tenho a oportunidade
ímpar de ter nas mãos
a riqueza da vida física

Eu posso com meu sopro
espalhar as brisas
de uma felicidade geral

Eu tenho a oportunidade
divina de ver além
e abraçar a todo irmão

Anorkinda

............................................................

 

 

EXPLICAÇÃO
 
Sempre procurando
a explicação
seguimos 
o grão
 
Nunca satisfazendo
a razão
permitimos
o senão
 
Por vezes amando
uma sensação
cingimos
o não
 
Raramente doando
o coração
mentimos
em vão
 
Anorkinda

............................................................

 

 

Explosiva 
 
As emoções quando
represadas por muito
tempo, de repente podem
explodir numa descarga
intensa de energia
possibilitando
o sobreviver
 
Anorkinda

.....................................................................

 

 

 
Semeia um novo amanhecer
a fé que preenche os corações
 
Floresce mais amor
pelos canteiros da fé
 
Perpetua-se o viver
 
Em fé, bondade e valor
 
Anorkinda

.....................................................

 

 

Fervente
 
Sobre as brasas
do fogareiro
o que ferve
assemelha
à vermelha
viva emoção
que me serve
como um luzeiro,
íntima satisfação.
 
Anorkinda

.................................................

 

Floração

Em silêncio
os dias
passam
e germinam

Com paciência
os meses
passam
e vicejam

Em anuência
os anos
passam
e florescem

Anorkinda

...............................................

 

 

Futebol atrapalhado
 
A vida é como
bola de futebol
 
ora você cabeceia
e faz um gol
com a razão
 
outras vezes
num chutão
a gente acerta
de supetão
 
ora você titubeia
com o sol
na visão
 
outras vezes
a marcação
torce e aperta
o teu dedão
 
Anorkinda

..................................................................................

 

FUGA ESCURA

No chão das tristezas
alçapões abrem o caminho
para a escuridão segura

No terreno reconhecido
pleno de sentimento daninho
eficiente dreno energético

No limbo das agonias
garimpos seduzem o mesquinho
ilusório Olimpo de auto-piedade

No breu de uma alma
semideus se encontra sozinho
cumprindo o que a si próprio prometeu

e mergulha na fuga sem apogeu!

Anorkinda

..........................................................

 

Inefáveis

Antes de esvanecer
o sonho voa e brilha
e realiza...
realiza muitas conexões.

Antes de desaparecer
os inefáveis desejos
iluminam...
e desvendam mundos
em revelações.

Anorkinda

.....................................................

 

INOCÊNCIA ROUBADA

Sociedade moderna
Anos dois mil
e a infância roubada

Alguns mártires
poetas e contadores
ainda bradam

Mas as crianças
estão a mil
pensando-se adultos

Sentem que ser
grande
é chatérrimo

Mas estão nessa
meio sem
nenhuma opção

Mídia e pais
entupindo-os
de poder

Anorexia e apatia
meio sem
nenhum controle

Em crianças
que perderam
o brilho da infância:

O pião a rodar
a nuvem
a desenhar no ar

A imaginação
a ferver
em doce inocência

Anorkinda

..........................................................................

 

 

Labirinto de Copas
 
Por que o ser humano
caiu nesta cilada?
Uma grande enrascada!
 
Ergueu em copas
as ilusões,
decepções.
 
Sonhou, fez planos,
escorregou em divagações,
empolgou-se em construções.
 
Embrenhou-se em labirinto,
emoções, ego e mente,
para complicar a vida, somente.
 
Mesmo o amor
estando à sua frente,
não lhe é acessível, lamentavelmente.
 
Anorkinda
 

.........................................................

 

 

Lembranças e abrigos
 
As lembranças
traçam um caminho
por vezes florido
Um caminho
muitas vezes
escuro e sombrio
 
As lembranças
oferecem abrigo
à saudade grande
Abrigo certo
de saudades
urgentes
 
Anorkinda
 

.......................................................................

 

 

LOUCO!

A fim de alcançar um objetivo,
e quanto mais precioso
mais vale a pena...

Toda aguilhoada-obstáculo
fomenta mais!

A fim de ultrapassar o óbvio,
e quanto mais louco
mais acertado é...

Toda machucadura é feliz
desgarra mais!

A fim de transcender o finito,
e quanto mais difícil
mais bonito é...

Toda aventura-perigo
realiza mais!

Anorkinda

 

.....................................................................

 

 LOUCURAS DA VIDA


A linha da vida faz-se em opostos
parâmetros a se antagonizar

Ânsias juvenis em corpos
cansados de trilhar

E descasos tediosos
em jovens a desabrochar

Loucuras da vida imposta
pela natureza ímpar

De seres humanos dispostos
a tudo reformar

Menos a difícil aposta
de nunca desanimar!

Anorkinda

.................................................................

 

Mácula

Desnudada
a alma ia livre
ao sabor do vento

Liberdade
a vida corria
no galope do tempo

Mácula
a alma sorvia
dissabores e lamentos

Vítima
a vida ia trôpega
em apelo estrangeiro

esvaindo à míngua, o momento

Anorkinda

.................................................................

 
MANDALA BOA TARDE

Quando a tarde faz-se colorida
te cumprimento, meu amigo
e compartilho contigo
o prazer da vida

Enquanto a tarde esvai-se
me alimento da bonita
vital e infinita
amizade nossa

Nesta troca contínua
circular e amiga
construo a viga

Do equilíbrio ímpar
volátil e pleno
trato sereno

Anorkinda

............................................................................

 

MANDALA VIVA

Espontaneamente estas crianças
Sentaram-se em volta da gravura
Tão viva, tão representativa!

As fagulhas vivas de esperanças
Humanos novinhos na brancura
de alma seguramente altiva!

Imagem que transluz as danças
Da natureza em atividade pura
Tão viva, tão convidativa!

Crianças suas mãos são tranças
De um elo ausente de ranhura
Instrumentos de uma era nativa!

Anorkinda

.......................................................................

 

Marionete
 
Minha visão interna
aponta o sentido norte
 
Prevejo melhor sorte...
 
Mas o caminho segue
ao sul...
 
Céu azul?
 
Não sei, mas tenho
a sensação
 
de ser marionete
 
quando a direçao
não me compete...
 
Anorkinda
 

....................................................................

 

Mergulho na ousadia

Construindo e reconstruindo
Me jogando inteira no vasto céu
Que me amplia, me possuindo
Refletindo meus anseios ao léu

Se construir e reconstruir
Faz deste mundo algo melhor
Que sacia, põe pra sacudir
Afetando o que temos de pior

Rebuscando lá dentro
Toda gente tem paixão
Tem a alma ardendo

Humanos saturados
Desgastados de solidão
No ponto de serem ousados

Anorkinda

........................................

 

 

Meu herói

Aquele herói
foi desmascarado
foi descabelado
foi desarrumado
mas foi vestido
de verdade
de bondade
de caridade

Aquele herói
foi você
quando decidiu
quando não mentiu
quando me sorriu
bem vestido
de gentilezas
de franquezas
de certezas

Àquele herói
eu agradeço
pelo preço
que eu mereço
assim vestido
de amizade
de sinceridade
de humanidade

Anorkinda
 

 

.....................................................

 

 

Mil verdades
 
A cada tipo vivente
cabem explicações
diversas do mesmo Uno
 
A originalidade digital
é nervura de folha
 
imprime criatividade
 
arte-identidade
 
expressa em mil verdades
 
Anorkinda

...................................................................

 

 


Militante praticante

Sou militante de uma aventura
das mais singelas:
realçar atos de ternura
no cotidiano

Há os filhos da desesperança
fechando as janelas
mas mesmo pelas frestas,se lança
um raio insano

Sou praticante do sorriso
dos mais singelos:
acarinhando num conciso
ato de cidadania

Quero expulsar do dia-a-dia
o inimigo dos anelos:
decretar o amor à revelia
livre de toda agonia

Dizem que este é um sonho profano!

Anorkinda


..................................................................................................

 

MINHA LUZ

Algo vem dos mistérios que vencem o tempo
Uma sabedoria infiltra-se em cada momento

Enigmas desafiam o humano discernimento
Uma voz retumbante sobrevive ao tempo

Forças eternas traduzem nossos lamentos
Uma vontade férrea vence todo sofrimento

Minha luz pessoal encaminha os alentos
Uma presença maior impõe-se em merecimento

Anorkinda

.....................................................

 

 

 
Moda
 
Para uns
 é vazão
 de criatividade
Para outros
 é brincar
 de siga o líder
 
Para uns 
é escravizar-se
 no olho alheio
Para outros 
é ser ditador
 do que é feio
 
Anorkinda

......................................................................

 

Moralidade

Um dia uma tal...
dizia-se Verdade...
apareceu cheirando
à moralidade...

Seu perfume era tal...
dizia-se hipnótico...
rescendeu espalhando
um teor caótico...

Sim, pois uma tal
dizendo-se Verdade...
não seguia compartilhando
com nenhuma diversidade...

Seu betume era tal...
fazendo-se negror...
não vertia alumiando
a nenhum senhor...

Pois que um dia esta tal
única Verdade...
estará rascunhando
uma auto-biografia de senilidade!

Anorkinda

.................................................................................

 

MORTE ALÉM MORTE

Crio um sopro divino e espalho pelo ar
a luz de meu corpo transcendental
Portais eu mesma abro de par em par
como ventanas no espaço sideral

Sou alma eterna experimentando a dor
vou relembrar do meu Ser Superior
Respostas me apanham em meditações
comprova-se o fim das punições

Sou única em total mistura
às emanações da natureza
sempre em renovação pura

Crio um falso fim
a esta vida beleza
morte além da morte, enfim

Anorkinda

......................................................

 

Na curva

Andar pela estrada
Pode ser uma surpresa
Pode ser uma cegueira

Andar pela estrada
Requer milagres
Requer empenhos

Na curva da estrada
Pode ter uma surpresa
Pode ter uma besteira

Na curva da estrada
Se quer milagres
Sequer sofremos

Anorkinda

......................................................................

 

Na esperança de um povo novo!

Venho por meio desta
decompor os preconceitos...

Vidas e vidas vividas
numa mesmice sem efeitos

Come, procria e morre
quem vê alguma vantagem?

Deixar descendência?
Novas gerações sem bagagem?

Pode até estar evoluindo
a tal moderna sociedade

Nas hipocrisias, destruições
e total superficialidade

Ah... mas sabe...todos tem direitos
todos tem suas próprias escolhas

Quem não se importa com os arreios
que continue pastando folhas

Não os julgo, sou apenas poeta
abraço tua riqueza d'alma

Mesmo que não a conheças
o dia surgirá com toda sua calma

E o tirano no poder sucumbirá
diante das massas acordadas

Num potente vigor novo!
Estaremos, tu e eu, de mãos dadas!

Anorkinda

.....................................................

 

 Não arriscar


Quem não arrisca
já perdeu

perdeu o sentido
perdeu a oportunidade
perdeu a felicidade
de tentar

Quem se frustra
não aprendeu

que a vida se refaz
que a chance se repete
que o encanto não fenece
num piscar

Não desperdice
 o risco

ele fomenta
ele instiga
ele influi
no veio que demarca
o que fui e o que sou eu

Anorkinda

...................................................

 

Negligência

Deixei um segredo
dividido ao meio
pela lâmina do medo

Pelos meus caminhos
de luz sem anseio
deixei desejos sozinhos

entregues ao resgate alheio

Anorkinda

.....................................................................

 

Névoas e auroras

Os sonhos que outrora fluíam
Hoje condensam-se
em névoas

Úmidas de muitos esperares
Sonhos refrescam-se
nas noites

Antecedentes das auroras
mais plenamente
dadivosas

De luzes que nos realizam
os sonhos mais
acalentados

Anorkinda

..................................................................

 

 

No automático
 
Andei como um boneco
de corda, por aí,
repetindo o programado
 
Profetizei como o pássaro
do realejo, lugares-comuns...
 
Mas, de repente, num lampejo
 
revelei-me livre e desajustado.
 
Anorkinda

.......................................................................................

 

No balanço da vida

tem o balanço
da praça
me embala pra frente e pra trás...

tem o balanço
da mente
me empurra pra frente ou pra trás...

tem o balanço
da vida
me ensina a olhar pra frente e não pra trás!

Anorkinda

...................................................................

 

 

No coração
 
No coração tem um cantinho
para cada amigo descansar
com afagos, mesa posta
rede estendida
 
No coração tem um carinho
para cada amor vibrar
como badalos, canção exposta
riqueza da vida
 
Anorkinda

...............................................

 


No exemplo da vela

A chama da vela
derrete a cera
que a constitui.

Será que ela
assim evapora
livre e flui?

Anorkinda

........................................................................

 

 

No sol e na lua
 
 
Diversões estão presentes
sempre dentro da gente
Seja dia de sol quente
ou noite de estrelas ausentes
 
Paixões efervescentes
sempre tomam a frente
Seja em queimor dolente
ou em pratas evanescentes
 
Dimensões salientes
Sempre saltam à mente
Seja no ocaso ouro-pingente
ou plenilúnios resilientes
 
Emoções são frequentes
sempre e de repente
Seja no sol poente
ou em luas subsequentes
 
Anorkinda

.......................................................................

 

 

No tempo, nosso tempo, há tempo?

Há tempo pra sonhar
e derreter bandeiras...

Há tempo pra celebrar
e enfeitiçar as ruas...

Há tempo pra sorrir
e apagar as olheiras...

Há tempo pra fluir
e perverter as liras...

Há tempo...
Nosso tempo
de realizar...

Há tempo...
No tempo
de transgredir...

Anorkinda

 

....................................................................................................

 

NOS MARES MODERNOS

Espalhar em garrafas nossas mensagens de socorro
Não surte mais efeito, praias e mares tão distintos
dos navegares de outrora!

Enviar nossas revoltas pelos mares da web
É a ferramente que nos cabe em tempos tão famintos
de informação agora!

Digitalizar em salas virtuais nossas ironias
Nem traz grande efeito em mentes tão dispersas
dos navegantes sem aurora!

Anorkinda

...............................................................................

 

Novas gerações sem bagagem?

Pode até estar evoluindo
a tal moderna sociedade

Nas hipocrisias, destruições
e total superficialidade

Ah... mas sabe...todos tem direitos
todos tem suas próprias escolhas

Quem não se importa com os arreios
que continue pastando folhas

Não os julgo, sou apenas poeta
abraço tua riqueza d'alma

Mesmo que não a conheças
o dia surgirá com toda sua calma

E o tirano no poder sucumbirá
diante das massas acordadas

Num potente vigor novo!
Estaremos, tu e eu, de mãos dadas!


Anorkinda

...........................................................

 


O Amanhecer

Forjado pelo passado
incansável passado
o futuro recebeu
muitos presentes

Dourado amanhecer
abriu os embrulhos
esmerados embrulhos
feitos na paciência

dos dias antepassados

Sonhado pelas gentes
incansáveis gentes
o presente concebeu
muitos futuros

Prateado amanhecer
curtiu os barulhos
sinfônicos barulhos
afeitos à ciência

dos seres inteligentes

Anorkinda

...................................................................

 

O brilho do meu olhar

Quando a pulsação no peito
transfere vigor a todo o corpo
o brilho de meu olhar
reflete uma tonalidade forte

A pulsação dos dias perfeitos
sob a regência da natureza
faz brilhar meu olhar
num tom bonito e verde

Quando a pulsação sob a pele
transcorre veias e artérias
num tom rubi brilhante
brilha mais o meu olhar

A concentração do azul
do firmamento em minha íris
traz o ritmo da paz
ao brilho do meu olhar

Quando a aceleração da energia
da mudança me arrebata
vibra o brilho de meu olhar
num tom vivo-violeta

A aceitação tácita do Agora
transmuta minha consciência
e meu olhar carrega o brilho
enigma da pérola negra

Anorkinda

.............................................................

 

 

O calor da prece
 
Bonita dádiva se oferece
quando nossa humildade
sorri numa prece
 
E o sorriso resplandece
quando a sinceridade
doa-se e nos aquece
 
Anorkinda

.........................................................

 

 

O CAMINHO CERTO

Veredas belas, singelas
caminhos, espinhos
daninhos, rosetas...
Por curvas, sinuosas
atraentes, consequentes...
Vamos no trilho da vida
sem ver o destino
na virada do tempo.
Alamedas serenas,
estradas, picadas
abertas à mão...
Por turvas visões
emoções, sensações...
Vamos no foco certo
sem ter um guia fechado
mas o olho bem aberto.

Anorkinda

 

....................................................

 

 O caminho do Universo


Pelos sinais a gente vê
o caminho a percorrer
O Universo sempre acerta
nosso passo e nem aperta
o sapato nessa trilha

Pelas estrelas ele traça
a reta e também a graça
das curvas da estrada
a perna não fica cansada
eu me entrego como filha

Pelos acordes do coração
o Divino ensina a oração
do bem-viver e realizar
e eu me ponho a imaginar
tudo que me dá na telha

Pelas arestas que podei
vi melhor o que criei
bendisse o mais querido
vibrei no tom atrevido
de ser da luz, uma centelha

Anorkinda
 

..........................................................................................

 

 O CASTELO DE AREIA DO TEMPO


Construindo castelos com as areias do tempo
vai a humanidade prosseguindo em seu trilho
de ser experimentação e sua própria conclusão

Realidades que desmoronam em ciclo certeiro
Vai o bicho-homem lamentando suas mudanças
permanece apegado às condições desgastadas

Desconstruindo seus belos planejamentos
vai o ser humano aprendendo a valorizar
o movimento contínuo do sábio e eterno tempo

Anorkinda

..............................................................

 

O fácil dinheiro difícil

Qual será o preço cobrado
pela falta de apreço
pelo próprio corpo?

Qual será o tostão trocado
pelo falso homem
sem dignidade própria?

Qual é o dinheiro fácil
que ganha-se suando
bicas de perdição?

Quanto é difícil
abrir as pernas
à sujeição?

Anorkinda

 

...........................................................................

 

 

O fogo e a cera

O fogo na vela enleva e me leva
a delirar com o bruxulear dela
relembro fatos da história
apesar da parca memória

A cera derretida pela chama
me chama a repensar na fama
que se esvai no vento do tempo
nos nomes nobres em esquecimento

A chave dos mistérios
derrete toda ali
revive o surreal Dali

A potência dos impérios
submete-se à Samsara
e somente o Senhor é fogo celestial.

Anorkinda

 

...................................................................................................

 

O MEU AMANHÃ

Que saudades do que eu não vivi!
Como são lindas as paisagens que ainda não vi!
Que doces melodias eu não escutei!
Como são suaves as palavras que ainda não falei!

Ah! Que paz haverá no amanhã
Que eu mesma criarei!

Anorkinda

................................................................................

 

O preço da luz

Pelos labirintos da razão
a pessoa quase se perdeu.

Demorou para perceber
uma porta aberta, um vão,

entre a insanidade
e a iluminação.

Pela porta da verdade
a pessoa entrou,

estremeceu sem poder deter
o fio que tecia nova realidade.

Entre o que veria em emoção
e o que deixava de ser,

a pessoa sequer pestanejou
e seguiu sem o ego e sua metade.

Anorkinda

 

......................................................................

 

O que diz a testemunha da dor?

Diz: a dor não se distrai.
Eu vi
quando a dor se instalou
Eu vi os disfarces
que ela usou
Eu vi
A dor abraçar o ego
Eu vi a dor no cego
Eu vi a dor sem credo
Eu vi a dor machucar
Eu vi a dor ludibriar
Eu vi a dor ser bandida
Eu vi a dor não ser banida
Eu percebi na dor a tirania
Eu senti, nessa dor, idolatria
Eu vi a dor sem segredo
Mas nunca afastada do medo

Anorkinda

............................................................

 

 

O que pode cada um

Atraso do estudante
do professor
dos homens...

Doente todo dia
a se entregar
a se calar

Acaso do político
do lixeiro
dos safados

Cada um como aprouver...
Bem errado,
pago se eu quiser

alguém pra me tratar!

Anorkinda
 

 

...............................................................................................

 

 O respiro da vida


Inspiro... e percebo ali o íntimo preencher da vida
naquele instante o sopro do Criador se fez em mim
E isto acontece a todo momento!

Expiro... e reparo ali o esvair-se interior da vida
nestes instantes a limpeza etérea se fez em mim
E isto acontece a todo momento!

Inspiro assim a poesia permanente da vida
nos instantes eternos do Divino em mim
Felicidade é todo este movimento!

Anorkinda

........................................................

 

O SOL DOS MEUS OLHOS

O sol dos meus olhos
brilha límpido
brilha forte

Reflete o astro-rei
que brilha
no espaço

sideral dos amores meus...

O sol dos meus olhos
transmite muito
transmite luz

Reflete mundos
que espalham
pelo espaço

o amor-luz de Deus!

Anorkinda

..........................................................

 

Oração poética

Que a esperança
continue a deslizar...
Suavemente poesia.

Que a alegria
acompanhe a segurar-se
firmemente durante a dança...
Equilíbrios de criança.

Que a inocência
continue a piscar...
Brilhantemente poesia.

Que a fantasia
acompanhe a recriar-se
constantemente em fluência...
Corajosa assistência.

Anorkinda

................................................

 

 

Páginas e dádivas
 
O conhecimento
extrapola
as páginas
do livro
 
Navega sereno
pelo mar
dos pensamentos
 
A sabedoria
adquirida
é dádiva
da vida
 
Paira solene
no céu
dos coroamentos
 
Anorkinda
 

................................................................

 

PALAVRA COM ECO

Na companhia do absurdo
Te vais em revoada
Levada pelos encantos
Esquecida dos quebrantos

No vazio do inconcluso
Te distrais em presepada
Sustentada pelos egos
Enlouquecida, de olhos cegos

Vá querida, distrai-te...
Aqui, minha palavra
Com eco, despede-se:

Ego...ego...ego...ego...

Anorkinda

...............................................................

 

Palavras não são só palavras

Ideias
fonemas
sons
sílabas

Luzes
esquemas
tons
rimas

Mensagens
cenas
fins
obras-primas

Palavras
podem
ser o fim
dos problemas

ou o começo!

Anorkinda

...............................................

 

(Par)lamento

Lamento
mas este lugar
chama a besta
do apocalipse
que em dia
de eclipse
faz a festa
comendo pizza
compartilhada
com parlamentar

Lamento mesmo
mas neste lugar
o capeta
assentou-se
na poltrona
da mentira
ele promoveu
uma seresta
desorganizada
em traje a rigor

Anorkinda

 

.............................................

 

PARTIR OU FICAR?

Li num livro
que o verbo
partir
é o redentor
é a liberdade

Li noutro livro
que ficar
não sair
é segurança
é prioridade

Li no coração
que ficar
ou partir
é semelhança
é igualdade

Li no céu da fé
que relaxar
e fluir
é promissor
é felicidade

Anorkinda

.......................................................................................

 

 

Passa a vida
 
Passam instantes corriqueiros
rotinas, resmungos e os dias...
Passam, por vezes, sorrateiros
segundos e dos gestos, poesias...
 
Passa a vida, tela tão ligeira...
Intermitente e novidadeira...
 
Passam minutos aventureiros
ideias, arrojos e os meses...
Passam, vorazes os anseios
despojos do presente, por vezes...
 
Passa a vida, obra tão inteira...
Imponente e derradeira...
 
Anorkinda

...........................................................

 

Passos

Percorremos a vida
em passos caminhos

Compartilhamos verdades
em passos amigos

Combatemos ideias
em passos discursos

Emendamos recortes
em passos emoções

Engradecemos amizades
em passos doações

Peregrinamos a vida
em passos de luz

Anorkinda

.............................................................

 

PAZ PROFUNDA

Olhar que vem de dentro
Enternecido no alento
de saber-se vivo

Respirar que transcende
o corpo e a mente
em sentir-se inteiro

Sorriso que vem no tempo
Enriquecido no saciamento
de querer-se sempre bem

Descanso que rescende
o perfume condizente
em estar-se pleno

Anorkinda

......................................................

 

 Peninha equilíbrio


Leve, pena branca
leve minha vida
na direção dos ventos
dos ventos da mudança...

Leve pena branca
leve como uma partícula
do Todo em movimento
movimento da mudança...

Leve peninha
me acolhe na brisa
me dissolve no Nada

Leve, peninha,
meu equilíbrio
ao topo da Escada

Anorkinda

.................................................

 

 

Pensamento de brisa
 
Assim como o balanço
das folhas em galhos
beijados pela  brisa
 
O pensamento paira
em novas ideias
 
desenham-se trilhas
pela poeira dos dias...
 
Anorkinda
 

......................................................................

 

Perdi
 
Consideradas derrotas, vivi
pois teimei e não compreendi
a vitória sobre os demais
 
O maior mal eu fiz,
pois, infeliz,
amei demais
 
Amei aos Homens,
meus semelhantes
 
e ao mundo, não consegui
dizer que venci
 
Anorkinda

....................................................

 

 

Perturbações
 
Meu pensamento
inquieta-se
à noite
com o barulho
da mente
a trabalhar
no silêncio
 
Meu pensamento
aquieta-se
somente
com o poder
do sono
a usurpar
a consciência
 
Anorkinda

.................................................................

 

PODEM PARECER...

À sombra da razão
gestos de solidariedade
podem parecer sedução

À luz da mesma razão
gestos de compaixão
parecem simples casualidades

À margem da intuição
sopros de sagacidade
podem parecer dispersão

À luz da mesma intuição
sopros do coração
parecem simples amenidades

Mas não são!

Anorkinda

.....................................................

 

Pólen da Vida

Em cores vermelhas
Amarelas, rosáceas
Flores acenam

Polinizadores insetos
Pequeninos, versáteis
Transportam

Também nós somos
Transmissores táteis
Do pólen da vida

Aqui e ali, em carinhos
entrega e doação
movimentação

Espalhamos centelhas
de vivificador
pólen do amor

Anorkinda

..........................................................

 

POR CAMINHOS

Posso estar trilhando
Por caminhos mortos.
Posso estar me perdendo
Por caminhos tortos.

Posso querer aprender
Por caminhos mesquinhos.
Podes querer me ensinar
Por caminhos de espinhos.

Podes tentar revelar
Por caminhos doloridos.
Podes tentar me encaminhar
Por caminhos floridos!

Anorkinda

..............................................................

 

Por que sou diferente?

De dentro dos iguais
Pode abrir um botão
Meio de insanidade
Metade iluminação?

Entre toda mesmice
Pode surgir um clarão
Cheio de ancestralidade
Inundado de diversidade?

Será que todo uniforme
Possui própria impressão
Únicas características
Sutis diferenças rítmicas?

É possível que no mesmo galho
Da social organização
Cresça rubro exemplo
Ser divino, próprio templo?

Anorkinda

.........................................................

 

PRA AMAR BASTA RESPIRAR

Pra amar
o Homem vive

Por amor
o Homem chora

Pro amor
o Homem promete

Por amar
o Homem comemora

Anorkinda

.............................................................

 


Precisa-se de...

Um amigo
que goste do que gosto
que maldiga o mês de agosto

Um amigo
que diga o que eu digo
que encoste no meu ombro
e sorria quando me assombro

Um amigo
que ria do que eu rio
que bendiga fevereiro

Um amigo
que siga o que eu sigo
que suporte o meu peso
e chore quando eu saio ileso

Anorkinda

.............................................................

 

 

Primeiros passos
 
A fantasia
acompanha
os primeiros
pensamentos
 
As primeiras
descobertas
sorriem
 
As primeiras
conquistas
aplaudem
 
A realidade
rascunha
os primeiros
pormenores
 
As primeiras
palavras
brotam
 
As primeiras
emoções
abordam
 
a poesia da vida
a se manifestar
 
Anorkinda

..............................................................

 

 

Pura excelência
 
Quando a pureza
em excelência
brilha forte
 
Tudo a seu redor
 
reflete limpidez!
 
Anorkinda

...................................................................

 

 

Quando a vida eterniza-se
 
Eterniza-se de mim
a sombra que deixei
ao percorrer-me
 
Pereniza no suave
toque da brisa
 
o que instiguei em mim
 
Eterniza-se de mim
os passos que dei
ao compreender-me
 
Realiza o mistério
de forma precisa
 
o que desvencilhei de mim
 
Anorkinda

..........................................................

 

Quando nasce a esperança

Quando nasce a esperança...
Vejo mais perspectivas.
Quando nasce a esperança...
Tenho idéias criativas.

Quando nasce a esperança...
Vejo a vida deslumbrante.
Quando nasce a esperança...
Tenho luz em meu semblante.

Anorkinda

.................................................................................................

 

Quebra de padrões, patrões e crise

E a crise fêz-se necessária...

Para que um novo sistema
penetre a rotina dos dias
Algo putrefato precisa desaparecer...

Para que a criatividade
sorria pra nós todos os dias
Algo rançoso precisa morrer...

E nada morre ou desaparece sem espernear...

O condicionamento de laboratório
custa a deixar espaço pra respirar...

As cicatrizes forjadas a ferro quente
demoram longos anos a fechar...

E a quebra de padrões segue ruindo aos borbotões...

Os velhos patrões caem de quatro
frente a inventividade supernova
dos jovens que vieram reformar...

Os obsoletos corruptíveis políticos
diante da sinceridade emotiva dos novos povos
sofrerão a dor maior do desapego ao dinheiro público...

E a gente da poesia, só nos cabe sementes espalhar...

Anorkinda

......................................................................................

 

 

Quem sabe...
 
Quem sabe, se das alturas
da individualidade humana,
semeando-se amor e carinho,
nasça um pé de linda emoção.
 
Quem sabe, esta arvorezinha
cresça e em cores calorosas,
abasteça os ares de alegria.
 
Quem sabe, se dos frutos
da esperança e fé humanas,
produza-se paz e compreensão,
e faça-se disto, exportação.
 
Anorkinda

..........................................................................

 

RAIAR DE UM NOVO TEMPO!

Você viu? Amanheceu no lado leste
do quadrante norte do Universo
Um dourado-novo-tempo brilhou
bonito e brilhante como anunciado

Você ouviu? Soou o alerta alegre
na variante matemática do verso
Uma melodia-nova-idade cantou
bela e dançante como esperado

Você sentiu? Verteu lindo o vento
do figurante espaço/tempo
trouxe partículas do sonho

Você pediu... e criou o momento
na cativante atmosfera/etérea
traçou um presente risonho

Anorkinda

..............................................................................

 

Realismo mal-agradecido

Olhando para o espelho sem ilusões
Posso mascarar minhas emoções?
Posso vestir a máscara do pierrot
E fingir que tudo é tristeza?

Desnuda ante minha essência
Dói a morte da aparência
Fica o miolo, alma sem dó
E continuar negando a natureza?

Trágico pensamento perdido
Enrola-se em liames abatido
Mal-agradecido volta ao pó
Cego ante tanta beleza?

Anorkinda

.............................................................................

 

Reinvenção

Quando o inverno inteiramente chegar
vamos repisar as folhas secas do medo
reinventaremos o amor em brasas de calor
calor de lareira, fogueira, em labareda

Quando todos se puserem a cantar
como bem-te-vis revelando segredos
reinventaremos o amor em notas afinadas
afinadas no diapasão, extensão e intento

A sonhar entraremos
juntos na estação
naturalmente cinza

A preenchê-la de cor
com nosso vento
lírico e brilhante

Anorkinda

.....................................................................................

 

Repetindo-nos
 
Será que enraizamos
a repetição dos tempos?
 
Será que eternizamos
os passos do passado?
 
Será que jamais aprenderemos
 
a tocar, da vida, novos instrumentos?
 
Anorkinda
 

...........................................................

 

Revoluções

São tantos os caminhos
das revoluções
para onde levam?

Revoluções de povos
deixam marcas
sangrentas

Revoluções no ar
são temporais
violentos

Revoluções de sistemas
são medidas
extremas

Revoluções na alma
deixam a vida
mais serena

Anorkinda

.........................................................


Roseirais

Ao plantares roseiras,
vermelhas, brancas,
amarelas ou rasteiras...
Tua alma canta!

É a canção primeira
de toda vida franca
que se entrega, inteira,
em doações santas...

Na comunhão certeira
da natureza, manto
de curar feridas,

Com a verdadeira
poesia e acalanto,
nas mãos de Midas!

Anorkinda

................................................................

 

 

 
Rota de emoção
 
A vida singra
e sangra
sob macia ondulação.
 
Desliza sem remos...
Oremos
em dourada meditação
 
para que os ventos da emoção
 
nos apontem nova direção.
 
Anorkinda
 

........................................................................................

 

Saudade de casa

Sabe aquele aperto que me pega o peito
e contorce em nós fortes de marinheiro?
Sabe quando um vazio sufoca de jeito
e comprime a alma num abraço derradeiro?

É a saudade de casa que faz isso conosco
a dor de estar longe do ninho aconchego
É a sensação de quase lembrar do enrosco
em que nos metemos sem chance de arrego

Está perto o dia da visita, do retorno
será logo, será de dentro da vida
evoluída no amor, será bem-vinda!

Está chegando o dia da alegria
será bendita, será celebração
recebida na paz, será redenção!

Anorkinda

.....................................................................

 

SAUDOSISMO

Saudosismo
não me leva
curti o que passou
lá atrás ficou

Saudosismo
é nostalgia
que nada traz
de volta, nem a paz

Saudosismo
é um dos muitos
ismos que vamos abolir
versando apenas pra divertir!

Anorkinda

...............................................................

 

SÊ COMPASSIVO

Violência
corpos em jornais
moleques em profusão

Cenário
relativo aos normais
há que se prestar atenção:

Mendicância
e pobreza são sinais
de falta da boa educação

Discursos
e revoltas demais
oferecem nenhuma solução

Exercício
salutar e bem mais
efetivo é respeitar a condição

De ser humano
em variedade de ideais
mas no fundo exatamente iguais
a eu e você que nos danamos de presunção!

Anorkinda

...........................................................

 

Se preciso for

A poesia doce e enlevada
também pode erguer uma espada
e ferir como língua de fogo
se preciso for...

A mão macia que afaga
também pode erguer a adaga
e ferir sem nenhum diálogo
se a paciência se for...

A palavra livre que ensina
também pode erguer, ladina
um muro de preconceitos
se o orgulho se impor...

A melodia que embala
também pode erguer, vândala
um protesto aos defeitos
se nada mais se opor...

Anorkinda

................................................................

 

SÉCULOS E SETAS

Por séculos e séculos
Orientaram-se os humanos
Pelas morais impostas

Cada uma delas, uma seta
Apontada para um Paraíso.
Condenatórias da Liberdade.

Por séculos e séculos
Amedrontaram-se os humanos
Seguidores das setas

Cada uma delas, uma meta
De Redenção futura.
Castradoras do Aqui e Agora.

Por séculos e séculos
Repetiram-se os humanos
Nas voltas de Samsara

Cada uma delas, a própria seta
Mostrando um Ser Eterno
Renovador de todos os Sistemas

Por séculos e séculos
Espelharam-se os humanos
Sem olhar pra dentro

Cada um deles, a própria meta
De ser o Redentor.
Senhor e Salvador de si mesmo!

Anorkinda

...........................................

 

Segredos

Fios de luz
conectam-me
ao Universo
das sensações

Fios de histórias
enredam-se
em meu Universo
vivências

Segredos a fio
são desvios
do Universo
das transparências

Segredos a esmo
tem em si mesmos
um Universo
de desilusões

Anorkinda

.........................................................

 

Sem belezas
 
Se meus olhos se estreitam
consequência da fome
e abstinência
 
Absorvo da vida, os contrastes
cabendo-me a menor parte,
inconveniência
 
Anorkinda
 

.................................................

 

Sem brincadeira

Sem brincadeira
a vida começa a gritar
vira doença
aponta o dedo

Sem brincadeira
a rotina começa a girar
redemoinho
descendente

escoa pelo ralo
dos desencantamentos

Sem brincadeira
o temperamento endurece
vira crença
remonta ao medo

Sem brincadeira
o cérebro enlouquece
desalinho
eloquente

entoa um canto
repetitivo de lamentos

Anorkinda

....................................................

 

Sem luz

Em noite fatigada
do cheiro da miséria
d'alma

Instala-se o vício
fuga insana em histeria
de dor

Em solidão humana
sem riso nem fiapo de luz
n'alma

Esbanja-se o delírio
de esgotar-se em cruz
e dor

Anorkinda

............................................................

 

 

Semente de algodão
 
Meu pensamento
é como semente
de algodão...
 
Que lanço numa inspiração
 
Para que ele ganhe a imensidão...
 
E quem sabe
ele brote
novo e vistoso
em algum coração...
 
Anorkinda

.......................................................................

 

 

Sempre à frente
 
Sempre a estrada é nova
mesmo já percorrida
tantas vezes...
 
Sempre a bagagem
é reciclada,
novas prioridades...
 
Sempre o destino
é o mesmo,
plenas felicidades...
 
Sempre o passo é lento
mesmo percorrendo
tantos reveses...
 
Anorkinda

......................................................................

 

SENSACIONALISMO

Sensações...
é o que induzem
com fortes cenas e agitações...

Sensacional!
Dizem os números
da pesquisa de audiência...

Multidões...
se auto-induzem
às baixas emoções...

Nada original!
Dizem meus neurônios
explodindo consciência...

Anorkinda

................................................................

 

 

Ser agora
 
 
Todo dia nasce um novo ser.
Todo dia difere a reverter
toda a história.
 
Todo dia é natalício.
Todo dia impele o ofício
toda hora é um novo agora.
 
Anorkinda

..................................................

 

SER SUPREMO

Em cada um de nós
desenvolve-se
o ser supremo

ser divino dos céus
supera-se
em nós

vida-trilha de evolução
onde manifestam-se
partículas de Deus

Em cada um de nós
revela-se
os céus

potencialidade divina
latente
em cada um de nós

Anorkinda

................................................................................

 

SOL

Por entre nuvens o sol nos testa
Por entre as sombras da noite também.

A confiança de que ele brilhe sempre
Mesmo que não esteja tudo bem.

A certeza de que está lá
É a esperança da próxima festa!

Anorkinda

.........................................................

 

 

Solidão
 
Sozinho
mas nem tanto...
 
Os rebrilhos
iluminam-lhe
a aura
 
Com a força
natureza
a vida
 
dá a mão
a todo o pranto...
 
Anorkinda
 

............................................................

 

 

Somos corajosos
 
Visando objetivos
medos abusivos
perdem a vez,
perdem a voz.
 
Em frente, a realização,
audazes e sem hesitação
aproveitamos as chances,
todas ao nosso alcance.
 
Anorkinda
 

.........................................................................

 

SOMOS TODOS UM

De mãos dadas pelo mundo.
Mãos unidas em almas únicas.
Crianças somos todos!

Corações unos em corpos separados.
Amigos somos todos!

Corrente forte e rúnica.
Guerreiros somos todos!

Vibrações uníssonas
em tons compassados.
Transformadores somos todos!

Anorkinda

..............................................................

 

 

Sonho e sorte
 
Sonhos engarrafados
mesmo assim navegam
eles tem seu norte
orientação certeira
 
Sonhos dourados
bênção celeste
eles tem a sorte
por companheira
 
Anorkinda

.....................................................

 

Sonhos em explosão

Reunião de lagartas
natureza latente
em preparação

E meus sonhos
criativamente
em produção

Explosão de cor
borboletas voam...

Sonhos se acabam...
São agora, realidades

Anorkinda

......................................

 

SÓS

Estamos
sós

emaranhados
em
tantos
nós

roucos
ou
sem
voz

estamos
sempre
sós

Anorkinda

.......................................................

 

Surge o Novo...

Há somente revolta
Quando há ignorância.
Há somente intriga
Quando há intolerância.

Surge a inércia
Quando acovardamos.
Surge o ódio
Quando inconformamos.

Há muita Luz
Quando conscientizamos.
Há muita Força
Quando transformamos.

Surge a Fé
Quando renasce a confiança.
Surge o Novo
Quando renasce a esperança!

Anorkinda

...........................................................................

 

Sou realista...

Em realidade ser realista
É perceber a festa das cores
A festa da água nas nuvens

Em realidade o ser humano
É ingrato com a própria Natureza
Aquela de que é feita a beleza

No meu realismo há o choro
Há a melancolia mas recheada
Pelo amor que me mantém agraciada

Anorkinda

......................................

 

Tempo

Momento
aprendiz

Tormento
de quem quis
dominar-te

Tempo

Lamento
infeliz

Sustento
de quem quer
privar-te

Tempo

Lento
quem diz

que és
sofrimento!

Anorkinda

................................................................................

 

 

Tempo de pensar
 
O sol que se despede
ainda espia esperança...
 
Já não fere as vistas,
ele argumenta, dá pistas...
 
Pra que a gente descubra
 
pra onde foi, afinal,
o motivo desta andança...
 
O que por nós foi feito,
assim, cada um a seu jeito...
 
com o tempo nosso de cada dia?
 
Anorkinda

.............................................................................

 

TODOS EM UM

De todo canto saem e borbulham
Vozes e fluidos, sussurros e aromas.
Por todo lado caem e se espalham
Gritos e suores, melodias e sintomas.

Em cada célula a luz borbulha
Estremece, tremeluz de expectativa.
De cada poro o amor se espalha
Transborda, se faz narrativa.

Somos todos Um, somos fagulhas
Saímos, caímos e evoluímos.
Estamos todos em Um, sem falhas
Luz e amor para sempre sentimos.

Anorkinda

......................................................

 

 

Tranquilos desafios
 
Alegria e tranquilidade.
No estofado branco,
amabilidade.
 
Acolhida e fraternidade.
Na leitura, um tanto
de complexidade.
 
para desafiar as verdades.
 
Anorkinda

 

..........................................................................

 

 


TRAVESSIA

Os anos são degraus inconstantes
de uma progressão voluntária
Cada um deles pode importantes
portais abrir, faixa etária

Mas cada degrau pode também
repetir-se em igualdade
Cada um, gêmeo e refém
do desprezo pela oportunidade

Esta escada do tempo
tanto é travessia
em escala harmonia

Como é passatempo
um desperdício
em vida vício

Anorkinda

...............................................................

 

Trazendo flores

Num belo dia de domingo
eu trago flores
a meus amores

Também quando a noite
apronta sustos

Ou a tarde,de improviso
surpreende a gente

Você pode me ver
trazendo flores
de todas cores

Para que o perfume
torne o ar mais leve

E para que a delicadeza
vença todas as batalhas

Anorkinda

....................................................................

 

Um bálsamo de luz

Por vezes, aparecem-nos
quatro paredes escuras
a querer nos prender
são as aperturas

Há sempre, disfarçada
ou não, uma porta de luz
a verter verdadeiras soluções
são as imprescindíveis aberturas

Por vezes, ofuscam-nos
estas claras visões
a arder nossas vistas
distantes das curas

Há sempre, disponível
um colírio bem providente
a oferecer, amor-benevolência
o bálsamo das lágrimas mais puras

Anorkinda

..........................................

 

Um pouco loucos

De louco que sente
e não julga

De louco que age
e não pensa

De louco que ama
e não teme

Do pouco que sei
e não julgo

Acho que de louco
todos temos um pouco

Anorkinda

................................................

 

UM SALTO NO NADA

SUBA
AVANCE
SALTE
NO NADA

VOE
PERMITA
SINTA
O NADA

LIVRE
LEVE
SOLTO
NO NADA

VOLTAS
VIVO
COMPLETO
CHEIO DE SI MESMO!

Anorkinda

.........................................................



Várias trilhas

Nesta estação Vida
podemos ver as trilhas
de cada um

E podemos sentir
as frustrações

Dos que querem ir
e não vão

De quem quer ficar
mas se vai

E podemos pressentir
as emoções

De quem deixa
o choro fluir

Dos que fazem
o riso verter

Nesta observação linda
podemos ver a brilhar
a estrela de cada um

Anorkinda

............................................................................

 

VEIO A PAZ

Com o vento
veio este sentimento...

Pelo ar
ele começou e se espalhar...

E todo o sofrimento
foi embora num momento...

Sem demorar
veio a paz em nosso meio se instalar!

Anorkinda

..............................................


 Vem de longe


Amargo tempo.
Diga, vento:
É o início do fim?

Coração frio.
Sinta, poeta,
a minha amizade...

É sol morno,
sinal de verão...
A atenção
acostuma-se no peito.

Anorkinda

..................................................

 

Verdades

Verdades
são ditas

não são imaginadas

Quando os fatos
falam sem palavras

Verdades
são escancaradas

Anorkinda

......................................................................


 

Verdades ll

Estimulante espiritual é a verdade
instiga e obriga à mudanças.
Sim, o humano é conformista
mas quando a dor bate de jeito...
O efeito é de furacão,
provoca as tsunamis
da emoção.
Enchentes no terreno da razão...
Derruba, sem dar chances,
as manias, as rotinas e
principalmente...
arranca os alicerces das teorias.

Anorkinda
 

 

.................................................................

 

VERDE

Ver
de
verdade
a cor da cura
que também é
a da esperança

Ver verdadeiramente
que toda espera alcança

Ver
de
verdade
a cor da aura
que também é
a da temperança

Ver verdadeiramente
que o todo o verde dança

no ritmo bom da vida!

Anorkinda

..........................................................

 

 

Vida
 
Aos trancos e barrancos
a história se repete.
Detalhes se perdem
e se encontram
mas o filme da vida
sempre acaba
em vitória.
 
Anorkinda

....................................................................

 

 

Vida, nuvem que passa
 
Eu lembro de cada nuvem
e cada desenho elaborado
pelo vento artesão
 
Eu lembro de cada momento
e cada carinho gravado
em meu coração
 
Eu lembro da vida
menina e emoção
 
Eu lembro da luz
que acalma, missão
 
Anorkinda

.........................................................

 

 Vidas



Julgo hipocrisias
venho com as massas
da sociedade

Na superficialidade
alguma bagagem
meio moderna

Abraço d'alma
tua riqueza
e vantagem

Mãos dadas
esperança

nas gerações
acordadas

Anorkinda

...........................................................

 

 

Visões do caminho
 
Quando a visão nos falta
demos um passo atrás
para qualificar
perspectivas
 
Quando o encontro demora
demos valor à busca
que aprimora
expectativas
 
Quando o braço é curto
aprendemos a suspirar
pelas estrelas
altivas
 
Quando o caminho se estende
aprendemos atalhos
para realçar
alternativas
 
Anorkinda
 
 
 

.................................................................

 

Vivências

São claras as experiências
que nos elevam

São puras as cadências
que nos enlevam

Como versos em consequências
dos devaneios a sorrir

A dança das vivências
nos obriga a prosseguir

Anorkinda

.........................................................................

 

VIVENDO NO REALISMO!

Olhando para o espelho sem ilusões
posso mascarar minhas emoções?
Posso vestir a máscara do pierrot
e fingir que tudo é tristeza?

Desnuda ante minha essência,
dói a morte da aparência.
Fica o miolo, alma sem dó
e continuo negando a natureza?

Trágico pensamento perdido,
enrola-se em liames, abatido.
Mal-agradecido volta ao pó,
cego ante toda a beleza!

Anorkinda

.................................................

 

Voo livre

Aflito o ser revive
Tudo o que cobre
Seus delírios

Paixão que se revive
Preso ao que cobre
Seus domínios

Conflitos em declive
Sinto um nobre
Sopro de idéias...

Reflito se ser livre
É voar por sobre
meus reflexos

Razão de ser livre
É elevar-se sobre
nossos limites

Anorkinda