de AMOR
A saudade de meu mais profundo amor
Tenho em mim essa imensa saudade
Só menor do que o amor que te dedico
Sei que o amor-próprio é prioridade
A ele me redimi e dele não abdico
Nem por ti, eterno e profundo amor
Mas o que fazer com a ardência-saudade
Que queima-me o peito em tamanho furor
Esta falta de ti já beira à insanidade
Tão longos tempos de separação
Tão tênues recordações
E tanto sentimento no coração
Tão breves os momentos de união
Tão ingênuas declarações
E tanto a ser dito em canção!
Anorkinda
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A ti, meu Carinho
Estavas vagando em meio aos astros
Do Universo tão estelar quanto escuro
Sentias dentro do peito um obscuro
Sentimento com vontade de deixar rastros
O brilho das estrelas a tua volta
Pouco iluminava teu caminho
Um véu de lágrimas fez ninho
No peito desejoso de uma reviravolta
Carinho, espalhastes doçuras
Entre constelações tão escandalosas
Carentes das mais puras branduras
Valente, cuidastes de tua cura
Entre tribulações e nebulosas
Sozinho deixastes intacta tua candura
Anorkinda
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ADEUS, SAUDADE
Relampiou no sentimento aquecido
pelas camadas quentes do verão
Sonoros trovões foram ouvidos
até os mais longínquos rincões
Turvou-me a vista já cansada
pelos anos corroídos de solidão
Intensas águas em cascatas
jorraram do céu, aos borbotões
Foi quando tu chegastes
vestido de vento sul
alforriado pelos deuses
Foi quando tu trouxestes
a paz de um céu azul
e a saudade disse adeus
Anorkinda
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Amar e brincar
De um movimento saudável
que é amar e ser amado
nunca desvies o resultado
que é a felicidade palpável
Não brinque com a seriedade
que é amar e ser amado
dê atenção por todo lado
que é achegado à lealdade
Leve e solto, admirável
é o amor edificado
em nuvem imponderável
A sorrir eternidade
é o amor abençoado
em vida sensibilidade
Anorkinda
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Amor: fábrica de suspiros
Foram tantos os suspirares
que o ar tornou-se brando
A noite revelou seus altares
e o dia raiou mais branco
O amor dos inspirares
encheu os pulmões
de todos os pulsares
e exalaram emoções
De cada expirar
suspiros rosáceos
enterneceram o ar
Por tanto amar
o céu violáceo
encheu meu olhar
Anorkinda
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Aquela simpática ponte
Andava por aqueles tempos
sozinha...eu havia sumido de mim
Passeavam pelo meu rosto
sombras...elas me escureciam
Afastada de todo mundano
sozinha...eu havia perdido contato
Adensavam algumas nuvens
cinzentas...elas me cobriam
Mas não é que sorristes
pra mim?...Num riso claro
Brilharam carinhos no olhar
Uma simpática ponte fizestes
pra mim...Teus olhos de sorrir
Ligaram nossos cantos de amar
Anorkinda
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Bêbados
E foi por estarmos embriagados
que as águas falaram de amor
e os ventos sopraram da flor
o perfume mais raro e louco
E foi por bebermos na fonte
das paixões que, molhados,
liquefizemos os tratados
de nossa união louca
Não naufragamos, navegamos
em direção a um horizonte
mais largo, ouvidos moucos
Não escutamos a razão
que delirantemente
tiráva-nos as roupas
Anorkinda
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Carnaval eterno
E deleitei-me assim contigo
entre confetes, carnaval antigo
E considerei-me colombina
bonita que contigo combina
Dançamos juntos nas eras
do tempo presente, quimeras
Brincamos com os pares
enfeitiçados nos festejares
Fechei os olhos, suavemente
estrelas brilharam em nós
Elevando-nos a voz
E cantei, despudoradamente
sob o sol do inverno
Unindo-nos num laço eterno
Anorkinda
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Cura de amor
Para um coração quebrado,
desnutrido ou machucado,
há uma receita infalível,
de natureza incorruptível...
Um bálsamo mais que perfeito,
que fecha a ferida do peito.
É um tratamento aprazível,
uma solução sensível...
A vida providencia
e sem erros evidencia
um novo amor.
A cura gerencia
e ainda silencia
todo grito de dor.
Anorkinda
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DESPONTAR
Deveras sempre vem a primavera
Depois do frio e da hibernação
Considere que sempre se espera
A chuva depois do forte trovão
Acaso percebes a cor daquela flor?
A despontar no seu silêncio
Reitere teu mirar com mais amor
Desta vez, totalmente cônscio
Dentro de nós, também aponta
pequeno botão
Frágil depois de tanta escuridão
Declare a sentença que desponta
em linda oração
E ancore por nós, toda a emoção
Anorkinda
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Dia e noite na pele
Quando quero um dia quente, abrasador
tua boca me traz o fogo e a chama do amor
Meus e teus beijos trocados, ardor
arde o dia, mesmo no inverno, calor
Quando necessito da noite amena
tua boca me faz tranquila e serena
Nossas bocas delicadas, açucenas
arte diáfana do amor, me drenas
Se quero tua pele em arrepios
largo-me de todos os brios
e faço-me correnteza de rios
Se necessito da pele macia
finjo-me morta, fria
e percorro-me em tua mão esguia
Anorkinda
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Em tela-soneto
Pintei com tuas tintas um quadro risonho.
Da obra que nasceu, de autoria minha,
embora tuas sejam as cores do sonho,
gerou um vórtice, uma luz diminuta.
Rodopiei ali, deliciada em encanto,
na dimensão da pintura e sozinha
adentrei na atmosfera e no canto,
melodias da candura mais solta.
Não quis, mesmo se pudesse,
sair deste redimensionamento.
Deixei que a tela me falasse...
Do porvir deste novo amor,
em aquarelas de sentimento.
Dancei com as minúcias em fervor...
Anorkinda
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LOUCURAS E ROSAS
Tantos aromas de rosas
Espraiam em noites de luar
Sensações rosáceas no ar
Delícias fragrâncias cheirosas
Tanta loucura em sonhos
Encantam em noites de luar
Delírios bailando no ar
Nossos planos tão risonhos
Ah...nossa loucura risonha
tão doce quanto enfática
inunda nossa alma que sonha
Ah...tantos aromas de rosa
tão suave quanto prática
flores de alma cheirosa
Anorkinda
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Namorados
A idade sempre volta à infância,
os gestos inocentes de carinho,
os sorrisos tímidos, elegância,
a felicidade valsando no caminho.
A namorada sempre é a mais linda,
os cabelos revoltos, desalinho,
os lábios trêmulos na vinda,
a piscada marota no tchauzinho.
A natureza do namorado é delicada,
os poemas brotam sozinhos,
a leveza é dos apaixonados.
A companhia é muito desejada,
os dias são mais quentinhos,
a mania é de ficar de olhos vidrados.
Anorkinda
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O AMOR DAS ESTRELAS
Mesmo em noite escura
em trilhas desconhecidas
nossos brilhos de estrelas
se reconheceram em altura
Amor consagrado pelos céus
Esperamos pelas conjunções
astrais das mais favoráveis
para desfazer-nos os véus
Graças, Universo Maior
pela audácia e ponderamento
deste poderoso sentimento
Valei-nos, Grande Espírito
proteja a aura luminosa
desta afeição glamourosa
Anorkinda
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O BRILHO DA LUA
Estava escuro, a lua era minguante...
Eu procurava pelas estrelas
e você jurava que elas lá estavam...
detrás do manto de escuridão
Fitava o infinito, a dor era lancinante...
Eu esperava o brilho delas
e você desejava por nós, de coração
e os astros nos abençoavam...
Num arroubo, flutuamos
pra perto da lua
que minguava...
Num espanto, olhamos
o brilho que nos chamava...
e lá estava, redesenhado o brilho da lua!
Anorkinda
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Obediente
Escureceu e choveu
num breve momento
debrucei, redimida
num fio de desilusão
Mas um trovão rompeu
raiou no pensamento
lembrei,advertida
pela cumplicidade
de que você prometeu
estar a todo momento
junto à felicidade
depressa você irrompeu
pela porta, feito vento
obediente à paixão
Anorkinda
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Podemos sonhar
Despertar deste mundo
é acordar nos sonhos
viver como se quer
nos delírios mais risonhos
Despertar deste tempo
é acordar os sons
afinar a melodia
nos símbolos de inefáveis dons
Despertar nossas almas
no reencontro possível
dentro do plano mais profundo
Despertar nosso amor
no reencontro plausível
da rosa com o artista fecundo
Anorkinda
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REENCONTRO
A despedida que não se esquece
Propõe ao peito um grande desafio
Arder em saudade, sentido sombrio
Ou perder a sanidade, da meada o fio
O reencontro que não acontece
Supõe o efeito de um grande castigo
Angustia em total falta de um abrigo
E desestrutura a alma sem postigo
Uma relação que finda
Escurece a vida
O cotidiano oscila
Um amor que volta
Oferece escolta
E a segurança desfila
Anorkinda
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SALADA DE SENTIMENTOS
Nas verdes folhas da salada
Refresco meu olhar e devaneio
Pelos verdes olhares de teu veio
Nascente de sonhares de fada
Pelo vermelho do tomate
Vibra-me a lembrança formosa
Daquela frágil e encarnada rosa
Florescente xeque-mate
Salada de sentimentos meus
Tempero: reminiscências
Apimentados desejos teus
Completa refeição de emoções
Sobremesa: você
Acalorado amor das solidões
Anorkinda
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SEDUÇÃO NAS PALAVRAS
Leio-te e aumenta meu anseio
saborear-te as letras avulsas
solitárias e por vezes confusas
me deixa a mente em tonteio
Amo-te em letras ritmadas
cantar-te em canções fortes
tristes ou profundamente doces
enleva minha alma apaixonada
Teu encanto é dom
é tirana inspiração
arranca-me o tom
Tua arte é missão
é o pulsar bom
da rima em sedução
Anorkinda
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SENDO LUZ
Respondeste a meu chamado
No primeiro inesquecível contato
Nos entendemos com o passado
e relembramos até mesmo pelo tato
Não fingimos surpresa ou novidade
Estamos cumprindo nosso propósito
de sermos, da luz, a claridade
e sorrimos de todo este insólito
Aprendemos com o tempo
com a falsa distância
com a tola ânsia
Amemos com alento
dos desafios...
dos dias frios...
Anorkinda
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SENTIR COM O CORAÇÃO
Flechou ela, a seta certeira dos amores
Atingiu em cheio e ao mesmo tempo
nossos dois apaixonados corações
Verteu deles o sangue mais limpo
Acertou, a flecha perfumada em ardores
Surgiu em meio à luz daquele momento
em nossas duas sinuosas emoções
Nasceu ali mesmo, o encantamento
Foi nesta poderosa magia
que o amor transpareceu
em sua total magnitude
Foi por sentir que batia
mais vivo o coração meu e teu
que o cupido tomou uma atitude
Anorkinda
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SOFRO PORQUE TE AMO
Chama que arde no peito
Não escondo o efeito
Que devasta meu coração
e anula de uma vez a razão
Provoca-me o defeito
de ficar sem jeito
Quando sinto tua mão
e pra ti nunca digo não
Queria ficar à vontade
e fazer-te saudade
nos versos que declamo
Mas, que infelicidade
eu perco a espontaneidade
e sofro porque te amo
Anorkinda
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Sonata e silêncio
Febril em enlevo de amor
universal amor, vida nova
A canção começou, vibrou
delírio voo adormecido
Gentil nota do puro amor
imortal amor, à prova
A música me levou, soou
retiro pré-concebido
Sonata solitária
minha mensagem
interplanetária
Silêncio final
minha imagem
te segue no astral
Anorkinda
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Sutilmente
Teu leve pisar
assemelha-se
a um sussurro
de querubim
Teu sutil arfar
me faz lembrar
de um colibri
a voar
Teu suave ser
arrebata-me
a transcender
Teu manso amor
me faz depor
todos os medos
Anorkinda
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Veleiro de amar
Belo é meu navegar
Pelos mares dos amores
Nunca chego a aportar
Evitando dissabores
Sou caravela de amar
Homens de diversos sabores
Sempre pronta a conquistar
Cada sombra de seus temores
Manifesto meus ardores
Presos em grossos liames
De marinheiros amadores
Meu veleiro de flores
Desembarca muitos perfumes
De céus encantadores
Anorkinda
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VESTIDO DE ACEITAÇÃO
Assim ele veio, em cores quentes
Vermelho, bordô, em tons retrô
Veio trilhando um caminho de vida
Surgido no tempo, um fragmento
De longe o avistei, em passo largo
Abrangente, vivo, brilho reativo
Meio displicente sua compreensão
Amigo da liberdade, uma deidade
Abraço de comunhão ele traz
Com mágica água-benta
Abençoa em nome da união
Vestido de aceitação e paz
O amor insere-se lenta
e sabiamente no coração
Anorkinda
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VOO DE AQUÁRIO
Vamos percorrer as cores do arco-íris
Eu e meu cavalo alado dos devaneios
Vamos voar sobre os brilhos ríspidos
Das estrelas provocantes dos receios
Vamos nos despedir das tormentas
Eu e meu Pégaso das inspirações
Vamos derrotar os amores insípidos
Das novelas e falsas declarações
Deixaremos impresso na vida
O poder da união total
Entre dois seres apaixonantes
Fugiremos no dia da descida
Da luz, promessa imortal
Estaremos sorrindo nestes instantes
Anorkinda