Intimistas

 

A mensagem interior

Agitou-me a coordenação motora
em desejos de escrever
papel e caneta
a postos

Açulou-me a inspiração gestora
em versos de estremecer
mente e coração
aos sustos

Declarou-me a poesia redentora
em mensagens interiores
essência
a verter

Precipitou-me a lágrima doadora
em visagens superiores
à felicidade
de Ser

Anorkinda

...............................................

 

A Palavra

a palavra segue louca
insana, perturbada

a palavra proclama
o fio da meada

ela se descobre
em tantas letras

ela se discorre
em mil gametas

a palavra recobre
feridas antigas

ela alivia a rouca
cadência das brigas

a palavra me socorre
tábua de salvação

ela me inflama
numa ressurreição

Anorkinda

.............................................................................

 

A POESIA SEM TEMA

trago as letras unidas em palavras
que unem-se em orações ou versos?

trago a inspiração dos ventos
que carregam pólens ou suspiros?

trago as luzes das idéias
que faíscam em neurônios agitados

trago aquilo mesmo que busco:
as cores inebriantes do crepúsculo!

Anorkinda

......................................................

 

Afogamento

Num rio-mar de esperanças
meu coração afogou-se...
Queria nadar em temperanças
mas,nada, perturbou-se...

Em busca de ser feliz
meu coração enganou-se...
Queria navegar, aprendiz
mas da rota desviou-se...

O norte seria o paraíso,
ah...antes fosse
num lindo e curto indriso...

Mas em naufrágio completo,
quem dera não fosse,
submergiu neste triste soneto...

Anorkinda

 

..........................................................

 

Ah.. saudade...
 
Ah.. se tudo o que ficou
foram as saudades
do verso entranhado
 
as parábolas
de sentido trocado...
 
Ah... se tudo o que fosse
saudade viesse leve
vestindo voal,
 
as metáforas
seriam um sinal...
 
Anorkinda
 

...........................................................................

 

Árvore literatura

Brotos letras
de sementes palavras
nasceram, cresceram
e dominaram
meus pensamentos

Folhas versos
em ramos poemas
inspiraram-me
e abracei
com fervor
a árvore da literatura!

Anorkinda

.............................................................

 

 

Asas de pardal
 
Pintas a fantasia,
pardal do meu jardim...
 
Tuas asas são pinceis
a verdejar os vergeis...
 
Tintas de alegria,
são as cores de mim...
 
Meus rabiscos em papeis
são versos em tons pasteis!
 
Anorkinda
 

............................................................

 

Brincando com as letras

Permitir
prazeres

Postar
poemas

Pronunciar
provérbios

Pelas palavras
procuro pistas

Paixões profundas
pertinentes

Anorkinda

........................................................

 

CHATEANDO A POESIA

Ia rimando nas linhas
do caderno infantil
aquele da escola
coberto de figurinha

A combinar letrinhas
com amor pueril
aquele de menina
todo cor-de-rosinha

Hoje mais crescidinha
qualquer papel
destes em branco
enchem-se de palavrinhas

Continuo atrevidinha
e tudo é motivo
pra chatear a poesia
com as loucuras minhas

Anorkinda

..................................................

 

Colo-íris

Num arco de cores
minha fé alça voo
em vários sabores
aliança e renovo

Num barco de nuvem
meu coração exulta
porque o céu me tem
em entrega completa

Num charco de emoções
minha poesia compraz
o aéreo das composições
em tingimento vivaz

Anorkinda

..........................................................................

 

DANÇA

Na dança das letras
meio que me perdi
Tonteei e não rimei
As vogais não eram certas

Levantei com grau
e pose de artista
Não vou chorar
A letra perdida num jogral

Vou recomeçar
a brincadeira
de procurar rima
Pra cada emoção que pintar!

Anorkinda

............................................................


Delírios livros

Livros letras letras livros
me enlevo, alço voo

Contos lendas lendas contos
me distraio, vou no vento

Versos vozes vozes versos
me fascino, eterno voo

Capas folhas folhas capas
me afogo, vou na onda

Reis rainhas rainhas reis
me deslizo, ébrio voo

Sonhos cores cores sonhos
me transporto ao infinito!

Anorkinda

.............................................................................................

 

Devaneio poema devaneio

Meu coração mora no devaneio do poema
Minha vida me enleva os sentidos etéreos
Meu caminho transpira emoções versáteis
Todo dia transtorno os versos mais caóticos

Meu coração mora no poema devaneio
Minha vida enreda etéros sabores
Meu caminho revira versáteis emoções
Todo dia retorno dos caóticos versos sem rima

Anorkinda

....................................................................................

 

Devaneios em poesia

Borbotões de palavras portuguesas
Emoções quase traduzidas em palavras
Cascatas de letras digitadas e acesas
Insensatas definições juntando letras

Quase ao acaso nascem versos
Frase amalgamada por acaso
Sonho poesia de olhos abertos
Ponho brincadeira no chão da poesia

Devaneios da poetisa louca
amante do inusitado
Receios de louca voz rouca

Passeios em rima torta
diamante ritmado
Floreios da torta letra morta

Anorkinda

...............................................

 

Divaga

eu fico calada
olhando pro nada
pensamento vaga

eu fico parada
ouvindo o nada
sentimento vaga

eu fico inerte
o verso verte
poesia divaga

Anorkinda

..................................................................

 

 Entre ideias


Versei em língua portuguesa
vários textos, quase poemas
entre eles, muita entrelinha
entre textos e meus esquemas

Escrevi nesta língua complexa
várias orações, quase poesias
entre elas, entre parênteses
entreatos de vivas fantasias

Inventei em língua brasileira
vários termos, quase palavras
entre elas, entre-vírgulas
entre aspas ricas escravas

Anorkinda

...............................................


 

ESCREVO ll

Amor
Paz 
Carinho

palavras bonitas

se vazias
nada são

se vividas...

inspiração!

Anorkinda

 

..........................................................................

 

ESPELHO DE CRISTAL

No espelho da poesia
posso ver o que eu quero
Posso refletir o que espero

No devaneio da poesia
posso voar pra onde quero
Posso curtir tudo o que espero

Em espelho de cristal
A poesia encanta e fascina
Traduz o que a alma ensina

Em devaneio tão cristal
A poesia brilha e fascina
Traduz minha alma e me domina

Anorkinda

..................................................................

 

Estímulo poesia

Não me acostumo
com respostas
pois é nas
perguntas
que a poesia mora

Não importuno
as horas
pois são
os minutos
que me inspiram

Não me presumo
grande
pois são
as pequenezas
que versam agora

Não derrubo
as teorias
pois no corpo
os estímulos
é que transpiram

Anorkinda

..................................................................................


Eu, poesia

Sou poeta porque a poesia me quis
e me fez assim, romântica
silenciosa e paciente

Sou poeta porque a poesia me disse
e me forjou em rimas
imperiosas e salientes

Sou poeta, não por querer sê-lo
mas, sem fuga ou saída
a poesia sou eu

Anorkinda

...........................................................

 

É Imperioso!

Você é teimoso
e saliente

Impaciente!

Você teima
em rimas
e devaneia
meus pensamentos!

Você é imperioso
e prepotente

Desobediente!

Você impera
em versos
e escorrega
entre meus dedos...

Inscrevendo-se no guardanapo!

Anorkinda

........................................................................................

 

Fonte de inspiração na ponta da lua cheia

Fico por vezes a buscar-te, inspiração
Chamo-te em noite de lua cheia
Lá estás, divertida, a saltitar

Dizes que não te tolhas a diversão
E danças com as estrelas
Fugaz, leve a brilhar

Fico a observar-te, louca inspiração
Amo-te em lua minguante
quando te aquietas

Pedes que não te retires a solidão
E desenhas pequenas estrelas
tenaz, paciente a bordar

Fico mais encantada ainda, inspiração
Respeito tua liberdade
livre musa do versar

Espalhas pelo ar tua celeste produção
E dá-me tua formosa mão
Acompanhando a rima dos poetas

Anorkinda

..............................................................

 

Imprimindo em papel branco

Caracteres
em negrito
seguem
um a um

Caracterizando
a página
roteiro
comum

Pensando
o verso
Tinta a
imprimir

Pensamentos
num grito
querem
sair

Anorkinda

.........................................................

 

 Invencionices


Desde que eu crie
pode ser
sonho
imaginação
doideira
ou ilusão

Desde que você copie
posso ser
amor
utopia
centelha
ou alegria

Desde que alivie
posso ter
poesias
canções
lamentos
ou sermões

Desde que contagie
posso ser
livre
fantasia
palavra
ou ousadia

Anorkinda

...................................................

 

Leitura

Na leitura
absorvo
o perfume
a cor
o lume
da flor

Na leitura
eu movo
os céus
a brisa
os véus
da poetisa

Anorkinda

..................................................

 

 Meu motivo


Escrevo porque penso
a onda vem
palavras

Rascunho na mente
o verso vem
refina

Testemunho-me
diversa

Lavro-me
poeta

Anorkinda
 

.............................................................

 

 

Meu silêncio
 
Que o silêncio 
me seja presente
que eu me oferte
diariamente
 
Que o silêncio
seja a harmonia
que me desperte
a semente
 
Que no silêncio
haja poesia
que me acerte
perenemente
 
Anorkinda
 
 

..........................................................................

 

MEU SONETO

Meus versos se fazem sozinhos
dentro da noite de meus devaneios
Minhas rimas fazem seus ninhos
no sol ofuscante de meus anseios

Por vezes não sei onde chegar
na inspiração que me domina
Por vezes me vejo espantar
com a poesia sem rima

Quando quero sonetar
o verso larga na frente
e galopa num soprar

Quando penso em transbordar
alguma emoção direcionada
a rima foge em ágil debandada

Anorkinda

.........................................................

 

MINHA FADA MADRINHA

Com sua varinha
soltando brilhos
ela tocou-me

Faz tempo já
mas a mágica
concretizou-se

Depois de adulta
quando enteguei-me...

Com sua bênção
colorindo céus
ela versou-me

Paz do tempo
num sopro
espalhou-se

Nuvem pura de cultura
minha fada madrinha é a poesia...

Anorkinda

.......................................................................................................

 

Minha inspiração

Em sonhos-símbolos, durmo
Em lençóis de luz, flutuo
Acordo sem querer
Continuo em devaneio

Em palavras doces, fluo
Em letras-cores, disfarço
A inspiração perseguidora
Que me prende em versos

Duros ou delicados, mas sempre transtornados!

Anorkinda

.................................................................................

 

Minha poesia

É assim como renovar um guarda-roupa
toda vez que visito o dicionário

Folheio páginas, cheia de interesse
abrindo os arquivos diários

Minha mente até acumula bem
os verbos que me convém

Só não busco o fora de uso:
o texto fica confuso

Delineio até versos com stress
fugindo dos comuns

É assim que minha poesia louca
remexe íntimos fóruns

Anorkinda

......................................................

 

 Minha poética


Todo caminho reto
ou tortuoso
Campo aberto...

Me leva ao interior
calmoso
Morada de langor...

Desnudo território
onde ouso
o verso irrisório...

Meu poema aproxima
guloso..
o visitante e a rima

Todo rastro poético 
abuso...
denuncia o cético

com medo de amar

Anorkinda

..........................................................


 MINHA VIDA É POESIA


Minha vida é encantamento
de poesia
a me aproximar de você

Minha vida é muito doce
é caloria
que energiza o sentimento

O poema é instrumento
de harmonia
a me eternizar pra você

Anorkinda
 

 

......................................................................

 

Minhas vontades

Minhas vontades todas submersas
julguei estarem afogadas, mortas
pelo tempo em que comportas
lhes fechavam os escoamentos

Minha cegueira e total desatenção
não vislumbrou as possibilidades
baniu assim, minhas necessidades

Surpreendi-me grandemente
quando, num claro amanhecer,
os desejos se faziam aparecer
eles borbulhavam amor à vida

Verti-me na poesia viva
decretos e novas ciências
tornaram-se minhas vivências

Anorkinda

............................................................................................

 

Monólogo do coração aberto

Sempre me derramo com a ajuda do teclado
digitais tradutoras de sentimentos
que eu nem mesmo sou capaz de traduzir
ou organizar, destemperos...

Exponho o que levo dentro, alucinado
sem receios dos tormentos
em que eu me lanço a sentir
e extravasar, destemperos...

Nunca média, sempre extrema
mesmo querendo a sensatez
que nem conheço, vou sacudindo
chamando pro brinquedo...

Encanto sem problema
riso ou briga, embriaguês
em que eu desbanco, sorrindo
amando o brinquedo...

Anorkinda

 

........................................................

 

Mora no livro

Mora no livro
a minha fuga
e meu encontro
a fadiga
e meu descanso

Mora nas páginas
amareladas
no cheiro de ácaro
o meu sonho
e minha verdade

Mora na palavra
a minha busca
e meu porto
a ironia
e meu sagrado

Mora nas letras
agrupadas
da mais linda poesia
o meu pranto
e minha felicidade

Anorkinda

...............................................................................

 

 NA SOMBRA DO VERSO


Preciso do tempo das sombras
sem lua, sem verso, sem medos
Preciso do pio da coruja
acompanhando meus sonhos

Longe do sol, em pleno dia
na rua, na lira, nos olhos
Preciso da voz do amor
cantando minha alma

Preciso do dia de nuvens
sem cruzes, sem rimas, sem dedos
Preciso do rio de lágrimas
limpando meus anseios

Perto do vento, em plena hora
nas luzes, nas palavras, nos lábios
Preciso dos nós do amor
vibrando minha poesia

Anorkinda

............................................................................................

 

 Nas linhas da leitura


Quando me deixo enlevar no voo da leitura,
na fragrância ímpar de um livro...
Me arrebata de tal forma, a imaginação
que me entrego inteira nesta pulsação.

Percebo o sol mais claro e a lua desnuda,
a brisa me beija suavemente
quando estou entregue à leitura.

Assim me sinto viva e capaz, em aventura,
na vívida loucura do romance...
Me transcende a poesia, a narração
ou mesmo uma longa dissertação.

Recebo a maravilha profana e muda
da cultura escrita e transcrita
com o esmero perfeccionista,

Assim deslizo tonta nesta doce fartura,
na beleza exposta em desenvoltura...
Me conservo escrava desta sedução
até as últimas linhas desta criação.

Anorkinda
 

........................................................................

 

Noite do desabafo

não quero a poesia gélida
poema de funerária
guardada em gavetas refrigeradas

prefiro a emoção quente
que sopra as flores
e acorda as borboletas

que nasce num espasmo
e espalha o doce perfume do imediato

Anorkinda

.............................................................

 

Nossa Poesia


Buscando a inspiração
nossa de cada dia
Saio pelos parques
e praças ao fim do dia

Admirando o movimento
e da passarada, a cantoria
Ensaio da noite-descanso
o chilrear é sinfonia

Buscando a inspiração
do poeta em sintonia
Leio todos os poetamigos
que versam em maestria

Absorvendo o talento
nosso de todo dia
Enleio de obra-prima
que faz a jóia da poesia!

Anorkinda

...........................................................................

 

O AMOR DE MEUS SONHOS

Seguem estes sonhos de amor
flutuando por um espaço azul

De amizade e de compreensão
espalhando-se de norte a sul

Vertem estes poemas de amor
recitados em particular sarau

De emotividade e bênção
segue em indelével nau

o inusitado amor de meus sonhos

Anorkinda

............................................................

 

 O AMOR EM MIM


Toda esta emoção
derruba muros de vidro
arrouba versos e minuetos

Toda esta paixão
preenche espaços e vãos
apreende rimas e volúpias

Toda a inspiração
do amor que há em mim
primor, poesia e perfeição

Anorkinda

................................................................

 

Olhos de silêncio

Ao observar o Eterno
que se manifesta
em toda fresta
em cada seresta
e que faz a festa
neste tempo moderno

Ponho-me em silêncio
pois que este
está no leste
também no oeste
e faz com que eu empreste
minha mudez à cadência

destes versos de contemplação

Anorkinda

.......................................................................

 

OS VAIVÉNS DA INSPIRAÇÃO

Sinto por dentro aquela dor
dor dos versos prontos
pedindo pra sair

Tem dias que eles clamam
clamam por ar e frescor
querendo me ver sorrir

Minto falta de tempo e torpor
torpor de apego
pedindo pra aguardar

Sem chances de evitar
evitar o verso arrebentar
querendo me amar

Solto as letras num parir!


Anorkinda

.............................................

 

PENSO EM RIMAS

Penso muito
e quando penso
a rima vem

Nada me socorre
então ela escorre
no papel virtual

ou nas folhas
do caderno
moderno

Penso em rimas
e não convém
que as evite

ou a poesia
fica de mal
 e vai embora

Anorkinda

...................................................

 

POEMA ADOCICADO

Com carinho
o poema
adocicado

Chega
até você!

Com beijinho
o verso
amanteigado

Derrete
por você!

Com jeitinho
o poema
mal rimado

Se alegra
por você!

Anorkinda

...................................................................

 


POEMA PEDRINHA

A cada verso, construção
em novas ou velhas rimas
minha vida se refaz, grão
das semeaduras íntimas

A cada prosa, invenção
em novas loucas fantasias
minha trilha se recria, chão
de aventuras e manias

Como a pedrinha 
fundamental,
a poesia sozinha

Conduz meu passo
pessoal...
Poema, vivo compasso

Anorkinda

.......................................................

 


Poema refúgio

O pensamento lustra
os sentimentos
que sobreviveram
à falta de memória

A poesia protege
as fantasias
que refugiaram-se
dentro de minha história

Anorkinda

................................................................

 

Poema sonho
 
Soltos pelo espaço
de um sonho bom,
os versos voam...
 
Beija minha face,
a estrela da inspiração
 
e numa carícia morna,
desperto com o poema pela mão.
 
Anorkinda

.....................................................

 

POESIA

Fantasia
em que mergulho

Alegria
de que me orgulho

Nostalgia
foge-me ao barulho

Magia
do mar e seu marulho

Sabedoria
de versos como embrulho

Anorkinda

..........................................................

 

POESIA! GRITO DA ALMA!

Quando, em noites frias,
minha alma solitária
desesperada, gemia

Ofereci-lhe uma saída
nas pontas das canetas,
coloridas tintas, escrevia

Saíam-me versos-soluços,
gritos surdo-mudos,
escoamento na poesia!

Anorkinda

..................................................................................

 


Poesia triste

Por observar a vida ao largo
deixando que ela flua na corrente
dos ventos e marés e emoções diversas...
É que os versos vem tristes
pousar nestas folhas virtuais
invisíveis e insensíveis e fugazes...

Por deixar o tempo passar
em seu desfile bailado, esvoaçante...
É que escrevo odes à tristeza
bela e inconstante e algo dramática...

Por gostar de viver, sem embargo
vou deixando inscrito na vertente
dos sonhos e realizações e fés diversas
a inspiração que me faz mais forte!

Anorkinda

 

.................................................................................

 

Por amor à poesia

Dediquei a ela meus dias,
feliz como as ventanias
que se impõem alegremente...

Libertei algumas manias,
poderosas em tiranias
que extrapolam veementemente...

Delas fiz versos sacanas,
irônicos em fios de roldanas...

Só para içar os sentimentos
que fugiam dos confrontamentos.

Anorkinda

.....................................................

 

Posso

Se tudo o que quero, posso
Possuo poderes e espaço
neste mundo de ilusões

Se toda luta é vã, esforço
Esfolo mãos e cansaço
neste carrossel de solidões

Se troco o que finjo, moço
Mostro desgostos e traço
neste voo de inspirações

os poemas que mais gosto!

Anorkinda

.........................................................

 

 Quando a leitura enleva


Embarco naquela viagem
mundo leitura
saio daqui e devaneio

Barco leve da leitura
doce enleio
fabrico a paisagem

Embaraço-me ao meio
em vertigem
gozo pleno a leitura

Anorkinda

....................................................................................

 


Quando as palavras me acham

Em dias em que não estou triste
(e são quase todos...)
as palavras me acham, me colhem
e me fazem flor
no vaso do pranto e desamor...

Em dias em que não estou alegre
(e são bem poucos...)
as palavras me seguem, me puxam
e me jogam no ar
balão colorido de gás...

É assim que as senhoras palavras
(e são finas damas...)
me curam, me salvam e me asseguram
de que não sou só...
Tenho a poesia para viver!

Anorkinda

 

...............................................

 

REVOADA

Ali...
tanto espaço
cabem mundos
planícies e desertos
ou montanhas e ilhas

Aqui...
falta tempo
perambulo
disserto
divago

Ali...
no papel alinhavado
cabem as eternidades
infinitudes individuais
ou impermanências coletivas

Aqui...
dentro de mim
em revoada
palavras
e versos

Anorkinda

..............................................................................

 

RIMO

Médio
Médio
que remédio...
quase morro de tédio!

Rimo
Rimo
que arrimo...
quase alcanço o cimo!

Fofoco
Fofoco
que sufoco...
Assim perco o foco!

Riso
Riso
que sorriso!
Assim perco o siso...

Anorkinda

.................................................................

 

 SABOREANDO PÉROLAS


Com as graças das inspirações
prossigo dia-a-dia
saboreando pérolas

A riqueza das composições
enternece a poesia
embeleza os séculos

A imortalidade das palavras
alcança profusos ecos
retornando às harmonias

primeiras dos mundos

Anorkinda

...........................................................

 

Sem a poesia

Como a rosa despetalada
sou cravo machucado

Sem o poder de regenerar
sou o verso travado

Como o sopro interrompido
sou a pétala arrancada

Sem a poesia a inspirar
sou luz apagada

Anorkinda

......................................................................

 

 SEM MEMÓRIA


É de um tempo sem memória
que meus versos vêm
voando ou galopando os ventos

Refazendo minha história
meus versos prevêem
deslizes ou felizes passatempos

É de um tempo sem glória
que minha lira vem
andando ou navegando os virtuais

Estrelecendo a história
a lira é vai-e-vem
de matizes e aprendizes siderais

Anorkinda

.................................................................

 

 

SOLIDARIZO-ME COM A UTOPIA

A pobre utopia
que sentencia
o desvairado
o desajustado
o rebelado

Solidarizo-me
com ela
incentivadora
sonhadora
profetizadora

A doce fantasia
que inebria
o passante
o farsante
o amante

Eternizo-me 
com ela
em verso
em avesso
em sucesso

Anorkinda

 

..........................................................

 

 

Teimosia
 
Toda minha poesia
é declaração de teimosia
 
É confirmação de amor
toda rima de valor
 
Toda minha fantasia
é manifestação de rebeldia
 
É exaltação do amor
todo que te dedico sem pudor
 
Anorkinda
 
 

................................................................

 

 TENHO SONHOS DEMAIS


Tanto minha mente
como meu coração
embriagados de sonhos
escrevem poesias

Não temo o perigo
da loucura iminente
saturadas razões
absorvem as fantasias

Reflito na escrita
todas as emoções
de ter a ideia na lua
amiga de estrelinhas

Não evito os voos
porque é de verdade
toda a mensagem 
que jogo na entrelinha

Anorkinda

..................................................................

 

Traços

Cada traço um caminho...

Me refaço sozinho...
sozinho me disfarço...

Cada gota um dilúvio...
poema, gota a gota...

Me esgota a rima...
rima sanguessuga...

Suga alma obscura...

em cada caminho que traço...

Anorkinda

........................................................

 

(Uni)versos

De meu rascunho
surgem luzes,
respostas

de cunho
espiritual,
novas propostas.

Em meus versos
urge a vida,

em universos
de arte e guarida.

Anorkinda

.........................................................

 

 

Vagabundo poeta
 
Ao ouvir o trovão forte
que uma vida sem sorte
soou lá pras bandas do norte
 
Ao sentir as batidas
tão ressentidas
de uma vida sem saída
 
Ao pressentir o sufoco
de um poeta rouco
julgado como vil e louco
 
Eu preciso gritar junto
pra sacudir o mundo
louvando o vagabundo
 
Anorkinda
 
 

.......................................................................................

 

VENTOS NOS MEUS VERSOS

Diverti a rima quando a brisa soprou
Ao se transformar em forte vento
Sacudi o poema

Equilibrei o verso quando a hora chegou
Ao se reduzir em pequenos momentos
Anunciei o esquema

Liberdade de verso e alma
Ordeno a inspiração
sem teorema

Sonoridade que me acalma
Ritmo de sedução
flutua no tema

Ouvi o cantar do vento-verso
Ao entoar a poesia
Revivi no poema

Amei a rima rica do Universo
Ao saborear a fantasia
Esqueci todo problema

Anorkinda

................................

 

VERSO

Meu versos
soltos
livres
brancos
e errados

De pé
quebrado
rimas
pobres
e batidas

Mas é assim
louco
vivo
alado
o meu verso

Anorkinda

.........................................................................................

 

VERSOS AMANTES

Com prazer insiro nestes versos
A fantasia dos amantes
Venho reescrevendo dias inversos

Sem pudor coloco nestes versos
O brilho dos diamantes
Tenho em mim minérios submersos

Com saudade busco nestes versos
O frescor das horas cintilantes
Venho atrás de sentimentos diversos

Anorkinda

.........................................................

 

VERSOS AO VENTO

Meus versos alados
Atravessam azuis
Arrrebatam rimas
Meus versos alados

Meus versos inspirados
Alcançam seus leitores
Acordam os sonâmbulos
Meus versos inspirados

Meus versos livres
Sopram sussurros
Afetam preconceitos
Meus versos livres

Meus versos autênticos
Confortam suas dores
Estremecem rancores
Meus versos autênticos

Meus versos amados
Desejam te encontrar
Suportam te esperar
Meus versos amados

Meus versos ternos
Pousam em tua tela
Acarinham teu sorriso
Meus versos ternos

Anorkinda