FANTASIAS

 

 

A Rosa manhosa da rima

 

Mesmo possuindo a cor mais charmosa
e toda a poesia a seus pés
a Rosa era atrevida e manhosa
 
Vivia sorrindo, sedução à flora
corrompia os versos mais fiéis
a Rosa era da rima, a Senhora
 
Mesmo saindo de braço dado
com o verbete, amigo de fé
a Rosa era de um arrojo danado
 
Vivia caindo no erro inocente
de perfumar seus papéis
a Rosa era sabida mas incoerente
 
Mesmo sabendo o quanto era majestosa
confundia a rima do quebrado pé
a Rosa era demasiado teimosa
 
Vivia recebendo muitos e bons conselhos
da inspiração, moradora dos vergéis
a Rosa era carente de espelhos
 
Mesmo parindo poemas profundos
de iluminar em luz e fé
a Rosa era musa dos giramundos
 
Anorkinda

 

 

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 A Pequena Grande Nau


Partiu do porto da inspiração
Pequenos versos geniais
dourados pelos reflexos
de um amanhecer

Velejou por mares de paixão
a nau dos poemas florais
colorida pelas pétalas
do jardim de Ser

Transportou o amor em grão
Pequenas sementes astrais
prateadas pelo luar
e pelo estrelecer

dos céus desta Grande união

Anorkinda
 

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As rimas do sol

Nas brumas do alvorecer
elas nascem e brilham
cada vez mais

conforme o sol as toca

Iguais a notas musicais
as rimas respondem,
sensíveis

ao dedilhado do poeta

o astro maior dos horizontes

Anorkinda

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Café com poema

Ao café intuo
que o poema vem

Como açúcar diluo
a inspiração que me tem

A poesia evapora
pelo ar, lentamente
esfria o líquido todo

Me ponho a escrever
enquanto sorvo
o sonho de versar

Anorkinda

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CAPIMPOESIA

Ele nasce livre
com a força do sol
que lhe instiga o verso

Ele benze, lindo
a métrica do arrebol
que perde força dia-a-dia

Ele nasce capim
simples e natural
cheio de vida e rimas

Ele cresce, assim
em descaminho casual
cheio de vontades e prismas

Anorkinda

 

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 COMEZINHO


Tempero viajante
no versos
mais que livres

Denuncia que o simples
óbvio e espontâneo

é o ouro maior
e instantâneo

da poesia do amante
e dos beijos
mais que livres

artífices!

Anorkinda
 

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Descolori...

Certa noite, tive uma idéia original
Subi pra perto do céu estrelado
E lacei minha estrela da sorte

Desejei que ela tivesse o poder
de apagar as cores dos versos
E comecei retirando as estrelas do céu

Sem estrelas nem o poeta mais genial
Poderia versejar entusiasmado
E as rimas estariam à morte

Fiz também a lua cheia desaparecer
Nem o poeta mais controverso
Conseguiria versar sem o luar e seu véu

Desci pra cama me sentindo sensacional
Todo poema foi tombado
Eu dormiria tranquila e forte

Descolori aquela noite só pra ter
um alívio no universo
de minha emoção cruel

Queria eu ser uma pessoa normal
e dormir o sono fechado
muito escuro e sem norte

Mas descobri, que meu Ser
faz mais doidos versos
na monocronia do cinzento pincel!

Anorkinda

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 E LÁ VEM D. REDONDILHA


ela vem balançando as ancas
faceira e serelepe
cheia de poesia!

ela derruba as métricas
com bundadas bem dadas
cheia de regozijo!

ela ri às pampas do Rei Soneto
que sentado em regras
assa a virilha!

ela acarinha a criança inocente
que se deleita no poema
e ri de barrigada!

Anorkinda

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ELA CANTOU

Seu nome era Poesia
ela trazia um dom
de cura e harmonia

Ela deu o tom
sua nota em primazia
a boca sem batom

Seu olho luzia
ela causava frisson
a plateia em agonia

Ela, então, cantou
sua lírica magia
no final ela chorou

Anorkinda

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 ENTRE O NOBRE E A RIMA



Havia qualquer coisa ali
Uma atração, um frisson
Ele podia até ser esnobe
De sangue nobre, um rei!

Mas ela, a rima, seduzia
Se intrometia, tão linda
Ela queria ser, no verso
a melhor amante do rei!

Havia um movimento ali
Uma energia, impositiva
Ele faria quase tudo
Para fugir, era um rei!

Mas a rima e sua mania
Se atrevia, um delírio
Ela queria ser, rainha
a acompanhante do rei!

É, entre o nobre e a rima
Havia qualquer coisa assim
Perigosa, um jogo de amor
Riqueza revertida ao leitor!

Anorkinda

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Épicas rimas

As rimas, rachadas,
pela seca poética,
despreocupam-se
com a lucidez.

Desandam em acidez,
a retemperar
os versos,
sem ética.

Inspiram estupidez,
a divertir-se,
desbragadas.

As rimas, desvairadas,
soluçam universos,
realeza épica.

Anorkinda

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Ilha poesia

Cercado de amor
por todos os lados
o poeta deleita-se
deitado em rede de versos
enroscado na lírica das águas.
É merecimento ser portador da visão
que desperta todo e qualquer esquecimento.

Anorkinda

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 Inimigo


Certo desprezo desfilou um dia
pelas janelas minhas
sorriu...

Ele corroía mundos e universos
emoções daninhas
algo vil...

Pensou que eu temeria
fez zombaria
feriu...

Atirei-lhe versos
em poesia
gentil...

Meu inimigo
abatido
sumiu...

Anorkinda

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Loja de sonhos

Pela vitrine
raios solares
emprestavam cor
aos versos expostos...

Eram sonhos,
literatura,
aroma de amor.

Mudavam as nuances
com as horas do dia...

E o poeta, sensível a tudo,
à cada brilho imprimia
seu talento em poesia.

Anorkinda

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No ponto exato

Ao contrário
do que pensam

Eu gosto mesmo
é de buscar o ponto
exato onde se amam
a rima e o ritmo eufórico

Onde eles se unem
num labirinto de prazeres
entre um verso meteórico
uma prosa e um conto

Anorkinda

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 O despertar da inspiração

Pincelada em mão de artista
desperta a inspiração
que dormia sem cor

Decorada como versos
de poetisa em ação

A arte dança em exaltação

Anorkinda

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O Expresso dos sonhos

Coloridos e positivos vagões
a trafegar por um trilho
de luzes, imerso em nuvens

É o Expresso dos sonhos
a apitar um estribilho
de sons, disperso em ardores

São os desejos de cada um
a irradiar um brilho
de neon, universo em expansão

Está nossa magnífica viagem
a criar um extenso rastilho
de amor, verso em composição

Anorkinda

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O GRANDE POEMA

Desfilou por entre todos
vestido de garbo
com rosa vermelha
arqueada sobrancelha

Parou meio de breque
sorrindo bonito
nos lábios, sussurros
corações em apuros

Perfumou o ambiente
fragrância suave
um toque almíscar
sensações no ar

Vibrou a voz rouca
timbre aguerrido
em palavras corretas
como mimosas setas

Atingiu o peito de todos
êxtase sublime
enriquecido no tema
de ser o grande poema!

Anorkinda

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O VERSO AMBICIOSO

Não foi assim que ele nasceu
era um menino lindo, em sorrisos
com ares refrescantes de delírios

Mas cresceu apenas um pouco
e já vestiu uma imponente casaca
dessas tal um pinguim fora de casa

Só pensava no ouro das medalhas
e nos aplausos da humilde gentalha

- Deixe disso, Verso, és tão bonito
na naturalidade, tão gentil e prazeroso!
Deixes de ambição vazia e procure a alegria!

Mas nada retirava seu ar de pompa
fez amizade com o Dicionário Rebuscado
conheceu vocábulos chiques e enlouqueceu

Hoje desfila com a cara mais apatetada
deixando o leitor sem entender mais nada

Anorkinda

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O verso e a loucura

Foi preciso despertar numa manhã clara
ainda a tempo de ver a primeira nuvem
que alaranjada, tal qual penugem

refletia um raio de delicadeza rara
que inspirava o poeta em abordagem
fantástica, criando uma paisagem

mental criativa, próxima da loucura

onde o verso perfeito se segura

Anorkinda

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 OS AZUIS OLHOS DO VERSO

Trazendo a paz do azul celeste...
Lindos olhos do verso, empreste
Tua infinitude diáfana e perene,
Entregue à musa-poesia selene

Abençoando o poeta sincero...
Azuis olhos do verso, esmero
Do artesão maior, tempere
O sabor do poema que difere

Ultrapasse os entendimentos
E devolva o lirismo da vida
Simples dos elementos

Estremeça os limites
do teu firmamento
e deixa que te imites

Anorkinda

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POEMA SOLITÁRIO

Ele afastou de si as parcerias
Gostava de estar sozinho

Ele conversava consigo mesmo
Suava em rimas perfeitas

O poema solitário tinha manias

Ele sabia que ninguém as toleraria...

Anorkinda

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Poemas sofridos
 
Alumiou tanto quanto necessitava
semi-penumbra era do que gostava
 
A noite escura mais lhe inspirava
versos de vida sofrida e escrava
 
Acostumou a pena ao que ditava
seu coração que muito soluçava
 
Anorkinda

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Poesia telepatia
 
Haverá um tempo
em que papeis 
em branco
 
encherão os olhos...
 
A intenção do poema
penetrará as mentes
 
e linhas imaginárias
conectarão as emoções.
 
Haverá um tempo
em que as liras
em transe
 
dominarão os sentidos...
 
Anorkinda
 
 

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Poeta, o Rei Mendigo

Pela poesia ele rasteja
estende o prato todo dia
mas na cabeça vai a coroa
brilhando versos à revelia

Mendiga ele, nem sabe o quê
já possui do sol, o esplendor
mas de suas mãos vertem rimas
que revoam alto como o condor

Grita ele ao mundo e ao infinito
que tem fome e sede de obras-primas
quer vestir sempre ouro e cetim bonito

Pela poesia, apaixonado perdidamente
conforma-se em ser um vagabundo á toa
sempre lhe servindo poemas, devotadamente

Anorkinda

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 Pousam as palavras


Depois de voos insanos 
pelos vales do pensamento

Depois de viagens amigas
pelas verduras das folhas

Depois de refrescarem-se
nas águas limpas das emoções

As palavras pousam...

Pousam e suspiram poemas
pelos vãos do sentimento

Pousam e transpiram medos
pelas feridas e bolhas

Pousam e instigam filosofias
arrebatamentos e canções

Anorkinda

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PRETÉRITO IMPERFEITO D'ELA

Ela transitava entre os paralelos
crenças e teorias sem elos

Ela dormitava nos processos
criações e mil excessos

Ela violentava todo enigma
vida e falso dogma

Ela atenuava seu imenso medo
morte e todo arremedo

Ela vibrava em vitórias
rotina e livro de histórias

Ela silenciava um infinito
constelações e seu próprio grito!

Anorkinda

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REINO POESIA

Naquela época
o Reino da Poesia
estava no comando
de um déspota

Rei Soneto Heróico
unido a sua esposa
Rainha Métrica
e seu método estóico

Silabada poética
era a vã burocracia
cheia de manhas
e despudorada ética

Agrilhoou a Poesia,
Donzela Inspiração,
em contadas sílabas
sem alma ou cortesia

Na torre, prisioneira
do bom e saudoso
Rei Belas-Artes,
sua única herdeira

E pelos salões e jardins
somente nobres gênios
entoavam a fria lírica
do Rei Soneto e afins

As pessoas atordoadas
Sem nada entender
das palavras loucas
pelos campos entoadas

Faziam reverência
obrigatória ao novo
Príncipe Decassílabo
filho de vossa imponência

Jovem poeta solitário
cheio de real garbo
vítima do verso gélido
jamais sonhou solidário

Vivia na dura frieza
do verso encastelado
desfilava junto à plebe
em máscara de beleza

O que nenhum gênio
sabia ou poderia crer
era que Inspiração,
a Donzela sem prêmio

Em noite enluarada
cantava em sua pura
realeza de princesa
a lira mais acalentada

Ao ouvi-la, os poetas
escreviam sofregamente
seus versos metrificados
ânsias de anacoretas

Mas ao silabar as rimas
mais aprisionavam
a musa das noites de lua
e ressecavam as obras-primas

A moça Inspiração,
nos sonhos nobres
do Príncipe Decassílabo
adentrou em visão

Em verso que seduz
Enterneceu ela
O coração principesco,
virgem de toda luz

Verdadeira beleza
e arte poética
ele finalmente
vislumbrou em pureza

E chorou, apaixonado
Decassílabo, esquecido
da burocracia materna
versejou sem o contado

Um amanhecer diferente
clareou o Reino Poesia
Donzela Inspiração
livre de toda corrente

Abraçou seu povo
em exaltação e amor
Casou-se ela com o fiel
Príncipe Verso Novo

Anunciaram a meta
da monarquia poética
onde todo habitante
do Reino será Poeta!

Anorkinda

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Roda

Roda o pião,
o moleque.
Roda as cores
em leque.

Roda o pião
em lazer.
Roda o poema,
com prazer.

Roda o pião,
o poeta.
Rodar as estrelas
é sua meta.

Anorkinda

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Ruborizando rimas

O poema defasado
não esquece do passado
E teima silabado

Rimas ricas e esnobes
Riem amarelo aos pobres
E julgam-se nobres

Escondo meu teclado
No virtual livro digitado
E provoco o inusitado

Simulo um soneto
Em verso discreto
E chamo um dueto

Assopro as rimas
Com bobas pantomimas
E maculo as obras-primas

O poema cansado
com o olho arregalado
E em transe assustado

Vê a rima desmaiada
Em face ruborizada
E de todo, desacreditada

Anorkinda

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Seu Gerúndio

Venho defener este nobre brasileiro:
Seu Gerúndio, representante vivo da gramática.
Ofereceu-se, este pacato senhor, a prestar ajuda
ao povo novo, privado de uma boa aula de Língua Portuguesa,
desconhecedor dos Verbos e seus tempos.

Seu Gerúndio,em franca ingenuidade,
ofereceu uma mãozinha... Mas qual!
A gentalha abusada tomou-lhe logo o braço todo!

E por isso, hoje, os eruditos o desprezam.
Pobre Gerúndio generosidade...
Declarado como reles, vil, alvo de escárnio.

Cuidado, leitor:
Pois você pode estar sendo preconceituoso.
Você pode estar cometendo uma maldade.

Eu não menosprezaria um amigo
disposto a socorrer-me
no verbo em aflição!

Anorkinda

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SOLIDÃO DE PALAVRAS

Mesmo reunidas em versos
A solidão ainda trucida

Uma ao lado da outra
As palavras ainda suspiram

Sintaxes, acentos, desacertos
Paráfrases, rimas e arremedos

Sem ser lida, seu universo
É sempre de tons incertos

Até que um leitor as encontra
E as palavras enfim, brilham

Cores, festa, folguedos
As palavras celebram a vida

Anorkinda

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SONHO DE AMOR

Sonhei, um dia,
em ser bailarina
e acordar no passo
delicado de um amor
composto por violinos
em notas soltas, alegria!

Sonhei, noutra vez,
em ser bela princesa
e adormecer embalada
por sussurros de amor,
versados pelo futuro rei
de um castelo do reino francês!

Sonhei, mais adulta,
em ser sensível poetisa
e conquistar pelas letras
dispostas em ritmo de amor,
o inefável Deus da inspiração,
aquele que dita a poesia oculta!

Anorkinda

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Tua poesia

Entranhada nos gestos
nas mãos que se dão,
a poesia corria
em veias de paixão...

Abrandada em lassidão,
a poesia vertia
lenta, conta-gota, mansidão...

Exclama o corpo e a alma
versos intermináveis,
o bálsamo, a cura e a calma...

Reclama, hoje, a vida
na solitária palma,
sem teu toque
em tédio e trauma...

Anorkinda

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VERSO ADORMECIDO

Nascido de uma lírica mãezinha
o verso adormecido em seu berço
recebeu a bênção da madrinha
ganhou do padrinho, seu primeiro terço

- Parecido com o pai,
Poema Inteligente era zeloso
agradeceu o milagre sem ironias
beijou o rosto do filho mimoso

O pequenino verso, inocente
sequer sabia ser ele vidente
ele leria almas e mentes

De fina ascendência poética
ele derramaria, cheio de ética
a mais sublime das dialéticas

Anorkinda

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VERSOS COLORIDOS

Um verso vestiu amarelo e óculos escuro
e falou do Sol, o astro-rei mais puro

Um verso feminino vestiu vermelho e bico fino
e saiu seduzindo homens no maior desatino

Um verso zangado de terno preto e gravata
bradou as injustiças, gritando: - É Bravata!

Outro verso vestiu logo verde-limão e boné
disse que ia cantar em alemão na Praça da Sé

Um verso delicado vestiu-se de veludo rosa
e contou mil histórias, todo alegre e prosa

Em verso cafona, de sobretudo roxo
resmungou velhas rimas num muxoxo

Outro verso pintou-se de cor de laranja
dizendo que quem é esperto, a sorte esbanja

Um verso triste vestiu uma túnica cinzenta
e discursou sobre a maldade e a sina violenta

Um verso, em trajes de seda, foi mais ousado
e tatuou no peito o mundo em azul perolado!

Anorkinda

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Versos coloridos ll

Um verso cobriu-se com um pano bege
e cantou uma música seca e herege

Um verso gracioso de vestido branco
desfilou entre as gentes seu sorriso franco

Um verso simples vestiu um verde-água
e disse em sonoro tom que apagou toda a mágoa

Outro verso rimou logo seu matiz marrom
com lábios entumescidos de batom

Um verso lilás e brilhante compôs o poema
de saudade, travestido do mais duro problema

Um verso exuberante vestido de grená
esgueirou-se sensualmente no sofá

Outro verso, mais tímido vestiu salmão
e confundiu-se com a cortina do salão

Um verso dourado, de vestido longo
valsou com o poeta mais oblongo

Um verso muito feliz, trajou-se azul-turquesa
e visualizou um mundo inundado de beleza!

Anorkinda

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Verso e sonho

Um sonho comprimido
num peito complexo

Soltou-se sem limites
num revoo bonito

Versou seus sentidos
sentimentos em anexo

Há quem o imite
e também voe solto

Um sonho redimido
num peito complexo

Assim a menina-moça sonhou
e seu mundo criou

Anorkinda

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Verso em voo
 
Claro que o primeiro mote
é o amor armazenado
e multiplicado dia-a-dia
 
Claro que é necessidade
declará-lo liberto
e soltá-lo todo dia
 
Claro que a boa sorte
vem junto ao verso
que controverso, adia
 
seu voo de felicidade
 
Anorkinda

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VERSO EXTASIANTE

Nos beijos que te dei
formaram-se ali, entre
a língua e o lábio
uns versos
picantes

De outra vez que lhe beijei
a face suada de paixão
entre a pele e o lábio
formaram-se versos
provocantes

Nos beijos que te roubei
meu ego, cheio de si,
formou entre teu
espanto e o lábio
o verso amante

Daquela vez que te dei
o beijo mais intenso
entre o queimor e 
o lábio, formou-se
o verso extasiante!

Anorkinda