AOS ÍDOLOS

 

 

À Bebeto Alves

Sei lá o que fazes
pra mergulhar-me
em minhas entranhas

Em minhas fases
sabes apontar-me
as minhas manhas

Minhas muitas faces
apresentam-me
suas loucas sanhas

Sei lá o que fazes
para adentrar-me
em minhas barganhas

Mas minhas frases
tendem a aprontar-me
surpresas quando te assanhas

Minhas poucas paráfrases
esbanjam-me
em emoções tamanhas!

Anorkinda

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A BRASÍLIA AMARELA DOS MAMONAS

Eles passaram tal estrela cadente
de brilho intenso como o do sol
da cor da brasília, irreverente

Eles encantaram com carisma total
de pura inocência, como crianças
meninos-estrelas de brilho fatal

Hoje eles cantam na lembrança
das risadas leves como farol
que iluminaram almas em dança

Hoje eles dirigem a brasília amarela
das animadas e loucas andanças
que eles curtem no céu das estrelas

Anorkinda

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A ESTRELA DO GÊNIO

E estava ali
ela...
a inspirar
o doce
enleio...

E ele fitava
ali...
o inspirar
leve
dela...

E a obra
prima
a respirar
o tempo
eterno...

E o gênio
ali...
a respirar
a arte
dela...

Anorkinda

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A Michael Jackson


Banho-te com pétalas

Reconhecendo
o dom divino
da cura
Banho-me em
tua música
com a alma
saturada de poesia

Amando o Deus
que tudo sabe
Abraço-te com
o carinho que afaga
compreendendo
todo o mistério
de um ídolo

Sabendo da vida
que nunca acaba
Banho-te com
uma chuva de pétalas
com a promessa
de um novo amanhã!

Anorkinda

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ÀS PAZES COM QUINTANA

Quando jovem
repleta
de normas
e influências

Virei-te as costas
ranzinguei
e fiz careta

Como um caso
de amor...
a valsa do
vai e volta...

Tu piscava-me
com versos
jogados
no vento

Quando mãe
envolta
por livros
infantis

Apresentei-te às crianças
decorei
tuas rimas

Como um mosquito
picou-me
a vontade
de escrever

Tu curava-me
as defesas
de um pré-
conceito

Quando poeta
e feliz
com motes
e liras

Beijei-te a face
apaguei
minhas teimosias

Como uma filha
da poesia
em êxtase
e admiração!

Anorkinda

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CARTOLA

Sensibilidade que aflorou
Floresceu
encantou!

Poética que musicou
sambou
emocionou!

Genialidade que pulsou
batucou
superou!

Humildade que conquistou
cativou
chorou!

Anorkinda

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Chorar sorrindo

Desde a primeira vez que te ouvi,
chorei,
sorri,
sempre que em canção te ouvi...

Escuto tua própria voz...
sorrio...
choro...
é tão bom ouvir-te, voz!

continuo chorando a sorrir...

Anorkinda
(a Nelson Coelho 'Carinho' de Castro)

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Desde sempre

Sempre intuí,
coisa de menina
(aquela que sempre sou)

O Carinho que ouvi
em teu traço e voz
perceptível no tom

Sempre chorei,
coisa de poetisa
(aquela que descobri)

A lágrima nítida
em encanto e luz
perene no dom

de sorrir com você

Anorkinda
(a Nelson Coelho de Castro)

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Doce Olhar

é assim um banho de carinho
que jorra no brilho do teu olhar

é como um leve sussurrar
teu olhar que fala sozinho

é néctar que de mansinho
se insere no sabor do mel

é assim um toque do céu
que trazes aos teus fãs, Carinho

Anorkinda
(a Nelson Coelho de Castro, de aniversário)

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Franco inspirador

Foi naquele dia sete
do mês cinco
era 2010

Duas amigas e eu
a emocionar
e chorar

Bah! era noite fria
mas quente
o coração

Na tua voz, de novo
verteu aquela luz
da inspiração

Na canção e no riso
surpreendeu
felicidade

Compartilhamos
e selamos
amizade

Sem o carinho
teu e meu
nada disso seria nosso!

Anorkinda
(a Nelson Coelho de Castro)

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FUI TE VER

Navegando em ondas de prazer
fui te ver

Absorvendo a energia do olhar
fui te amar

Flutuando em nuvens de açúcar
a suspirar

Escrevendo a magia de enternecer
a merecer

o milagre te ver!

Anorkinda
(a Nelson Coelho de Castro)

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La Negra


Foi preciso
ver você partir
para que a rima
viesse chorando lhe seguir

Mercedes
Foi preciso
teu canto seguir
para que o verso
viesse o peito partir

Sosa
Foi preciso
deixar-te partir
para que a cultura
viesse teus passos seguir

Anorkinda

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Manoel de Barros

O delírio de seus versos, a 'inutilidade' de sua poesia é tão essencial quanto o cantar dos pássaros e a brisa movimentando o lago.
A paixão pelas palavras e a necessidade de reinventar o mundo concreto e frio é tão especial quanto o abraço do filho e o acorde da canção.
Me põe em êxtase e a flutuar em prazer tal como a nuvem leve e solta em céu azul. Me diz as ânsias de viver num mundo que não é meu e das vontades de perder a razão e viver em intensidade feliz de quem despreocupa-se com os padrões caducos da velha energia.
O desperdício de seus versos me diz dos silêncios que gritam nas madrugadas, alertando da importância do simples e natural. A feição de tuas palavras traduz o que a alma tanto queria sentir entre as gentes desacostumadas de ouvir suas próprias vozes interiores...a plenitude de Ser!

Anorkinda

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PRECIOSIDADES

São estes versos doces
intuitivos e benditos
que declamas em sussurros
tons e compassos

São estes belos degustes
substantivos e verbos
que conclamas à poesia
à mesa e ao gingado

Preciosidade é ver-te versar!

Anorkinda
(a Nelson Coelho de Castro)

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Sentindo Renato Russo

Sabe da alma
desencontrada
sem calma?

Sabe da missão
altruísta
sem afetação?

Sabe da música
perfeita
em metafísica?

Sabe do anjo
imprudente
em desejo?

Sabe da inquietação
e sintonia
do artista?

Sabe da liberdade
e clamor
de uma saudade?

Anorkinda

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TRI-CHAVE

Melodia, voz e letra
com esta tri-chave
abres a porta

Eu, inconsciente e alma
três partes minhas
tocas à queima-roupa

Confusa, tonta e hipnotizada
três adjetivos se fazem
com a magia tua

Guria, mulher e poeta
nesta tri-singularidade
o jogo da vida

Dom, delírio e inspiração
nestas excentricidades
sorvo a poesia

Melodia, voz e letra
com esta tri-chave
fechas meu ciclo

Anorkinda
(a Bebeto Alves)

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Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira. (Carlos Drummond de Andrade)




Vida poesia

Do verso preso
na garganta
e da rima
na ponta
da língua
eu posso
compartilhar
o anseio
do poeta...
E viver imersa
em poesia.

Anorkinda

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Voz de veludo

Sem outra mágica
a voz desliza
pelo ar

Com toda magia
do ar surreal
tua voz

Flutua trágica
cadência
par

Sem páginas
a voz escreve
pelo ar

Com sintonia
elemental
tua voz

Desenha lágrimas...
fluência
de amar!

Anorkinda
(a Nelson Coelho de Castro)