Sensuais
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AMOROSO SILÊNCIO
Quando nossas bocas se ocupam
mais do prazer de tocar-se
do que da máxima de falar
das obviedades amorosas
É quando o silêncio eloquente
mais diz de nossas emoções
e num arfar sôfrego
nos respiramos
Anorkinda
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As três luas
Lua que cresce a cada dia
Da sombra da terra, escapa
Lua ideal para forte magia
De expansão de amores
Lua cheia na escuridão
De cara limpa e branca
Lua favorece a meditação
Em divino ritual de energia
Lua que míngua, bênção
De poderes adensados
Lua certa para a gestação
De fertilidade recheada
Três luas visíveis no céu
De formas estonteantes
Três luas inspiram amantes
Em suplícios de paixão
Anorkinda
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Beijos sinceros
Súplicas da pele
Vens tu, e suplicas
com o olhar
Beijos sinceros
Vens tu, e beijas
minha boca
Delícias da pele
Vens tu, e delicias
com o toque
Versos sinceros
Vens tu, e versas
minha pele
Anorkinda
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Bravos beijos
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CORPO EM DELÍRIO
Disfarçada de mim mesma
Possuí teu corpo e sentimento
Arrancada de mim mesma
Perdi o rumo e o equilíbrio
Apaixonada por mim mesma
Esqueci teu nome e endereço
Pasmada de mim mesma
Ardi o corpo e o pensamento
Em delírio por ti e teu apreço
Anorkinda
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Culinária tentação
Noite quente
hálito de primavera
tentação de amar
na madrugada
Paixão ardente
culinária satisfação
gosto adocicado
na sedução
Humor fluente
hábito engraçado
de surpreender
o paladar
Porção presente
morango com creme
tentação ímpar
a perdição
Anorkinda
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DE LEVE...
De leve...
num dia de vento
e calmaria,
senti um arrepio
na espinha.
Cresceu...
Tremeu o corpo todo...
Suave...
Foi a música
que tocou.
Ouvi um assovio
adocicado.
Cresceu...
Ritmou o corpo todo...
Breve...
Foi um toque...
E ousadia:
o rosto virei...
Enterneceu...
Beijou-me o corpo todo!
Anorkinda
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DESEJO PÚRPURA
Sob os toques quentes,
arrepios inusitados
percorrem o veio.
Submissão púrpura
em lascivo anseio...
Sob frêmitos e desvios,
mãos excitadas
correm sem freio...
Subjetivo desejo
em notívago enleio...
Anorkinda
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Duas polaridades
Mesmo que tudo esteja perfeito,
o corpo responda do certo jeito...
Mesmo que entre você e eu,
o amor seja o santo caduceu...
Mesmo que sejamos maestros
em nossa sinfonia de carícias...
Mesmo que estejamos destros
em deliciosas e novas malícias...
Ainda assim a criatura está só
em suas íntimas percepções
e suas próprias concepções...
Ainda que a paixão dê um nó,
seguimos particularidades
satisfeitas em polaridades
Anorkinda
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Ébano desejo
Tua pele veludo, ébano
Me amacia o desejo
Me varia o pensamento
Teu desejo todo, egrégio
Me arrepia a pele
Me alicia o sentimento
Teu lustre verniz, régio
Me sujeita o corpo
Me aceita em eloquência
Teu corpo raiz, épico
Me deita o lustre
Me ajeita em dependência
Anorkinda
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Em pecado
Ele sempre aproveitava-se
destes momentos, distraídos
os olhos da mãe, desviados
Ele sempre adentrava-me
a saia, excitados
os nervos sobressaltados
Ele sempre atiçava-me
nestes momentos, fogueira
a paixão, lenha inteira
Ele sempre deleitava-se
a calça, apertava
a boca inchada, suspirava
Ele sempre devorava-me,
nestes momentos furtivos,
os seios, em olhos ativos
Ele sempre sufocava-me
a vontade no zelo
com que puxava meu cabelo
E eu gritava, a dor
denunciava nosso pecado de amor!
Anorkinda
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Febre de amora
O calor quente
do teu dente
cravado
em minha fruta...
me desfruta...
entusiasmado
A febre ardente
sabor al dente
aprimorado
em minha doçura...
me tortura...
alucinado
Anorkinda
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Flores de madame
Pétalas faceiras
encarnadas
como lábios de madame
Também enfeitiçam
sedução
Pétalas vermelhas
fagueiras
como pele de madame
Também atiçam
comoção
Anorkinda
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FOME DE AMOR
Engasgo
com minha
própria solidão
Soluço
o ar da
insatisfação
Suspiro
pelo sabor
da consumação
Sobremesa
boa virá após
o amor-fermentação
Saciada a fome
do teu quente amor
a felicidade será bênção!
Anorkinda
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LÁBIOS
Foram os lábios que trouxeram
a felicidade em sensações
Foste tu o autor do beijo
agoniante das emoções
Dilatou-me o desejo
em suaves prestações
Arrebatou-me num voo
direto às dimensões
Foram os mesmos lábios
tradutores de solidões
Que num instante lançaram-me
alucinada ao inferno das paixões
Anorkinda
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Leve-me
Leve toque é aquele que acende displicente
A carícia que não pega nem larga
O toque de energia, imã que atrai
Toque leve a ternura, tempero ardente
Numa delícia que não é doce nem amarga
O suave energizar da língua que trai
Leve toque daquele amante indecente
O mesmo que não te cega
Perturba a vista sem colírio
Toque leve a doçura implicante
De quem não se entrega
Mas te toma num delírio
Anorkinda
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1/2 NOITE E 1/4
Era tudo o que tínhamos:
1/2 noite e 1/4.
Era o tempo e o espaço:
1/2 noite e 1/4.
Era o suficiente pra nós:
1/2 noite e 1/4.
Era tudo o que precisávamos:
1/2 noite e 1/4!
Anorkinda
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Meus dedos
Meus dedos inquietos...
deslizam em você
pela cor
pela íris
pelo tom
de meu prazer...
Meus dedos dedilham...
inquietos em você
seu amor
seu carinho
seu esteio
de bem-querer...
Meus dedos irriquietos...
desfilam pra você
no toque
no acorde
no olhar
de meu enlouquecer...
Anorkinda
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Minha pele, tua pele
Ao teu toque
minha pele
aguça a tua pele
Com meu afago
tua pele
sente a minha pele
Ao teu beijo
minha pele
arrepia tua pele
Com meu sopro
tua pele
eriça minha pele
Neste afã
nossa pele
atrai e repele
Num frenesi
da pele
em febre de ti
Anorkinda
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Na carne
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Nem...
Nem pense em buscar-me...
seja no negrume da noite
ou nos raios do sol
Não estarei a revelar-me...
seja no desejo dos versos
ou na vasta imaginação
Nem tente assustar-me...
seja no pecado do beijo
ou nos delírios da libido
Não estarei a render-me...
seja na sedução do olhar
ou no ardente discurso
Nem queira encontrar-me...
seja no ponto G, da gula
ou nos gritos do êxtase
Pois estarei preservada no ato final!
Anorkinda
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Nosso corpo
Sobe e desce
energia
ativa
Ri e chora
emoção
sadia
Nosso corpo
obedece
e repele
Nossa pele
chama
e reclama
Frio e quente
o amor
expande
Anorkinda
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O amor quando acontece
Teus olhos adentraram-me
Descobriram os véus da indecisão
Teus olhos amaram-me
Teus lábios beijaram-me
Sentiram o gosto da paixão
Teus lábios despertaram-me
Doaram-se os corpos e foi pouco
para extravasar nossa união
Anorkinda
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Olhar sensual
é aquele que cruza
um espaço
dimensional
é o olhar que fala
no tom sensual
é aquele que brilha
um fulgor
passional
é o olhar que grita
no tom vibracional
é aquele que faísca
a chama carnal
é o olhar que clama
no tom sacrificial
Anorkinda
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Paixão no corpo
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Perfeição
O dia exatamente como está
e você a me observar
sorrindo levemente
quase sem notar
A mão exatamente onde está
detalhes a acariciar
arrepiando somente
quase a esquentar
O beijo exatamente como é
lento, a se revelar
incentivando
a relaxar
A magia exatamente como é
perfeita a valsar
cadenciando
o amar
Anorkinda
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POR PRAZER
Foi pelos teus olhos, sedução...
Troquei uma rotina calma,
de tédio e companhia e solidão.
Foi por tuas mãos, excitação...
Fraquejei em arrepios
de sensorial estímulo-tesão.
Foi pelos teus beijos, provocação...
Suspirei desejos antigos
de fantasia e delírio-paixão.
Foi por tuas carícias, dominação...
Gritei em prazer total
de completo gozo-satisfação.
Anorkinda
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Querer
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SUAVE VENENO
Pela tua pele
de tom moreno
pelos arrepiados
de querer...
Pelo teu poro
sua veneno
desliza...
pra morrer
de prazer!
Anorkinda
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Sussurros e delícias
Sussurros, os tons anunciam
Versos, as linhas do papel denunciam
Em meio as brisas que silenciam
Poemas deslizam e rodopiam
Meus ardores extasiam
Nosso amor, rimas que contrariam
Gestos, os toques favoreciam
Paixão, as linhas do teu corpo deliciam
Anorkinda
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Tempo do amor
Ajustam-se os ponteiros
quando teus beijos
arrepiam poros e desejos
Aceleram-se as horas
quando tua pele
eriça malícias e insere
uma nova contagem no tempo do amor!
Anorkinda
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VENHA
.
Venha sentir meus abraços
Venha concluir o laço
Seja a cadência da emoção
Veja os pulsares do coração
.
Venha morrer em meus braços
Venha esmorecer em casaço
Traga a volúpia do dia insano
Diga os versos mais profanos
.
Venha amar no meu compasso
Venha desenhar-me em traços
Toque as melodias da paixão
Destaque o momento da explosão
.
E sorria, num transe-ressurreição!
.
Anorkinda
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Toda castidade à luz do candeeiro
Tua tenra castidade à prova
Nesta penumbra de alcova
Reveste-se a santidade
Com a frágil sobriedade
Num instante, num sussurro
Quebra-se sem esmurro
O poder das censuras
E teu corpo sem armaduras
Cai, liquefeito em meu leito
à luz do candeeiro
Sombras revelam-te por inteiro
Resplandece o efeito
de toda castidade
Jogada à chama da sexualidade
Anorkinda
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Vinho e virgens
De tez aveludada e pura
as pétalas eriçam-se
expectativa
Líquido vivo e quente
o vinho as banha
eloquente
Fusão perfumada
virgens flores
noviças
e vinho vivido em cobiças
Anorkinda