de A a B
A NOITE COMO TESTEMUNHA
A s duas faces minhas divagam
N a escuridão da noite sem estrelas
O s olhos da bondade lacrimejam
I ncrustados de lágrimas-cristal
T e procuram, sanidade amorosa
E m ânsia nada adormecida
C ômoda negritude sem a luz da lua
O rdena as crises em sequência
M étrica e aristotélica coerência
O s nevoeiros-pensamentos bafejam
T emo minha face ruim, alimentada
E stá cheia de si e sorri ironicamente
S atisfeita na glória de lágrimas
T ocantes e quentes de carências
E sta situação achegou-se sem mais
M eus sentidos distraídos e frouxos
U rdiram a armadilha de trevas
N eguei à face triste seu reinado
H oje permiti o choro desassossegado
A sas de uma solidão que vai embora
Anorkinda
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A CANÇÃO DO TEMPO
A qui e agora
C anto a melodia
A docicada na voz
N em tento afinar
Ç (cedilha) letra sem par
à (ahn) vogal anasalada
O nde trino meu grave
D entro da canção
O fendo os deuses da música
T enho delírios em notas
E svoaçantes musicais
M udo os tempos verbais
P erseguindo o tom
O riginal dos meus ais
Anorkinda
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A LUZ ME PISCA
A í das alturas das estrelas
L uz-reflexo solar a observar
U rsa-maior e menor a bramir
Z ênite meu e teu a marcar
M edidas não são passíveis
E ncontram paixões impossíveis
P isca-me, aí das alturas
I ncomoda-me as impuras
S ensações e mágoas
C anções e águas
A uxiliam-me sem que eu mereça
Anorkinda
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A ÚLTIMA ESTRELA
A cendeu, naquela noite...
Ú nica cintilante vida
L uz do céu, melancolia
T estemunhei...
I rradiou pulsar do eterno
M anifestou o suspiro
A zul-celeste do fim...
E ternizou, naquele momento...
S uave sina estrela
T oque mágico, universal
R uborizei...
E ncantou mundos em paz
L evou o incondicional
A mor-divino a todos os seres...
Anorkinda
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ABECEDÁRIO
A magia das letras envolve meu pensar
B usco rimas e inusitadas fórmulas
C ouro duro que recobre meu penar
D efendo a luta contra as bulas
E xpondo a arte de amar
F ácil seria viver de reclamar
G osto mais dos novos ângulos
H á neles mais a explorar
I ndico caminhos e preâmbulos
J unto sonhos a devanear
L ivres todos podemos amar
M elhor do que zangar
N a teia de emoções
O nde posso comandar
P ratico meditações
Q ue orientam meu andar
R osas sem espinhos para amar
S into que as pessoas tem pra dar
T antas sensações vazias
U ma vez desbloqueadas podem voar
V erter lágrimas sadias
X eretar entre fluir e explorar
Z igue-zague de vida a amar
Anorkinda
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ABRA OS OLHOS
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ACONTECE...
A lgumas coisas
C abem numa explicação...
O utras flutuam
N a névoa da insensatez...
T em coisas que
E maranhadas...
C ulminam sem noção.
E ssas coisas acontecem...
Anorkinda
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ADEUS
A lgum dia
D e repente
E ntre um sim e
U m não
S airemos desse agora...
Anorkinda
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A E I O U Virtual
A qui onde escrevo meus derrames
E stá o teclado cansado
I mponho horas e horas de trabalho
O rdeno ideias e divago amores
U m turbilhão de afazeres virtuais
Anorkinda
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AGORA OU NUNCA
A ntes de hoje
G ritos emudeciam
O ndulavam o infinito
R arefeitos como nunca
A ntecendentes da razão
O s desmazelos
U surparam-nos
N a próxima temporada
U ns e outros ainda tentarão
N adar contra a maré e berrarão
Cadenciando o Nada, muito aflitos
A malgamando um senão incoerente
Anorkinda
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ALAMEDA
A os poucos as cores vieram
L avando a alma através da
A lameda verdejante de
M inha vida errante
E m pouco tempo já era
D ia colorido em mim
A lcancei o objetivo e sorri
Anorkinda
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ÁLBUNS EMPOEIRADOS
Á rvores silenciosas
L imitam os retratos
B aloiçando paradas
U mas histórias de fadas
N os encantamentos
S ilenciadas pelo flash
E mpoeirados álbuns
M esclando tempo e
P oeira nos instantes
O nde captaram
E spelhos de almas
I magens desgastadas
R isos congelados
A docicados momentos
D efinidos em emoção
O s retratos foscos
S ubtraem mundos
Anorkinda
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ALEGRIA PRIMAVERA
A lgo me contagia
L evanta meu ânimo
E mbeleza o sorriso!
G aia em festa colorida
R everdece em harmonia
I lumina o mundo botânico
A rco-íris coroa a bela estação!
P rimeiros botões
R eluzem a se abrir
I ludem o desatento
M asculino esplendor
A fecundar pleno vigor
V ivaz semente de amor
E ncanta aos borbotões
R ealiza mágica de luzir
A s pétalas do encantamento!
Anorkinda
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ALMA GÊMEA
A costumou-se
L evianamente
M enosprezar
A s sublimes intuições.
G eralmente
Ê nfase e
M étodo emprega-se
E m desprezar
A s sublimes emoções.
Anorkinda
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ALQUIMIA
A ntigos segredos
L evados a sério
Q uerem voltar
U medecendo verdades
I mpossíveis
M inistrando efeitos
I nimagináveis
A rte mágica dos ascetas
Anorkinda
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AMANTES
A mor revisitado
M omentos inusitados
A mor entusiasmado
N as noites, tresloucados
T empero revigorado
E strelando em bocados
S onho reanimado
Anorkinda
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AMIGO
A ndamos juntos nesta vida
M inha e tua mãos unidas
I mplantamos na ferida
G otas e pastas ungidas
O s nossos versos são a cura!
Anorkinda
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AMIZADE
A cumplicidade
M orando nos corações.
I mplantada pelas afinidades,
Z elando os corações.
A adversidade
D emonstrando aos corações
E speciais generosidades.
Anorkinda
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AMOR DE POETAS
A s palavras que a vida nos dá
M antém-nos acesos numa chama
O scilante de emoções
R arefeitas em versos irmãos
D ois amantes líricos
E ntusiasmados e satíricos
P urificados pela poesia
O ritmo que o amor nos dá
E mbalam nosso idílio
T ocam nossas emoções
A poesia nos chama
S empre a semear sonhos irmãos
Anorkinda
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ANORKINDA
A ntigamente uma índia vivia
N as terras do Norte
O nde havia céu ela luzia
R ara feito véu da sorte
K iowas Lakotas povo vermelho
I ndígenas de amor perfeito
N ativa de sangue-espelho
D ivindade refletido efeito
A ncestral força-esteio!
Anorkinda
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ARREBATADOR
A lgo assim propulsor
R efaz em segundos
R asgos tão profundos!
E mbriagado leitor,
B rado aqui meus mundos
A gudos moribundos
T ento e por favor
A uxilie-me neste surto
D igitalize num pequeno furto
O n-line transformador
R estitui a cura do amor!
Anorkinda
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ASAS DO VENTO
A voeja o vento, translúcido
S obre as planuras ensolaradas
A costuma-se em ser diáfano
S ome em si mesmo, sonhador
D ilui-se nos elementos, pleno
O scula os anoiteceres em brisa
V oa ele, vento das iluminuras
E ntre os rochedos enluarados
N infas te saúdam em prazer
T ocas a eternidade das vidas
O nde perde-se em esplendor
Anorkinda
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ASSIDUIDADE
A os versos
S intomáticos
S incronias
I intimidades
D eixo a liberdade
U mas lágrimas
I ngênuas saudades
D eixo-lhes também
A rgumentos
D ensidades
E nredadas de verdade
Anorkinda
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BATE-PAPO
B atemos os dedos no teclado
A brimos a mente no espaço
T emos a escrita como contato
E nvolvemos os corações sem cuidado
P apéis virtuais
A lmas sensuais
P edidos visuais
O ndas sensoriais
Anorkinda
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BEIJA-FLOR
B eija-me
E nquanto
I nsisto nisso
J óia pequena
A carinha-me
F az de mim
L írica rosa
O riginal e única
R ainha de teu ardor
Anorkinda
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BICICLETA
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BORBOLETA DA LUZ
B aloiçando loucamente
O nde há luz
R ealiza lindo e flutuante
B ailado aéreo
O s pólens de luz
L eves, se espalham
E m cada espaço alcançado
T elúricos movimentos
A bençoando um mundo
D e asas transparentes
A zuladas na sabedoria
L eva, borboletinha
U m imenso amor
Z odíaco do Universo
Anorkinda
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BORBOLETAS
B elas cores...da janela
O lho o suspenso
R umar delas.
B rotam cores na tela
O nde suspendo
L etras.
E stas que de cores
T ocam a singela
Asa suspeita
S incronia!
Anorkinda
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BOTÃOZINHO DE ROSA
B onito nasceu
O ntem manhãzinha
T enro frescor da natureza
A mparada cor matinal
O scila dia e escuro
Z igue-zague da natureza
I mpermanente forma
N um ciclo natural
H oje abriu-se em pétalas
O fuscante dom da natureza
D elicia-me a visão
E nternecido botão
R adiante flor
O riente matiz
S onhos
A nunciados
Anorkinda
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BREVE ADEUS
B om dia mãe!
R indo ainda?
E nquanto choro aqui...
V oltas quando?
E stás feliz, que bom!
A té logo mãe!
D e saudade vou chorando
E nquanto danças por aí...
U m dia, todo dia
S orrio num abraço!
Anorkinda
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BRINCAR
B em certinho...
R indo aqui
I magino trens,
N uvens,
C arroseis!
A mo o lúdico!
R ezo pra nunca crescer!
Anorkinda
BRINQUEDO
B ons divertimentos
R iem comigo
I lusões que crio
N ão altero quase nada
Q uero sempre
U m trocado de emoções
E m resultado
D e simples equações
O nde recrio a matemática
Anorkinda