com RÔ ELKEYN

 

 

BAILADO

A prenda de chita floreada
Está de volta, bailando pelo salão
Prenda livre, leve e solta
Rodopiando com seu peão

Faceira ela dança na melodia
Ritmada do baile na pista
Feito criança, luz que irradia
Total alegria que a todos conquista

Por seu cavalheiro é cortejada
Tamanha beleza jamais se viu
Sorriso de brilho perolado
E olhos do mais estonteante anil

Prenda faceira teu olhar me prende
Tua dança é um leve flutuar
Da alma feminina que só compreende
Quem tem nos pagos seu morar

E se faz morada, por assim dizer,
Que mais há de querer um peão apaixonado
Que por laços e fitas vem a se prender
e tem o coraçao enamorado?

Anorkinda e Rô Elkeyn

...........................................................

 

INSANA LUCIDEZ
.
É vagar por este mar de pensar
descobrir-se especial, desigual
.
é sonhar pelo ar do versar
sentir-se repleto de afeto
.
é testar a lucidez com acidez
vestir-se da loucura pura
.
desnudos de doutrinas
clareando os caminhos
.
abertamente pensando
vivendo fora dos ninhos
.
pareando o real e o palpável
buscando respostas no intocável
.
.
Anorkinda e Rô Elkeyn

.................................................................

 

Lembranças

Lembro meu tempo de criança
quando tudo era festa
os filmes eram longas serestas
e assistindo-os fazia lambança

Lembro dos amiguinhos
no esconde-esconde
nos belos joguinhos
coloridos e no ping-pong

E as lembranças afloram
todas com a leveza da alma
que só uma criança tem
pois tristeza e pesar elas ignoram

Lembro das bonequinhas
de papel, coloridas
e de suas roupinhas
tão bem escolhidas

Lembro das brincadeiras na lama...
Lembrança inesquecível também:
brincávamos de mocinho e bandido,
tinha até o barulho do trem!

E as lembranças ignoram
o tempo que já passou
e sorrimos como antes
na mais doce alegria infantil!

Rô Elkeyn e Anorkinda

.............................................................................................

 

Na direção, a poesia
 
Sabe quando a poesia vem desaforada?
Parece com um capeta
dirigindo uma lambreta
mas não quer virar piada...
 
É quando ela esquece o pé no fundo
e desce a ladeira
de forma desenfrada
 
poesia marota não se importa
o que ela quer é dirigir sobre a calçada
fazer alvoroço
divertir e provocar a menina e o moço
 
Tresloucada ela passa
Batom borrado, roupa rasgada
rindo desenfreada, dessa sociedade estranha
Que faz de tudo pra esconder que é adoentada!
 
Anorkinda e Ro Olem

.................................................................

 

PÁSSAROS A VOAR

Pássaros em céu nublado
ou em céu bem azulado
são sempre um encantar

Pássaros de asas imponentes
Me fazem realmente acreditar
que ser livre como o vento
é perfeito como amar

Grandiosos em voo pleno
me transportam ao sereno
e plácido meditar

Sem indagar nada nessa vida
eles simplesmente são o que são
voam, circulam e planam sem parar
como se fossem parte do ar

Me enlevo na melodia
de sua afinada cantoria
e me ponho a sonhar

Multicoloridos pássaros a voar
Batem suas asas sem se preocupar
Liberdade pra viver e ver
Até onde a vista lá do alto consegue enxergar

Anorkinda e Rô Elkeyn

............................................................................. 


POESIA MACABRA, ABRACADABRA!

Aos uivos da seresta
de lobos da floresta
juntou-se o toque do badalo
.
O cuco batendo meia noite
os fantasmas revoltos saindo
deixando suas tumbas
até o cantar do galo
.
Sem pressa,D. Bruxa
tomou seu banho de ducha
perfumou-se com suor de cavalo
.
Essa mágica estranha
transformou todos os gatos
agora eles sao macacos travessos
e o que estava no caldeirão,
derramou pelo ralo
.
Às palavras mágicas
em tons de vozes trágicas
anuviou-se até a crista do galo
.
As velas se apagaram
ventania incontrolável
o feitiço virou contra o feiticeiro
Mas quanto a transformação que ocorreu, me calo!
.
Anorkinda e Rô Elkeyn

................................................................

 

POESITANDO PARASITUS

Vírus detectado
Cuidado!
Muita poesia
vicia!

Parece loucura
fruta madura que jamais cai
esse vicio nao tem cura
ah meu pai!

é a borboleta
que morde
é o arco-íris
que explode

é o coração
que expande
e a alma faceira
que se infecta ligeira!

Parece doideira
flor desabrocha em cores
inimaginadas e beira
o fim das dores

Multicoloridas palavras
que penetram na derme
e correm como águas
tatuando nossa pele

Sintoma: poema.
versos quentes
tudo é tema
pra rimas salientes

Nada tema, use seu vocabulário
pois quem se infecta com letras
Conversa com o dicionário
e aprende a voar nas asas das borboletas!

Anorkinda & Rô Elkeyn

.................................................................

 

Retorno



O relógio sentiu saudade
a tela ficou sem graça
mas agora voltei, felicidade!
a tristeza? Breve passa!

O salário ficou defasado
a cancela se abriu
fui embora, que maldade!
a riqueza? nem dá graça!

Fui enganado, lesado
passagem para destino errado
no caminho, sentimentalidade!
Na mala? Velhas calças!

Volto abraçado, agarrado
à coragem de ver revelado
meus versos, verdades
que derrubam ideias falsas

As correntes tentaram me parar
as mentiras ousaram se aproximar
fui mais forte, prossegui
versejando voltei, consegui!


Anorkinda e Rô Olem

....................................................................

 

RIMAS E SORRISOS

Vamos agora brincar
uma brincadeira divertida
rimando vamos jogar
e voce vera como é bela a vida!

Vamos rimar os sons
que vem das letras
numa fonética de tons
esvoaçantes como borboletas

Virar a madrugada do avesso
O dia amanhecendo na conversa
No ritmo quente e travesso
De quem sabe o que é vice-versa

Vai,atravessa o compasso!
Muda o acorde,desperta
Brinca de forma certa
Acerta o ponteiro e muda o passo.

Traduz teus sentimentos
Com graça e desenvoltura
Deixa fluir o amor e a doçura
Em rimas e transbordamentos

Dança e balança
Entra na roda,se aventura
transforma o menor verso
na mais divertida gostosura!

Rô Elkeyn e Anorkinda

...................................................................

 

 

VERSOS IRMÃOS

No silêncio e na saudade
busco a tal felicidade
que disseram-me que existe
e um dia hei de achar!

Com amor e esperança
Desta vida faço dança
Enquanto espero pelo dia
Que a sorte venha me encontrar

Entre versos e discursos
crescem seres, caem muros
acordo e durmo a pensar :
como é bom, ter a sorte de sonhar!

Na rotina e na surpresa
Sigo a festa, rimo a pressa
Sei que logo o ritmo vai mudar
Pois se planto sorrisos, a alma vai brotar

E brotando assim singela
que o mundo gire e mude
pois a vida é bem mais que bela
e tudo que precisamos é atitude.

Agindo com humanidade
Refletimos a mistura
Em alegre reciprocidade
No caminho da ternura!

E ternamente seguimos
com abraço, laço e verso
rimando e sorrindo, derramando em palavras
tudo aquilo que sentimos!

Anorkinda e Rô Elkeyn