com DINÁ FERNANDES
ALMA DE QUIMERA
Há nessa luz que me invade
Uma profusão de claridade
Aguça- me a inspiração
Despeço-me da transpiração
Nessa leveza incomum, flutuo
Convido alguém para um duo
Seja para falar dos amores
Ou até da beleza das flores
Chego com ares de primavera
colorida até a alma de quimera
Negaceio com o frio insistente
Floreio as horas, displicente
Há nesse poema que transcende
Um perfume forte que rescende
A amizade de grande porte
Faço-me estrelinha da sorte!
Diná Fernandes e Anorkinda
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CONVITE DO AMOR
Quando me convidas ao amor
Antes, convida-me a pecar...
No meu exagerado sentir
Impregnado de reformas
Essa ladainha é coisa de desamor.
Onde existe amor, não há
Lugar para o pecado.
Não queira que a incerteza
Leve-me a pensar
que em seu jardim,
Sou rosa despetalada.
Não retire aquela beleza
incrustada no olhar,
sou o brilho da retina
em seu mundo particular.
Quando me convidas a amar
Chamas todos os santos
Diz-me coisas de sentir
maiores do que o pensar...
Essa cantoria é puro queimor
de nossos sóis a iluminar
o universo mais que apaixonado.
Diná Fernandes e Anorkinda
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Mistério do poeta
A noite conversa comigo
Estrelas me mandam beijos
A Lua me fala da sua solidão
Os anjos me emprestam suas asas...
O mar me fala dos seus mistérios
num cantarolar dolente
A madrugada bafeja versos
ao ouvido do poeta...
A angústia vai embora
Olhares se distraem, devaneios
O poema condensa o tempo
As emoções se insinuam no papel...
O pulso da vida verte verdades
num jeito dengoso e silente
A aurora espera ainda um pouco
para desvendar o mistério do poeta...
Diná Fernandes e Anorkinda
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Novos tempos
Meu tempo de amar
perdeu-se a pontuar
no ponteiro das horas
escorregaram os minutos
Meu tempo de esperar
enlouqueceu a contar
o pulso dos segundos
transpuseram os ciclos
Meu tempo de estar
vive nos almejos que
latejam em meu ser
e a vida os concebe
Meu tempo de ser
espera a luz
de um novo ciclo
um passa e outro renasce.
Se foi ...dará lugar ao novo
Anorkinda e Diná Fernandes
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ROMARIA
Anoiteceu a calmaria
a algazarra acordou
Desceu a romaria
a cantar em louvor
Arrebatou a idolatria
a fé jamais descansou
Subiu a confraria
a versejar o amor
Fervorosos anjos
Em peregrina estréia
Entoando seus cantos
Arrastou multidão
Em busca de paz...
Até a lua parou pra assistir
à expedição noturna.
Penitentes da esperança
pregoeiros da devoção
a mostrar o poder da fé.
Anorkinda e Diná Fernandes